terça-feira, 31 de março de 2009

Noticias: A1GP de 2009 termina no México

A A1GP divulgou hoje que a sua temporada de 2008/09 vai terminar no Autódromo Hermanos Rodriguez, na Cidade do México, a 24 de Maio, três meses depois da data inicialmente prevista para a realização do evento. A prova, inicialmente prevista para o dia 22 de Março, fora adiada devido à realização em simultâneo de um concerto de musica, mas depois foi decidida a marcação de uma nova data.

É muito importante para a competição o regresso à Cidade do México, pois este circuito ganhou o prémio pela melhor organização no ano passado", afirmou o CEO da série, Pete da Silva, que fez estas declarações na apresentação do próximo evento da A1GP, a ronda de Portimão, que se realizará no próximo dia 12 de Abril.

Porém, este circuito precisa de fazer algumas alterações para ser homologado pela FIA. Essas alterações implicam que a famosa Curva Peraltada seja transformada em duas chicanes, no sentido de diminuir a velocidade dos carros. Destes anuncios de ontem não consta a ida a Interlagos, como chegou a ser referido há algum tempo atrás.

Historieta da Formula 1: Pace e o molho de chaves

Parece que não, mas o brasileiro José Carlos Pace foi um dos pilotos mais azarados da Formula 1 no seu tempo. A diferença para outro azarado, como Chris Amon, é que o brasileiro, falecido a 18 de Março de 1977 num desastre de aviação no interior de São Paulo, ganhou uma corrida, e logo em casa: o GP do Brasil de 1975, no Autódromo de Interlagos. Hoje em dia, esse circuito tem o seu nome.


A história que se segue é contada pelo Gustavo Coelho, no já extinto site Pitstop, e aconteceu precisamente na corrida seguinte à sua vitória em Interlagos: o GP da Africa do Sul, no circuito de Kyalami. Pace sempre se deu bem nesse circuito, e depois de no ano anterior ter conseguido um segundo lugar na grelha, com um Surtees, nesse ano conseguiu convictamente a sua primeira (e unica) "pole-position" da sua carreira, a bordo do Brabham-Cosworth.


Na corrida, Pace parte bem e mantêm a liderança até á terceira volta, altura em que é ultrapassado pelo Tyrrell de Jody Scheckter, o piloto local, que irá ganhar a corrida. Estranhamente, Pace chegava sempre ao final da recta da meta numa velocidade claramente reduzida, como se o motor estivesse em baixa rotação. O piloto continua a corrida dessa maneira, e termina-a na quarta posição. No final, quando os mecânicos investigam o carro para saber o que se tinha passado, fizeram uma descoberta incrivel: um molho de chaves que algum mecânico tinha esquecido dentro do "cockpit", antes da corrida.


O chaveiro ficara preso debaixo do acelerador e limitava o curso do pedal, e desta forma Pace não conseguia acelerar a fundo. "Perdi para um chaveiro!", brincou José Carlos Pace após a corrida. Este é o azar mais famoso, mas o brasileiro já tinha tido outros durante a sua carreira. Três anos antes, no famoso GP do Mónaco de 1972, disputado debaixo de chuva, o brasileiro, então a conduzir um March inscrito por Frank Williams, perdera a viseira no meio da corrida e acabara a corrida... na última posição, a oito voltas do vencedor, o BRM de Jean-Pierre Beltoise. Se Amon é Rei, Pace deveria ser Duque ou Conde...

segunda-feira, 30 de março de 2009

A capa do Autosport desta semana

Esta é a capa do Autosport desta semana, e acho que de uma ceta forma, aquilo que coloca como título é a melhor indicação a aquilo que vimos este fim de semana e que vamos provavelmente ver no resto da temporada. uma Nova Ordem Mundial na Formula 1. E tem como antetítulo uma questão: "Será que Button também vai vencer na Malásia?" Aparentemente não sei, porque se prevê chuva em Sepang, e a lotaria seria ainda maior...


Mas o título é este: "Aí está a época mais louca da Formula 1". Pelas polémicas fora da pista e pelas peripécias dentro dela, pode-se dizer que nós, fãs da Formula 1, nunca nos ficamos aborrecidos, mas até chegarmos a essa conclusão, vai um passo maior do que a perna, pois afinal, a temporada mal começou...


Mas apesar do destaque à Formula 1, há também destaque ao Rali de Portugal, que começa este fim de semana em paragens algarvias. E a questão que se coloca é: será que Sebastien Loeb será travado? Mas num rali onde marca o regresso de Marcus Gronholm à activa, o destaque é esse: "Loeb quer repetir duelo com Gronholm em Portugal". Isso podemos ver a partir de sexta-feira...

Como se já não bastasse...

Apesar da Brawn GP ser a equipa mais rápida do momento, e de o acordo com a Virgin não ter um prazo de validade longo (fala-se que é até ao GP da Malásia), Ross Brawn não desarma e diz que vai haver melhorias no carro que o vão colocar... ainda mais rápido do que está agora.


"Vamos ter várias novidades, entre as quais novos flancos que nos devem dar três décimos de segundo por volta. Na realidade já os temos prontos, mas vamos ter de fazer o carro passar novo teste de impacto lateral e isso só nos será possível quando estes chassis regressarem à Europa. Por isso só poderemos correr com essa novidade no G. P. de Espanha", disse Brawn ao jornal português Autosport.


Quanto ao acordo com Richard Branson, o site brasileiro Grande Prêmio refere que o acordo assinado na sexta-feira vai até ao GP da Malásia, mas isso não implica que acabe logo a seguir. "Ocasionalmente, você tem situações na vida em que tudo parece bom demais para ser verdade, e essa é uma delas. Mas fiquem de olho no que acontece, pois vamos ver como as coisas vão se sair", disse o milionário britânico à agência "Reuters", deixando a ideia de que o apoio será maior. Segundo o site americano "Sports Daily", Branson e Brawn negoceiam um acordo de 10 milhões de dólares por época, com o direito da Virgin ficar com o nome da escuderia, passando a ser Virgin Brawn Grand Prix.

Formula 1 em Cartoons - Bruno Mantovani

Depois de colocar alguns exemplos, só faltava o Bruno Mantovani para completar o ramalhete. E o peso da Honda, pergunta o Mantovani? Creio que nenhum, não é? Aliás, como sugeria o AC no seu post de ontem (e eu também, bem vistas as coisas...), Fukui-san e os seus alcólitos deveriam afiar as suas espadas de samurai para poderem praticar "seppuku". Mas enfim... o último a rir ri melhor, não é?

Formula 1 em Cartoons - Blog do Tuta

Esta primeira caricatura vi no Blog do Capelli, mas o autor é o Tuta, que em três caricaturas, disse o que pensava deste Grande Prémio da Austrália de Formula 1, e da Formula 1 em geral. Se no primeiro exemplo, foi buscar uma famosa frase de Forrest Gump (um dos melhores filmes dos anos 90, na minha opinião), o segundo exemplo (este tirado do próprio site) tem a ver com o acidente que Sebastien Vettel e Robert Kubica tiveram, e do qual tenho que lhes agradecer, porque devido a isso... ganhei um anuário do Reginaldo Leme!



Que os dois são talentosos, eles são, mas que precisam de crescer mais um bocado, ai isso sim! E eles que descansem, pois cedo ou mais tarde, os dois serão campeões do Mundo...

GP Memória - Africa do Sul 1974

Quase dois meses depois das corridas iniciais na América do Sul, a Formula 1 estava de volta, correndo em paragens sul-africanas. Contudo, esta ronda esteve quase a não se realizar, pois nessa altura, a crise energética tinha atingido forte e feio a sociedade, e havia problemas em termos de fornecimento de combustível. Felizmente, o assunto fora resolvido a tempo, e a corrida pode prosseguir como planeado.


A corrida sul-africana foi o palco de várias estreias em termos de chassis. A Hesketh tinha finalmente o seu próprio chassis, o modelo 308, para o rápido James Hunt. No caso da BRM, o modelo P201 estava pronto a estrear, com Jean-Pierre Beltoise ao volante. Mas a expectativa maior estava na Lótus e o seu revolucionário modelo 76. Era mesmo revolucionário: duas asas traseiras, quatro pedais, um dos quais para activar uma embraiagem electrónica, uma percursora das actuais caixas semi-automáticas na Formula 1. Contudo, este era um modelo complexo, e as performances da equipa nestes treinos foram decepcionantes: Jacky Ickx fora décimo na grelha, Ronnie Peterson o 16º.


A Williams traz um segundo piloto para paragens sul-africanas, o dinamarquês Tom Belso. Quem também se estreava na Formula 1 era um italiano de 35 anos, a bordo de um March laranja, pintado com as cores da sua patrocinadora, a firma de peças Beta: Vittorio Brambilla.


A grelha sul-africana foi preenchida, como sempre, com pilotos locais. A Team Gunston, com dois Lótus 72, tinha como pilotos Paddy Driver e Ian Scheckter, o irmão mais velho de Jody, enquanto que Eddie Keizan corria com uma Tyrrell 003, com o patrocínio da Lucky Strike, e para finalizar, Dave Charlton tinha inscrito um McLaren M23 pela Scuderia Scribante.


Lamentavelmente, havia uma equipa não participa neste Grande Prémio: a Shadow. Uma semana antes, durante uns testes de adaptação ao circuito, o carro dirigido pelo americano Peter Revson sofre uma quebra da suspensão na rápida recta anterior à meta, a Barbecue Bend, causando um despiste fatal ao americano. Tinha 35 anos. Denny Hulme, seu ex-companheiro da McLaren, tinha assistido ao despiste fatal e decidira que iria abandonar a competição no final dessa época.


Os treinos tiveram alguns resultados surpreendentes. Niki Lauda conseguia aqui a sua primeira pole-position da carreira, e a primeira da Scuderia em ano e meio (a última tinha sido em Itália 1972, graças a Jacky Ickx), batendo a Surtees do brasileiro José Carlos Pace, que conseguia aqui o seu melhor resultado na grelha da equipa do único campeão em duas e quatro rodas, John Surtees. A segunda linha tinha também mais uma pequena surpresa, pois o italiano Arturo Merzário levava o seu Iso Marlboro ao terceiro lugar, tendo a seu lado o Brabham de Carlos Reutmann. A terceira fila tinha o McLaren de Emerson Fittipaldi e o segundo Ferrari de Clay Regazzoni. O alemão Hans-Joachim Stuck era o sétimo a largar, tendo a seu lado o melhor dos locais, Jody Scheckter. Denny Hulme era nono, á frente do Lótus de Ickx.


Na partida, Lauda parte na frente, enquanto que Reutmann passa Pace e Merzário para ficar com o segundo posto. A meio do pelotão, o desastre acontece aos dois Lótus. O acelerador de Peterson fica preso e bate em… Jacky Ickx! O sueco ainda aguente duas voltas, antes de se retirar, enquanto que o belga continua a correr até à volta 31, quando os travões dão de si.


Entretanto, na frente, Lauda aguenta os ataques de Reutmann até à nona volta, altura em que é ultrapassado pelo piloto argentino, para não mais largar a liderança. Nesta altura, atrás destes dois pilotos estão Clay Regazzoni, Jody Scheckter, James Hunt e Emerson Fittipaldi. Hunt desiste na 14ª volta, porque o carro vibrava violentamente, e poucas voltas depois, Scheckter, o herói local, tinha problemas num dos pneus e atrasava-se. Quem beneficiava destas contrariedades na frente era Mike Hailwood, que já se encontrava na quinta posição, atrás de Fittipaldi, no início da 20ª volta.


Mas atrás destes dois pilotos estava o BRM de Beltoise. Com um carro novo e bem afinado, o motor V12 respondia bem na altitude de Kyalami, e conseguia acompanhar os dois pilotos. Com o tempo, passou ambos os carros, e era quarto na volta 48, antes de Hailwood levar a melhor sobre o outro McLaren, e ficar com a quinta posição.


Mais para o fim, a corrida ganha emoção: na volta 66, o Ferrari de Regazzoni teve problemas de motor e encosta à berma, e na volta 74, a quarto do fim, é a vez de Lauda parar, com problemas de ignição. Isto quando tinha garantido o segundo lugar da classificação…


Assim sendo, quem herdaria os problemas da Ferrari era Beltoise, que levava o seu BRM ao melhor resultado da equipa em ano e meio. Mas quando o director da corrida mostrava a bandeira de xadrez a Carlos Reutmann, quatro voltas depois, história estava a ser feita: Reutmann tornava-se no primeiro argentino a ganhar uma corrida desde o lendário Juan Manuel Fangio, no mítico GP da Alemanha de 1957, com Beltoise e Mike Hailwood a acompanhá-lo no pódio. Nos restantes lugares pontuáveis ficavam Patrick Depailler e Hans Stuck, que a bordo do seu March conseguia os seus primeiros pontos da sua carreira, e Arturo Merzário, que dava o primeiro ponto do ano á Iso-Marlboro.


À saída de Kyalami, Regazzoni liderava o campeonato, mas o equilíbrio era patente, pois tinha havido três vencedores em três corridas diferentes. Dali a um mês, em Jarama, o campeonato continuava, na chegada do pelotão a solo europeu.


Fontes:


http://en.wikipedia.org/wiki/1974_South_African_Grand_Prix
http://www.grandprix.com/gpe/rr238.html

Formula 1 em Cartoons - Laser Car Design

Mais uma caricatura que publico hoje, e desta é de um velho amigo meu, que está a estrear-se nesta secção. O Tony Costa, do Laser Car Design, comemora a vitória da Brawn GP, como toda gente. Mas o Tony lembrou também da sina que Rubens Barrichello costuma ter, especialmente nos tempos em que esteve na Ferrari, e que teve de aturar um certo piloto alemão...

Formula 1 em Cartoons - GP Séries

Um dos blogueiros que mais gosto é o Marcos Antônio Filho, do GP Series, williamista convicto e uma pessoa que sabe interpretar como ninguém as fotos que vê todos os dias da Formula 1, especialmente em dias de corrida.

Ontem, num GP da Australia que inaugurou uma nova era na categoria máxima do automobilismo, falou-se da Brawn GP e do segredo do seu sucesso. Mais do que ter um carro genial, que conseguiu interpretar bem as nuances do regulamento, Brawn convenceu Barrichello que o segredo passava também por uma certa bebida, qual poção mágica que o Asterix bebia, para dar cabo dos romanos, e do qual o seu companheiro Obelix não podia beber, pois caiu ao caldeirão quando era pequeno...

Formula 1 - Ronda 1, Austrália (Revista da Blogosfera)

O GP da Austrália de 2009 era o inicio de uma nova Formula 1, nem que fosse devido às novas regras em relação ao design dos carros, à introdução de novos dispositivos como o KERS, ou então o regresso dos "slicks" sem rasgos. Mas o dia 29 de Março de 2009 vai ficar na história da Formula 1 devido a Ross Brawn, Jenson Button e Rubens Barrichello: a Brawn GP tornou-se na primeira equipa em 55 anos a conseguir uma dobradinha na sua primeira corrida oficial (a unica até agora tinha sido a Mercedes, com Juan Manuel Fangio e Karl Kling, no GP de França de 1954) e a conseguir uma vitória em 32 anos, desde Jody Scheckter no GP da Argentina de 1977.
Eis algumas das declarações que se podem ver na blogosfera em português (com uma excepção espanhola) acerca deste dia histórico para a Formula 1:


E não era blefe. A Brawn dominou o GP da Austrália, algo que ninguém poderia imaginar há menos de um mês.

Fico contente pela equipe, mas principalmente por
este molequinho, que - como pode ser visto aqui, aqui e aqui - simpatizou com a Brawn desde o começo. E vibrou com a corrida de ontem. Passou até a gostar de Rubens Barrichello, para quem nunca havia torcido. Uma corrida marcante, da qual o guri certamente vai se lembrar para sempre.

"Nova Fórmula 1"? Infelizmente, não. A punição a Sebastian Vettel (US$ 50 mil de multa e perda de dez posições no grid de largada do GP da Malásia, no próximo domingo) mostra que a mentalidade dos comissários desportivos continua a mesma: piloto não pode disputar posição, não pode tentar evitar uma ultrapassagem, não pode ser arrojado. Ridículo
.

Luiz Alberto Pandini, Pandini GP


As histórias fabulosas sobre o cálice sagrado diziam que quem dele bebesse rejuvesneceria de imediato. Na F1 esta imagem do Santo Graal encaixa que nem uma luva ao Ross Brawn, responsável máximo pela maior ressurreição da história do desporto automóvel.

As emocionantes imagens do Button a sair do carro aos pulos para se dirigir de imediato ao Barrichelo para se abraçarem de alegria, dizem muito do estado de espírito destes dois pilotos, que foram lentamente enterrados vivos nestes últimos dois anos de inferno japonês "made by Honda" e que em pouco mais de um mês se viram renascidos pelo Ross Brawn, ao ponto de terem feito a dobradinha no GP de estreia. É raro ver uma imagem de tanta união e sintonia como se viu hoje entre a equipa da Brawn GP.

A figura da corrida é sem dúvida Brawn GP, pois colocou o melhor carro em prova e geriu a corrida de forma imaculada. Dos seus pilotos pode-se dizer que o Button esteve imperial não errando em nada e que o Barrichelo foi guerreiro, mesmo se teve uma ponta de sorte ao conseguir o segundo lugar teve também muito de mérito, pois o brasileiro, após o erro da partida, fez uma corridaça.

Se não fosse a Brawn o protagonista da equipa seria o Hamilton, que partindo do fim da grelha galgou lugares até à terceira posição, numa exibição agressiva, como habitual no campeão do mundo, mas sem qualquer erro, o que já não é tão habitual. Para além do show de condução ainda mostrou a toda a gente que o KERS funciona e que faz diferença, principalmente nas ultrapassagens.

Em oposição esteve a Ferrari, que voltou a envergonhar qualquer tiffosi que se preze desse nome. Triste, paupérrima, patética, tudo adjectivos que serviam bem à equipa italiana, que não só viu o Massa abandonar com problemas no carro, como ainda teve o Raikkonen de encontro a um muro quando seguia sózinho, sem qualquer pressão de adversários. Absolutamente vergonhoso.

Realce para a FIA que mesmo sem saber parece que conseguiu criar as condições para voltarmos a ter corridas bem renhidas. Ultrapassagens não faltaram e até os pneus macios da Bridgestone (feitos de borracha de apagar lápis) que só duravam até saírem da linha de boxes, ajudaram à festa.

Referência final para o Japão onde pelos lados da Honda se devem estar a afiar as Katanas de Samurai para fazer alguns sacrifícios na reunião de direcção de amanhã.


Treino é treino e jogo é jogo. A velha máxima do futebol foi inapelavelmente trucidada no GP da Austrália de 2009.


Ross Brawn e sua equipe dominaram todo o fim de semana na terra dos coalas. Treinos e corrida.Ganhamos nesta prova um capitulo novinho da história sendo escrito na tela de nossas TV´s. Dobradinha na largada e dobradinha -ainda que daquele jeito- no pódio de uma equipe estreante.


Assim como foi bonito ver a primeira vitória de Kubica e de Vettel ano passado, também foi emocionante ver a festa de Ross com seus pilotos após a prova. É impossível não gostar dele. Seu comprometimento com a F1 é algo raro. Tomara que continue bem e com fundos para o resto do ano. Porém espero que as outras equipes todas melhorem. Para o bem da nossa diversão.


O fato é que definitivamente parece ter embaralhado tudo de verdade.


A antiga ordem estabelecida foi por água abaixo e se os antigos senhores dos grids quiserem fazer algo para voltarem apenas a serem competitivos – e não mais superiores – terão de remar muito, trabalhar para caramba e, claro, contar com a sorte que teve a Brawn. Que tirou um carro das telas do computador sem um teste sequer e funcionou como se a maquina tivesse sido testada a exaustão. Normal isto, não? (...)


Ron Groo, Blig Groo


Foi um pódio de desacreditados. Trulli, porque ninguém acreditava que um bom resultado seria possível saindo da última fila. Barrichello desfrutava de uma dupla desforra: por pensarem que a carreira dele havia terminado e por pensarem que a corrida dele terminaria na primeira curva após a largada. Button era o símbolo do triunfo da Brawn GP, aquela equipe pobre, surgida do espólio de uma equipe horrível.

(Mais tarde foi decidido que a desforra de Trulli caberia a Hamilton, vá lá, esse é outro que está desacreditado na temporada. O italiano teria feito uma ultrapassagem em bandeira amarela- ok Race Control, vou fingir que não estou questionando dessa vez.)

Impossível não sentir apreço por essa equipe que não pode mais ser chamada de ex-Honda, assim como foi impossível não reparar em como Button cumprimentou Barrichello após a prova. Ou como os dois conversavam paralelamente durante a entrevista coletiva. Nota-se que são cúmplices no resultado, que correm como equipe.

No mais, além de uma desforra, o que foi o GP da Austrália? Foi a prova de que o pacote aerodinâmico funciona. Os carros ultrapassam com mais facilidade, algo tão estranho à Fórmula 1 que por mais de um momento parecia uma corrida de kart.

Se as ultrapassagens voltaram a ser viáveis, a categoria também perdeu um pouco daquele ar racionalista, de jogo de xadrez, e se partiu para o corpo-a-corpo. Que o diga Kubica, com pneus duros, versus Vettel, com pneus de classificação que resolveram chamar de "moles".E após todos os cálculos, todas as estratégias de pit stop, os dois se encontraram na pista. E a Fórmula 1 voltou a ser o que era. Pois somos todos acidentes, esperando para acontecer. (...)



(...)

Primeira etapa do ano.

Não sei se foi o longo jejum, mas pareceu mais emcocionante que o de costume. E, acho que preciso de mais umas tres ou quatro dobradinhas da Brawn para acreditar que isso realmente está contecendo.

A pré-temporada prometia uma primeira corrida espetacular.

E essa primeira corrida promete um campeonato digno dos Deuses.~

Que venham os Heróis, Quimeras e Sátiros.

Seremos coroados com a glória de mais 16 tarefas como esta.

Que comecem os trabalhos, e ao que parece o Olimpo nunca mais será o mesmo.

Ingryd Lamas, ding!

Ainda que muita gente esperasse um resultado como esse, acredito que ninguém imaginava o que se viu na madrugada de hoje, com a Brawn GP praticamente fazendo o que quis na pista. Apesar da largada ruim de Rubens Barrichello, o domínio da equipe foi evidente, com Jenson Button dominando a prova do início ao fim, eliminando assim qualquer dúvida que se tenha sobre o potencial do time inglês. Repetindo o que escrevi aqui ontem, a Brawn GP chegou para incomodar. E continuará a fazê-lo se algumas das equipes rivais não tomarem providências o quanto antes.


Entre elas destaco a Ferrari, que sofreu o quanto pôde com o desgaste excessivo dos pneus macios, levando Felipe Massa a apresentar uma atuação medíocre e bem abaixo de seu potencial, abandonando em seguida. Kimi Räikkönen fechou o péssimo fim de semana para o time italiano da pior forma possível: beijando o muro do circuito de Albert Park. Sai prejudicada com nenhum ponto na tabela.


Lewis Hamilton, com uma aparente sobrevida depois de ter largado na 16ª posição, teve seus méritos por não desistir da briga e fazer uma série de ultrapassagens sobre os demais, como de costume. Com a punição de Jarno Trulli, terceiro colocado na prova, Hamilton sai de Melbourne no lucro, com seis pontos na classificação geral, contrariando todas as previsões.


O que vimos durante esta madrugada foi um claro sinal de que, se o desempenho que as equipes mostraram em Melbourne se repetir em outras etapas, teremos certamente um dos campeonatos mais inesquecíveis dos quase 60 anos de história da Fórmula-1. A fantástica dobradinha da Brawn GP, que desde os testes de inverno vem conquistando uma considerável quantidade de fãs, representa um daqueles momentos mágicos que adoramos guardar na memória para contar aos netos daqui a alguns anos.Esta corrida, sem dúvida alguma, é para nunca mais esquecer.


Alexandre Carvalho, Almanaque da Formula 1


Me ha gustado… Me ha gustado para ser Australia, quiero decir, porque cada año que pasa Melbourne se parece más a una lotería. Y me ha gustado por Jenson y por Ross; porque desde 1977 no se veía que una escudería nueva le metiera un paquete de órdago a lo más granado de la parrilla en la primera prueba del calendario (Wolf, en Argentina); y porque el señor Fukui habrá descubierto de una puñetera vez que metió la pata a finales de noviembre cerrando Honda.


Bonita, con todos los ingredientes y sobresaltos, Melbourne me ha encantado a pesar de que el ornitorrinco no ha sido profeta en su tierra como ya aventuraban algunos de los lectores de este blog, y aunque el 5º puesto final logrado por el Nano sabe a gloria después del triste fin de semana y la cochambrosa disciplina de carrera impuesta por Renault (al diablo se le ocurre meter a boxes y a la vez, a Piquet y a Alonso)…


Me quedo con Vettel por soberbio, con Kubica por peleón, y con Rosberg por no ceder al desaliento. Con Nelson, que ha estado a la altura de las circunstancias hasta que ha dejado de estarlo; y con Lewis, que como se muestre igual de atemperado y consistente que hoy, puede suponer un auténtico peligro durante lo que queda de año.


En el lado negativo, pongo a la dirección de carrera que ha tardado dos vueltas completas en sacar el Safety Car tras el accidente de Nakajima, y que ha deslucido el final de carrera volviéndolo a sacar cuando no hacía puñetera falta.


Os leo, que voy a ver si consigo encalomar a algún incauto el KERS que me había comprado.

Orroe, N U R B U R G R I N G


(...)

O circo ruma à Sepang, onde a Ferrari acredita que poderá superar os concorrentes, com exceção da Brawn. A escuderia italiana teve um péssimo começo e não cansou de comentar que a peculiar pista de Albert Park lhe desfavorece.

Se de fato teremos uma mudança nas forças até a próxima corrida, somente iremos descobrir dentro de uma semana. Sebastian Vettel chega na Malásia ciente de que perderá dez posições no grid devido ao desastre na Austrália. A Brawn dispara como favorita. Williams e Toyota demonstraram motivos para manterem-se otimistas neste princípio de temporada. McLaren e Renault pontuaram bem mas não convenceram.

Esses e outros fatores indicam que a Fórmula 1 se tornou um esporte altamente imprevisível e tem tudo para construir um campeonato sem igual. O pacote de mudanças surtiu um bom efeito, ainda assim não custa esperar uma prova tradicionalmente mais monótona, como a de Sepang, para ratificar essa conclusão.

Felipe Maciel, Blog F-1.

domingo, 29 de março de 2009

Formula 1 em Cartoons - Bonecos do Bruno

Começou a temporada, começam os bonecos. Na realidade, as coisas começaram há muito, mas no primeiro fim de semana da corrida foi tudo menos frio, quer dentro, quer fora dela. A caricatura de hoje é a do Bruno Rafael, que vive entre os Açores e Lisboa, e é o dono do blog Bonecos do Bruno, e pelos vistos, é muito bom naquilo que faz.


Logo ou amanhã aparecerão mais, e tentarei colocá-los aqui. Enjoy!

As imagens do dia

32 anos separam estas imagens, mas o propósito é o mesmo: a primeira vitória de um construtor, logo na sua corrida de estreia. Ambas as vitórias abalaram o meio, mesmo que em 1977, tal como agora, o equilibrio era patente.


Hoje, a Brawn GP tornou-se na terceira construtora a vencer o seu GP de estreia, depois da Mercedes no GP de França em 1954 (com dobradinha Fangio - Kling) e da Wolf, no GP da Argentina de 1977, com Jody Scheckter ao volante. Isto conclui um mês de sonho para a equipa que surgiu dos restos da Honda, depois desta se ter retirado sem aviso, no inicio de Dezembro.


E agora? Estamos no inicio de uma nova era na Formula 1? De uma certa maneira, sim, independentemente da prestação da Brawn. A velha ordem hierarquica da Ferrari e McLaren iria ser sériamente abalada, e os pilotos que corriam nessas máquinas não eram mais os unicos candidatos ao título mundial. Agora temos que considerar um pelotão muito equilibrado, e a ideia de que Jenson Button e Rubens Barrichello, que há pouco mais de seis semanas estavam mais do que riscados da equação, viessem em força e quase monopolizassem o pódio. Nem Hollywood pensaria numa história melhor...


Daqui a uma semana, em Sepang, poderemos assistir ao segundo capítulo desta história. Se tal acontecer, a ideia desta gente ser a maior candidata ao título torna-se real, bem real...

PTCC 2009 - Estoril

No mesmo dia que começa o Mundial de Formula 1, em Melbourne, o Campeonato Português de Turismos arranca com uma jornada dupla no Autódromo do Estoril. Sol e vento frio receberam espectadores e concorrentes para as corridas de hoje, com 13 concorrentes inscritos, divididos em quatro categorias.

Na primeira corrida da tarde, Duarte Félix da Costa (Seat Leon Supercopa) venceu a primeira corrida do ano do Campeonato de Portugal de Circuitos, PTCC, conseguindo suster atrás de si Patrick Cunha, em carro igual. Partindo do segundo lugar da grelha, pois o "poleman" foi o actual campeão em título, César Campaniço, Felix da Costa esteve imparável aos comandos do seu Seat Leon, necessitando apenas de uma volta para superar Campaniço.


Mais atrás, João Figueiredo foi o primeiro dos candidatos ao ceptro a desistir. O piloto do Peugeot 407 S2000 deparou-se com problemas mecânicos no final da terceira volta, e três voltas mais tarde, José Pedro Fontes, que regressou este ano aos circuitos, se viu obrigado a vir para as boxes ao cabo de seis voltas devido a avaria no seu BMW 320 SI.



No final da primeira corrida do ano, Felix da Costa venceu, seguido de outro piloto do Seat Leon Supercopa, Patrick Cunha, e de César Campaniço. O luso-francês Joffrey Didier foi quarto, Gonçalo Manahu foi quinto e José Monroy, unico concorrente da categoria 4, com o Mitsubishi Lancer Evo IX, terminou a corrida na sexta posição



No final da corrida, Felix da Costa estava feliz com o resultado: “Foi uma corrida muito forte. Forcei bastante o andamento e dei o meu melhor para manter a distância para o Patrick. Tínhamos os dois o mesmo andamento, eu acabei por levar a melhor porque estava à sua frente. Foi uma corrida muito disputada”, concluiu. Quanto a Campaniço, lamentava que o seu terceiro lugar final tenha sido condicionado com um toque com Patrick Cunha: “O toque com o Patrick danificou o colector de admissão e fui gradualmente perdendo andamento, ficando completamente impossibilitado de lutar pelo que quer que fosse”, afirmou.



Na segunda corrida do dia, e com a grelha invertida para os oito primeiros, Cesar Campaniço partiu forte, determinado a redimir-se dos erros da primeira corrida, rumo ao primeiro lugar. Um fabuloso arranque fez com que o piloto do BMW abordasse a primeira curva na primeira posição, para não mais o largar. Outro piloto que fez uma arrancada espectacular, partindo do último lugar da grelha, foi João Figueiredo, no seu Peugeot 407 S2000, que em pouco tempo chegou ao segundo posto, lugar onde terminou a corrida. Duarte Felix da Costa lutou com Patrick Cunha pela terceira posição, mas no final, o mais velho dos manos Felix da Costa levou a melhor.


No final da corrida, César Campaniço mostrava-se satisfeito pela vitória: “Fiz um arranque óptimo de sexto para primeiro logo na primeira curva. Fui gradualmente ganhando distância e depois foi gerir o andamento. Contudo, tive algumas preocupações porque o toque na primeira corrida danificou a admissão e eu estava um pouco receoso, mas a minha equipa mecânica fez um bom trabalho de reparação”, afirmou.



Outro homem satisfeito era João Figueiredo: “Tenho pena do desfecho da primeira corrida, pois em relação a esta, dificilmente conseguiria fazer melhor. De último para segundo, foi muito bom. Quando cheguei ao segundo posto, o César já estava demasiado distante para que eu conseguisse aproximar-me”, declarou o piloto da Peugeot. A segunda jornada do PTCC realiza-se a 25 e 26 de Abril, no Circuito Vasco Sameiro, em Braga.

Formula 1 - Ronda 1, Austrália (Corrida)


Há dois mil anos atrás, Júlio César, após a sua campanha na Gália, afirmou no seu regresso a Roma a seguinte frase: “Vini, vedi, vinci” (Cheguei, vi e venci). Hoje, dia 29 de Março de 2009, uma nova Formula 1 começou a ser mostrada aos fãs de todo o mundo a partir de Melbourne, com um novo rei na capoeira: a Brawn GP, carros tripulados por Jenson Button e Rubens Barrichello. Depois de termos visto o “vini” e o “vedi” ontem, nos treinos de qualificação, onde a hierarquia anterior foi totalmente alterada, as expectativas para a corrida eram enormes, pois havia a hipótese de Ross Brawn fazer a mesma gracinha que Walter Wolf, 32 anos antes, a 13 de Janeiro de 1977, quando venceu o GP inaugural, na Argentina, com o sul-africano Jody Scheckter ao volante.

No final da tarde australiano, início da manhã na Europa Ocidental, a partida para a temporada de 2009 foi notável: enquanto que Jenson Button disparava na frente, Rubens Barrichello escorregava no seu lugar, caindo para o sétimo posto. Mas a habitual carambola na primeira curva de Melbourne ajudou de uma forma o brasileiro, pois Nick Heidfeld, Heiki Kovalainen, Mark Webber e Adrian Sutil foram afectados. Desvantagens de ter asas frontais do tamanho de limpa – neves…

Entretanto, Lewis Hamilton aproveitava as primeiras voltas para fazer uma corrida de recuperação do último posto (os Toyota largavam das boxes), e o seu maior rival no ano anterior, Felipe Massa, era terceiro atrás de Sebastien Vettel. Na volta 6, Hamilton já era nono, depois de passar Nelson Piquet Jr. Pelo menos por aqui, os novos apêndices aerodinâmicos cumpriam a sua missão: nunca as ultrapassagens se tornaram tão fáceis como agora!

Pouco depois, param os primeiros carros nas boxes. E eram os da Ferrari! Kimi Raikonnen na volta dez, Felipe Massa na volta onze, mostrando que as suas partidas canhão eram mais para mostrar que tinham uma estratégia de uma primeira paragem muito cedo na corrida. Uma volta mais tarde, era a vez do BMW de Robert Kubica a fazer a mesma táctica. E Jenson Button continuava, sozinho, na frente…

Na volta 16, Nico Rosberg e Sebastien Vettel param para a sua primeira paragem, e duas voltas depois, a primeira entrada do Safety Car (SC) nesta corrida: Kazuki Nakajima lembrou-nos da fama dos pilotos japoneses, ao bater na parede, depois de se despistar sozinho devido a um excesso. Quem ainda não tinha parado, resolveu parar nessa altura, como os carros da Brawn. Foi nessa altura que se deu o primeiro momento cómico da temporada: Giancarlo Fisichella decidiu falhar completamente a sua entrada na boxe, e lá tiverem de o empurrar para que pudesse fazer devidamente a sua entrada. Mesmo com a entrada do SC, a hierarquia continuava: Button na frente, Vettel em segundo, Massa era o terceiro.

Nas cinco voltas seguintes, todos andaram em carreiro, atrás do Mercedes AMG prateado, tentando manter os pneus – agora slicks - quentes. E quando as coisas voltaram ao normal… Piquet despista-se no final da recta, pois os seus pneus ainda não estavam na temperatura ideal. E era o primeiro brasileiro do pelotão a desistir!

Depois disso, as coisas tinham voltado à normalidade. A Brawn GP de Button continuava na frente, continuando a espantar tudo e todos. À medida que as voltas passavam e Button se afastava de Sebastien Vettel, cada vez mais as pessoas em Melbourne e no resto do mundo viam história a acontecer, e o mundo “ao contrário”: um Brawn na frente e a antiga ordem – Ferrari, McLaren e Renault – no meio do pelotão. Só a marca do Cavalino Rampante se mostrava, mas numa táctica que os punha os mais leves possíveis, para poderem acompanhar o ritmo quase inalcançavel da Brawn.

A partir da volta 39, novas paragens nas boxes. Kubica e Raikonnen foram os primeiros, quatro voltas mais tarde foi a vez de Hamilton e Raikonnen. Raikonnen? Pois… nessa volta o finlandês sofreu um despiste, e teve de ir às boxes para reparações. E a 12 voltas do fim, Felipe Massa acaba a sua corrida, com problemas no seu Ferrari.

Chegados à volta 50, e os quatro primeiros estavam a menos de cinco segundos de diferença. E com as novas regras nos carros, a incerteza no resultado final era algo que estava garantido. Button tinha nos seus escapes Vettel, que por sua vez tinha Kubica nos seus escapes, mas dos três, o polaco era o mais rápido! Barrichello tinha o quarto lugar garantido, depois de se livrar de Rosberg, que neste momento estava a perder tempo e lugares devido ao desgaste dos pneus.

E a três voltas do fim… a corrida acaba. Robert Kubica apanha Sebastien Vettel, e o alemão defende até ao limite. Tocam-se, arrancam ambas as asas frontais, mas continuam. Contudo, o polaco não vai longe, batendo no muro na curva seguinte. Safety Car na pista… e a Brawn GP tinha garantido imediatamente o seu lugar na história, e logo com dobradinha! E para completar o pódio… o Toyota de Jarno Trulli. Os três carros contestados por Renault, Ferrari e Red Bull, devido aos difusores, monopolizaram o pódio. História foi feita, (embora este seja um resultado suspenso até ao dia 14 de Abril) e é o final feliz de uma novela que começou em Dezembro, quando a Honda saiu de cena. E agora, à equipa dos B’s (Brawn, Button, Barrichello e agora Branson), mas com um chassis “de Classe A”, pode-se usar a famosa expressão inglesa: “From Zero to Hero”.

Outro vencedor do dia foi Lewis Hamilton, pois terminou na quarta posição, enquanto que Fernando Alonso era sexto. Sebastien Buemi conseguiu algo que não é frequente: pontuar na corrida de estreia. O seu ponto é o primeiro ganho por um suíço em 30 anos, e no rescaldo de hoje, a Toro Rosso levou a melhor sobre a Red Bull. Agora o mundial só espera uma semana para vermos máquinas e pilotos em acção no circuito malaio de Sepang, e eventualmente, a continuação da caminhada vitoriosa da Brawn GP. Será que Fukui-san e os restantes membros do conselho de administração da Honda não quererão fazer “seppuku” devido à má decisão que tomaram?

P.S: Pouco tempo depois, o Toyota de Jarno Trulli era penalizado em 25 segundos pelos comissários desportivos devido a uma ultrapassagem em bandeiras amarelas por alturas da segunda situação de Safety Car. Assim, Trulli caiu de terceiro para o 12º lugar, e Lewis Hamilton herdou o seu lugar no pódio, entrando o Toro Rosso de Sebastien Bourdais na zona dos pontos. A Toyota já disse que vai apelar da decisão.

sábado, 28 de março de 2009

"Ferrari, Red Bull e Renault foram apanhados de calças na mão"

Quem fala assim não é gago. Nigel Mansell, campeão do Mundo de 1992, comentou hoje à Talksport acerca dos protestos elaborados por estas três equipas aos difusores da Toyota, Williams e sobretudo Brawn GP, que de acordo com eles, estão ilegais. Para Mansell, estes protestos são movidos por 'inveja' por não terem pensado nas mesmas soluções.

"O maior problema deles [Ferrari, Renault e Red Bull] é o de não terem pensado naquilo. A Williams fez um trabalho espantoso, tal como a Brawn GP e algumas outras equipas. As demais foram apanhadas de 'calças na mão' e não gostaram", referiu o britânico.

Sendo assim, não seria de admirar que elogiasse a decisão dos Comissários de pista australianos, que indeferiram os protestos destas três equipas, embora tenham recorrido ao Tribunal de Apelo da FIA, que irá decidir definitivamente no próximo dia 14. "Dou todo o crédito aos Comissários por dizerem que os carros estão dentro dos regulamentos e que não há nada de errado com eles. Mas se um daqueles carros vencer e os apelos forem aceites [no posterior Tribunal de Apelo], eles irão perder a corrida e será um início terrível para o que seria uma época fantástica", concluiu.

Sem papas na lingua, "Our Nige" ou "Red Five" não deixa de estar atento à actualidade... e de uma certa maneira, faz lembrar uma frase de Colin Chapman, acerca da sua maneira como interpretava os regulamentos: "As regras são para ser seguidas pelos estúpidos e interpretadas pelos inteligentes!" Ora nem mais...

Noticias: Toyota desqulificados da grelha em Melbourne

Os Toyota de Timo Glock (6º) e de Jarno Trulli (8º) foram esta manhã desqualificados pelos Comissários Técnicos australianos depois de terem detectado que a flexibilidade das suas asas traseiras excediam as recomendadas pelos regulamentos. Essa flexibilidade foi detectada depois de uma verificação feita após os treinos de qualificação, e assim, ambos os carros partirão da última fila da grelha.


Eis a declaração oficial da FIA:


"Os Comissários Desportivos receberam uma notificação do Delegado Técnico de que os elementos superiores da asa traseira dos carros número 9 e 10 demostram extrema flexibilidade, infringindo o Artigo 3.15 do Regulamentos Técnicos da Fórmula 1 em 2009. Os Comissários ouviram as explicações dos representantes da Panasonic Toyota Racing e examinaram os carros em questão.


Os Delegados concordaram com a opinião do Delegado Técnico e consideraram os carros em infracção aos requerimentos do Artigo 3.15 do Regulamento Técnico da Fórmula 1 para 2009.


Foi decidido pelos Comissários Desportivos que os carros 9 e 10 sejam excluídos da sessão de qualificação".


Mais um caso para apimentar o fim de semana australiano, e quem sabe, o Mundial deste ano... pois hoje a FIA revelou que o apelo feito pela Ferrari, Renault e Red Bull acerca dos polémicos difusores da Toyota, Williams e Brawn GP foi marcado para o dia 14 de Abril, uma semana depois da segunda prova do campeonato, o GP da Malásia, e na semana do GP da China. E por causa disso, os resultados das duas primeiras provas do campeonato estão suspensos até lá. Mais tempestades no horizonte...

Formula 1 - Ronda 1, Australia (Qualificação)

A sessão de qualificação do Grande Prémio da Austrália, realizada esta madrugada nas ruas de Melbourne, confirmou os presságios de ontem: o pelotão da Formula 1 está mesmo de cabeça para baixo. Brawn GP, Red Bull, BMW e Ferrari estão nas linhas da frente, enquanto que McLaren é a grande perdedora no primeiro combate em terras australianas. E na primeira fila, a surpresa que todos esperavam: Jenson Button é o homem que fica com a pole-position, enquanto que Rubens Barrichello, o homem mais experiente da Formula 1, fica a seu lado. Como a equipa é formalmente uma nova, é a primeira estreante a alcançar este lugar desde Jackie Stewart, no seu Tyrrell 001, no GP do Canadá de 1970.


Mas a sessão que mostrou ao mundo uma ordem nova começou nos primeiros segundos das 17 horas locais, seis da manhã em Lisboa. E nesses primeiros minutos, a primeira surpresa: Lewis Hamilton, o campeão do Mundo, iria partir da 15ª posição, devido a problemas na caixa de velocidades, uma das posições mais baixas que um campeão parte desde Damon Hill, em 1997, quando corria na Arrows. O seu companheiro de equipa, Heiki Kovalainen, partirá à sua frente, da 14ª posição. Mais tarde, teve de mudar a caixa, e assim, recuar até à 20ª e última posição. Um mau começo para ele e para a equipa, um milagre, caso cheguem aos pontos, e uma defesa do título para Hamilton que se afigura muito difícil…

Na segunda fase da qualificação, outra grande surpresa foi a não qualificação de Fernando Alonso para o "top ten", pois debateu-se com dificuldades em ser mais rápido. Assim sendo, ficou na 12ª posição, atrás de Nick Heidfeld, que correu na Austrália com o KERS, ao contrário de Robert Kubica, que a equipa resolveu não colocar o dispositivo, e foi compensado mais tarde com o quarto tempo na grelha.

E assim passamos para a terceira fase. Aqui, numa altura em que as equipas estavam equilibradas, tudo podia acontecer, todos os nomes eram possiveis. Isto, se não existisse a Brawn GP, que pura e simplesmente cilindrou a concorrência, e colocou o terceiro classificado, o alemão Sebastien Vettel, da Red Bull, a uns já incriveis 0.628 milésimos de Jenson Button, o "poleman". No final, o britânico, radiante, disse o seguinte: "Foi um dia fantástico para nós. Antes de mais, tenho de dar todo o crédito ao Ross [Brawn], ao Nick [Fry] e a todos os que tocaram neste carro: fizeram um trabalho fantástico", concluiu. O "bluff" foi meio desfeito, amanhã, se tudo correr bem, acontecerá o resto... "Será difícil mas que este é um bom principio.", referiu.

Rubens Barrichello foi o segundo, uma posição que já não via desde os tempos da Ferrari, e estava satisfeito por isso, embora... "esperava ficar com a 'pole' mas o meu carro começou a fugir de frente com o tanque de combustível mais cheio", disse, em declarações captadas pelo jornal Autosport.


Depois dos Brawn e de Vettel, Robert Kubica ficou com o quarto posto, no seu BMW sem KERS, logo, pode-se dizer que a aposta compensou. Nico Rosberg mostrou o bom andamento da Williams, ao ser quinto na grelha, e Timo Glock era sexto. O primeiro dos Ferrari era o de Felipe Massa, que era sétimo na grelha, enquanto que Kimi Raikonnen era nono, atrás do segundo Toyota de Jarno Trulli. A fechar o "top ten" estava o piloto local Mark Webber.

A qualificação teve mais tarde um "prolongamento": os comissários técnicos descobriram que as asas traseiras dos Toyota tinham maior flexibilidade do que os regulamentos permitem, e ambos foram desqualificados, partindo da última fila da grelha. Massa, Raikonnen, Hamilton, Alonso e Kovalainen, entre outros, subiram dois lugares na grelha, graças a isso, minorando as suas más performances.

E agora, amanhã, pelas sete da manhã aqui em Lisboa (já com o novo horário de Verão em vigor), veremos o começo da temporada de 2009 nas ruas de Melbourne. Em todos os aspectos, promete ser a temporada mais controversa e mais memorável dos últimos 15, 20, 25 ou 30 anos, dependendo da perspectiva de cada um. Tudo pode acontecer, a pela amostra de hoje, uma nova era começou. Como irá acabar? Isso ainda não sabemos, mas promete excitante dentro... e fora das pistas!