Na semana em que a McLaren alcança a sua
150ª vitória na competição, a McLaren é uma das mais bem sucedidas da história da Formula 1, ajudando a fazer campeões pilotos como
Emerson Fittipaldi,
James Hunt,
Niki Lauda,
Alain Prost,
Ayrton Senna e
Mika Hakkinen. Hoje em dia, sob a batuta de Ron Dennis, o homem que adquiriu a equipa em 1980,
Fernando Alonso e
Lewis Hamilton dão o seu melhor, não só para ganhar corridas, mas para manter vivo o nome de uma equipa bem sucedida, fundada por um jovem neozelandês:
Bruce Leslie McLaren.
Nasceu a 30 de Agosto de 1937 (teria agora 69 anos) na cidade de Auckland, a maior do arquipélago. Filho de Les e Ruth McLaren, de origem escocesa, tinham uma estação de serviço na vila de Remuera, nos arredores de Auckland, onde Bruce ficava por lá durante boa parte dos dias, logo habituou-se ao cheiro da gasolina e da febre da velocidade. Mas com nove anos de idade, contraiu a Doença de Perthe, e ameaçou o seu futuro, ao ficar paralisado durante dez meses, e teve que usar apoios para andar, pois uma das suas pernas ficou cinco centímetros maior do que outra.
Mas isso não o impediu de correr. Em 1952, com 14 anos, começou a correr a bordo de um Austin Seven restaurado pelo seu pai, em corridas de rampa. Dois anos mais tarde, trocou o Austin por um Ford 10 Special, para correr em circuitos, mostrando todo o seu potencial. Em 1956, com 19 anos, adquire um Cooper-Climax de Formula 2, que o modifica, tornando-o num carro tão bom que logo na sua temporada de estreia, em 1957/58, é vice-campeão nacional.
Nesse mesmo ano, as suas performances são notadas por Jack Brabham, que vai à Nova Zelândia para correr no GP local. Ele ganha, mas vê McLaren e recomenda-o à organização do GP, que tem um programa para mandar um piloto para a Europa. Eles aceitam, e aos 21 anos, McLaren começa a sua carreira internacional.
E logo pela porta grande! Num Formula 2, corre no GP da Alemanha de Formula 1 desse ano, onde carros desses também podiam participar, embora não marcassem pontos. McLaren ficou em quinto nessa primeira corrida. No ano seguinte, a Cooper contrata-o para a sua equipa oficial de Formula 1, embora na primeira corrida do ano, no Mónaco, ele correu num Formula 2… e terminou em quinto! E nessa temporada inaugural, ele mostra potencial de campeão: terceiro em Inglaterra, vence em Sebring, palco do GP dos Estados Unidos, aproveitando a falta de gasolina do seu chefe, Jack Brabham. Tem 22 anos e 80 dias, e torna-se no mais jovem piloto a ganhar um Grande Prémio, um “record” que durará até 2003. No final dessa temporada, McLaren termina em sexto lugar, com 16,5 pontos, uma vitória e dois pódios.
O ano de
1960 começa da melhor maneira: num
GP da Argentina disputada sob forte calor, McLaren ganha com o seu
Cooper-Climax. O resto da temporada é brilhante, mas não ganha mais nenhuma corrida. Contudo, conquista mais
cinco pódios, e no final é
vice-campeão do Mundo, com 34 pontos, nove pontos a menos do que o seu companheiro de equipa,
Jack Brabham.
Até 1965, McLaren vai ser piloto oficial da Cooper, sendo o piloto principal da equipa. Contudo, depois de revolucionar o mundo da Formula 1, ao ser o primeiro vencedor com um motor atrás, e de ser Campeão em 1959 e 1960, esta estava na sua espiral descendente, apesar de ganhar corridas e alcançar pódios.
Em
1961, terminou em oitavo lugar do campeonato, com 11 pontos, e um pódio em Monza. No ano seguinte, ganha o
GP do Mónaco, e alcança pódios em Inglaterra, Alemanha, Itália, Estados Unidos e Africa do Sul, acabando em terceiro lugar na classificação final, com
27 pontos. Em
1963, termina na sexta posição do campeonato, com 17 pontos, resultantes de um segundo lugar em
Spa-Francochamps e dois terceiros no Mónaco e em Monza, para além de um quarto lugar na Africa do Sul.
Contudo, no final desse mesmo ano, dá-se um acontecimento importante: funda a Bruce McLaren Motor Racing Ltd., a sua própria equipa de Formula 1. Contudo, ele correrá oficialmente pela Cooper na temporada de 1964, onde terminará no sétimo lugar da classificação, com 13 pontos, e dois segundos lugares, na Bélgica e em Itália. Em 1965, consegue um pódio na Bélgica (um terceiro lugar), e acaba a temporada com 10 pontos, dando-lhe o nono lugar final.
No final dessa temporada, a
Cooper deixava a Formula 1, e foi aí que Bruce teve a oportunidade de desenvolver a sua equipa para
1966. Fabrica o seu próprio chassis, com a ajuda de Robin Herd, e compra motores Ford V8. A sua primeira corrida é o
GP do Mónaco de 1966, em que não acaba a corrida. Contudo, pontua por duas vezes, dando-lhe o 16º lugar final. Mas nesse ano, nem tudo foram tristezas. Com o seu amigo
Chris Amon, consegue a proeza de serem os primeiros neozelandeses a ganhar as
24 Horas de Le Mans, a bordo de um
Ford GT 40, os primeiros a baterem os Ferrari, que eram dominantes na disciplina de GT.