Até foi um bom ano, no meio da crise. Tivemos... o quê? Um campeão inesperado, de uma equipa que no inicio do ano ninguém dava nada, um grande susto, uma tentativa de regresso frustrada (mas mais tarde corrigida, noutra equipa) alguns ingressos, um "regresso" e lutas interinas por várias razões, desde um sistema de pontos... ridiculo, até a um "combate dos Chefes" entre FIA e FOTA, que chegou ao ponto de ruptura. E tivemos escândalos na pista... ao retardador, e a consequente explusão dos prevaricadores. E a retirada de duas construtoras, com uma terceira a decidir a sua permanência, mas a um nivel reduzido.
quinta-feira, 31 de dezembro de 2009
O último post do ano e as prespectivas para 2010
Até foi um bom ano, no meio da crise. Tivemos... o quê? Um campeão inesperado, de uma equipa que no inicio do ano ninguém dava nada, um grande susto, uma tentativa de regresso frustrada (mas mais tarde corrigida, noutra equipa) alguns ingressos, um "regresso" e lutas interinas por várias razões, desde um sistema de pontos... ridiculo, até a um "combate dos Chefes" entre FIA e FOTA, que chegou ao ponto de ruptura. E tivemos escândalos na pista... ao retardador, e a consequente explusão dos prevaricadores. E a retirada de duas construtoras, com uma terceira a decidir a sua permanência, mas a um nivel reduzido.
A despedida de 2009 (parte 1)
À hora que escrevo isto, já estamos a 31 de Dezembro, o último dia do ano. Dentro de algumas horas, no Pacifico, começam a soar os foguetes e abrem-se as garrafas de champanhe para comemorar a entrada de um Ano Novo, o de 2010.
Mas para recordarmos o que houve de interessante em 2009, eis um videozinho americano, a satirizar o que aconteceu neste ano que acaba. Sim, tem muitos assuntos ditos... "americanos", mas creio que riremos de grande parte deles, não acham?
quarta-feira, 30 de dezembro de 2009
Youtube F1 Classic: teste de Jacky Ickx, Vallelunga 1971
Vallelunga tinha sido renovada ao longo do ano anterior, e provavelmente aquele deve ter sido a primeira vez que as máquinas de Formula 1 andavam naquele circuito. Construido em 1959, o circuito era originalmente uma oval de 1800 metros de comprimento. Recebeu em 1963 o GP de Roma, uma prova extra-campeonato, e em 1969, passou para as mãos da ACI (Automobilie Club D'Itália) Foi a partir daí que foi reconstruida, para receber várias provas de automobilismo, a mais famosa das quais as 6 Horas de Vallelunga.
Actualmente, o circuito tem 4085 metros de extensão, tendo sido revonado pela última vez em 2004. Recebe essencialmente as provas em Itália, como a Formula Renault, a Formula 3 e a Formula 3000 Euroseries (a partir do ano que vem será rebatizado de Auto GP), mas tem licença para que as equipas de Formula 1 possam fazer testes.
Mads Osterberg e a história de um piloto extremoso...
terça-feira, 29 de dezembro de 2009
A Formula 1 numa encruzilhada
Seis meses depois, todos fazem o balanço do ano, e todos recordarão, certamente, deste capítulo, e muitos mesmo dirão provavelmente que este é um assunto resolvido. Mas outros recordarão que aquele acordo, do qual nunca vimos sequer uma linha dos seus artigos, mas sabemos que existe, não foi mais do que uma forma de "comprar tempo" até 2012. E esta semana, Luca de Montezemolo, o presidente da Ferrari, e o representante máximo da FOTA no inicio do ano (agora o cargo pertence a Martin Withmarsh, da McLaren) recordou-nos disso, ao afirmar numa entrevista feita ao Autosport inglês que caso não se mude certas atitudes até 2012, a marca do Cavalino Rampante pode abandonar a Formula 1.
"Quero melhorar a Formula 1 entre agora e 2012, quando assinaremos um novo Pacto da Concórdia. Senão, teremos motivação em outro lugar", começou por dizer. "Fui a Le Mans e fiquei impressionado. Não podemos aceitar as enormes disparidades existentes entre os pilotos, a imprensa e o público. No passado, as grelhas de partida estavam cheios de meninas bonitas, mas agora fazem lembrar um campo de concentração. Precisamos superar isso.", declarou.
Nessa entrevista, o patrão da Ferrari refere que deve haver um equilibrio em termos de tecnologia e espectáculo, sob pena de perder peso perante outras disciplinas do automobilismo: "Dantes testava-se em qualquer altura, agora não há testes para ninguém. Há que haver um equilíbrio pois parece-me que se foi longe demais. Temos de olhar pelo espectáculo. Parece-me que a FIA está agora mais aberta para o começo de uma nova era. São precisas ideias novas onde é preciso englobar tecnologia, desempenho e pesquisa. Temos de reduzir os custos sem perder os elementos mais atraentes da disciplina".
E refere ainda o capitulo do preço dos bilhetes, demasiado caros na sua opinião: "Precisamos de ter bilhetes a este preço? Hoje em dia, um jovem casal pode dar a volta ao mundo por menos dinheiro do que custa ver o GP de Itália nos lugares VIP. Acha justo?", afirmou.
Já tinha lido um discurso semelhante há umas semanas, quando Carlos Ghosn, o presidente da Renault, também colocava dúvidas sobre a viabilidade da Formula 1, principalmente no caso das novas tecnologias ambientais. "Há grandes desafios sobre o quão justo é isso e como podemos aliar a Formula 1 com o compromisso ambiental. Você pode deixar de emitir gases nocivos combinado com alta tecnologia? Essas são algumas das questões na Formula 1", dizia Ghosn a 24 de Novembro passado, numa altura em que a continuidade da equipa era colocada em causa. Se no caso de Ghosn, o pretexto era aliar a categoria máxima do automobilismo com a promoção de energias limpas, as declarações de Montezemolo podem também apontar nesse sentido.
Mas para quem acompanhou de perto a luta entre FOTA e FIA, recorda-se certamente que em muitos aspectos, isto era um luta de poder. Poder em termos de controlo de regulamentos, no tecto orçamental e na introdução ou não de novas tecnologias, de perferência que funcionem (e não o fracasso que foi este ano o sistema de recuperação de energia KERS) e mais importante, a divisão do bolo orçamental. Como todos sabem, metade dos lucros vão para a FOM (Formula One Management) que lida com as negociações televisivas e dos proprietários do circuitos, em acordos ditos "leoninos", onde Bernie Ecclestone, o homem que está à frente da FOM, faz os acordos que quer, ao preço que quer, aumentando à percentagem que quer, a cada ano. E essa fatia do bolo, que a partir de 2010 será dividido por treze, em vez dos dez existentes em 2009, Montezemolo (e as restantes equipas) ambicionam.
Mesmo com todos os dados em cima da mesa, e do qual qualquer um pode interpretar como quiser, uma coisa é certa: a Formula 1 entra numa encruzilhada, no ano em que comemora o 60º ano da sua existência. É uma crise de meia idade, como diz o Luiz Fernando Ramos, o Ico, no seu mais recente post. E ele também diz outra coisa, e passo a citar: "Como eu já coloquei diversas vezes aqui no blog e falei na rádio: o acordo costurado esse ano é apenas um cessar-fogo no front. A guerra, porém, continua, mas agora no campo da diplomacia." E temos mais três temporadas para que estes problemas sejam solucionados. Cabe a Jean Todt, um ex-homem da Ferrari, e agora o novo homem á frente da FIA, levar este barco a bom porto.
Mas Ecclestone não é esquecido. Montezemolo não o deixa passar em claro: "Ao lado de Bernie Ecclestone, sou a pessoa mais antiga no paddock e ambos partilhamos a mesma paixão geniuna pela modalidade". Ora, sabendo que Bernie fará 80 anos em 2010 e como já referi atrás, a sua influência é grande, haverá sempre alguém que desejará aquilo que o "anãozinho tenebroso" controla neste momento...
Recordar o automobilismo em Angola
Confirma-se: Piquet Jr. na Campos Meta era "broma"
segunda-feira, 28 de dezembro de 2009
A capa da semana no Autosport
"Broma del dia": Nelson Piquet Jr. na Campos!
Mas, de novo: caso esta noticia não seja "broma", será a repetição de algo que aconteceu duas vezes na história da Formula 1. A primeira foi em 1991 na equipa Benetton, com Nelson Piquet Sr. e seu grande amigo pessoal, Roberto Moreno. Começaram a temporada juntos até ao GP da Belgica, quando Flávio Briatore "despachou" Moreno para colocar um jovem alemão chamado Michael Schumacher. Quatro anos depois, em 1995, a então novata Forti Corse foi buscar Moreno para se juntar ao novato Pedro Paulo Diniz. Em ambos os casos, não duraram mais do que uma época.
Extra-Campeonato: Playboy em saldo ou o começo do fim?
domingo, 27 de dezembro de 2009
Dakar 2010: O duelo Volkswagen vs Mitsubishi
A Volkswagen é a clara favorita para esta prova. A sua equipa oficial terá cinco carros, para o espanhol Carlos Sainz, o sul-africano Giniel De Villiers, o americano Mark Miller, o qatari Nasser Al Attyah e o brasileiro Mauricio Neves. O seu director técnico, o dinamarquês Kris Nissen, refere que os enisamentos dos últimos anos irão ser um factor decisivo: "O Race Touareg foi especilmante revisto para este Dakar, depois dos ensinamentos da edição de 2009. aliás, penso que o nosso ponto forte será mesmo a experiência que adquirimos com a nossa presença no Todo o Terreno, que nos dá outra tranqulidade", declarou à Autosport portuguesa.
No lado da Mitsubishi, depois da retirada da equipa oficial, em 2008, o seu director, Dominique Serieys adquiriu, em conjunto com Nicolas Misslin, toda a estrutura de criou a JMB Stradale Off Road Team. Tal como acontece na Volkswagen, vão ter cinco carros presentes, dois deles para pilotos portugueses: Carlos Sousa e Miguel Barbosa. Os outros três vão para Misslin, o argentino Orlando Terranova e o brasileiro Guilherme Spinelli. Estes modelos a gasolina terão uma admissão de 32 mm, contra os 34 mm dos Touareg a Diesel, que darão à partida uma desvantagem de 30 cavalos e 25 km/hora de velocidade de ponta.
Mas Carlos Sousa não se amedronta com isso. "Tenho como objectivo terminar o Dakar 2010 num dos dez primeiros lugares, mas admito que, em algumas etapas, também gostava de me intrometer entre as equipas oficiais", começou por dizer o piloto português, que comemorará em 2010 os 20 anos de carreira e vai participar no seu 12º Rali Dakar. E o piloto português é uma aposta do seu director para este rali: "Com a sua experiência, as suas capacidades técnicas e o seu ritmo, o Carlos Sousa é, naturalmente, um dos pilotos que pode conseguir o melhor resultado para a JMB Stradale. Apesar do valor dos restantes pilotos, a verdade é que ele tem tudo para ser a nossa grande aposta neste ano de estreia", declara.
Já Miguel Barbosa, o outro piloto português nesta equipa, tem também objectivos ambiciosos para esta edição: "Depois de ter feito duas edições do Lisboa - Dakar em África é óbvio que tenho alguma expectativa daquilo que poderá vir a ser a prova deste ano na Argentina e no Chile. Depois do que tive oportunidade de assistir na edição do ano passado, estou certo que a prova será um sucesso mas também extremamente dura para pilotos e máquinas", começou por dizer.
Quanto ao seu objectivo, a resposta é simples: "Terminar no top 10. Apesar de ser a nossa estreia na América do Sul estamos muito confiantes e optimistas. Sabemos que temos uma máquina extremamente competitiva e que estamos inseridos numa estrutura altamente profissional e motivada", continuou.
Youtube Le Mans Classic: A edição de 1969
Semana que vêm, começarei a colocar uma série de posts sobre a vida e a carreira de Jacky Ickx, que no Dia de Ano Novo comemorará o seu 65º aniversário natalicio. O piloto belga, que tem numa das carreiras mais completas da história do automobilismo, mas o seu primeiro grande feito foi a sua vitória na edição de 1969 de Le Mans, a bordo do Ford GT40 da John Wyer Automotive, ao lado de Jackie Oliver.
A edição de 1969 foi especial, por vários motivos. A começar pelo facto de nesse fim de semana, a largada ter sido antecipada em duas horas porque nesse fim de semana havia eleições presidenciais, onde se iria escolher o sucessor do lendario Charles de Gaulle, que se tinha demitido algumas semanas antes. Em termos de corrida, era a estreia de um modelo que iria ficar na história da Endurance: o Porsche 917. Conta-se a lenda que a marca alemã esteve perto da falência, pois todo o dinheiro disponivel na altura tinha sido usado para construir os 25 modelos, que era minimo requerido para a holmologação do modelo para poder competir. E que para recuperar esse dinheiro, aceitaram as inscrições de pilotos como o "gentleman driver" inglês John Woolfe.
O 917 tinha um problema: era altamente instável, sobretudo em curvas. Não só devido ao facto de ter um motor na traseira, como também ser demasiado comprido, favorecendo essa instabilidade. Nesse ano, decidiram instalar um "aileron" móvel, que ia em choque com os regulamentos que a FIA tinha regulado algumas semanas antes. Houve tensões entre os dois lados, com a marca de Estugarda a ameaçar retirar-se da competição. Contudo, a FIA cedeu acabou por ser permitida a sua entrada, e a Porsche, em troca, decidiu correr com motores de 3 Litros, em vez dos previstos motores de 5 Litros. A mesma coisa tinha acontecido à Ferrari, que tinha colocado um dispositivo aerodinâmico na janela traseira.
A lenda de Ickx em Le Mans começou com um gesto no momento da partida: enquanto que todos corriam para os seus carros, largando o mais rapidamente possivel, o piloto belga, então com 24 anos, esperou para que todos entrassem e partissem com os seus carros, caminhou calmamente para o seu, apertou o cinto sem pressas e arrancou. Perante 250 mil espectadores. Alguns minutos mais tarde, John Woolfe terminava a sua existência carbonizado dentro do seu Porsche 917, na zona da Maison Blanche, perto da meta, pois tinha perdido o controle do seu carro. O depósito de gasolina, cheio, tinha sido projectado com a violência do choque e atingira em cheio o Ferrari de Chris Amon. O neozelandês saiu ileso, mas a sua corrida terminava ali. No final, depois da vitória épica de Ickx sobre o Porsche 908 de Hans Hermann (os dois cortaram a meta por 120 metros de diferença, a mais curta de sempre), a largada tradicional era definitivamente abandonada.
Aqui coloco as duas primeiras partes de um documentário chamado "La Ronde Infernale" sobre a edição desse ano. Contêm entrevistas com pilotos como Chris Amon, Mike Hailwood, Vic Elford, que conduzia um dos Porsches, e os chefes de equipa da Porsche, Rico Steineman, da John Wyer Racing, David Yorke (John Wyer tinha ficado em casa para cuidar da sua mulher, doente) e da Ferrari, Mike Parkes. E ainda tem um momento onde se mostra o actor americano Steve McQueen, a fazer os preparativos para o seu filme, que iria rodar no ano seguinte. E no primeiro filme ainda se vê, num instante, o carro de John Woolfe no final da larga recta, momentos antes de de despistar fatalmente na zona da Maison Blanche...
sábado, 26 de dezembro de 2009
Extra-Campeonato: O atentado frustrado de hoje
A diferença entre a fortuna e o desastre pode estar em pequenas coisas. E no caso desta manhã, foi o facto do mecanismo de activação desses explosivos, trazidos por um nigeriano de 23 anos, ter falhado. Umar Farouk Abdul Mutallab, o bombista falhado, afirma pertencer à Al-Qaeda e recebeu-os do Yemen. Agora, está sob custódia do FBI.
Segundo a CNN, os passageiros do avião aperceberam-se das intenções do homem, tendo tentado imobilizá-lo. “Ouvimos um estrondo e todos ficamos em alerta. Vimos então chamas, alguns entraram em pânico mas dirigiram-se à zona de onde vinham as chamas com cobertores e extintores. Foi maravilhoso porque todos colaboraram”, disse um dos 289 passageiros do avião, um modelo Airbus A330.
Limites? Só na mente
Depois de ter terminado o seu contrato com a BMW no Mundial WTCC de Turismos, Alex Zanardi não para de experimentar coisas novas. A sua última façanha coloca-o em Monza, onde experimentou uma moto BMW de 1100 cc no mitico circuito italiano.
Devidamente adaptada a mota para as suas limitações, Zanardi mostra mais uma vez a sua rapidez. E também demonstra que, com força de vontade, os unicos limites que podem existir estão dentro das nossas cabeças. Um grande exemplo, sem dúvida.
Já agora, quem me mostrou isto foi o Dú Cardim, através do Twitter. Só posso agradecer pela dica!
sexta-feira, 25 de dezembro de 2009
O alerta de Hakkinen a Schumacher
"A sua vida vai mudar e terá de voltar a dedicar-se à Formula 1, sem garantia de sucesso. Desde 2006 os pneus, os motores e os monolugares mudaram muito, quase tudo se alterou", começou por referir Hakkinen. "Há muito trabalho pela frente mas não há duvidas de que as vitórias não irão surgir com a mesma velocidade com aconteciam antes", alertou.
Contudo, o antigo piloto, agora com 41 anos, reconheçe que este regresso é bom para a modalidade. "É um belo presente para os adeptos, vai-se voltar a falar de forma positiva da Formula 1 no mundo inteiro, já que este ano não correu nada bem", concluiu.
USF1 mostra-se no Youtube
Neste dia de Natal, recebo uma interessante prenda de Natal via F1 Around, do Becken Lima. A USF1, que anunciou aos quatro ventos a sua parceria com Chad Hurley, um dos co-criadores do Youtube, acabou de inaugurar o seu canal oficial no famoso portal de videos. E lá mostram três coisas: entrevistas aos co-fundadores, e este video que coloco aqui em cima, acerca de uma visita á fábrica de charlotte de alguns delegados da FIA, um deles, pensa-se, é Nick Craw.
De uma certa forma, neste dia de Natal, é mais uma prova de vida por parte de Ken Anderson e Peter Widsor. Agora falta o essencial: pilotos, publicidade e chassis. E enquanto não os vir alinhados na grelha no próximo mês de Abril no Bahrein, continuarei a ter dúvidas sobre a sua participação.
O piloto do dia - Wilson Fittipaldi
Nascido a 25 de Dezembro de 1943 em São Paulo, é o primeiro filho do casal Wilson “Barão” Fittipaldi, jornalista da Rádio Panamericana, entusiasta do automobilismo e um dos criadores das Mil Milhas de Interlagos, em 1956, e de Juzy Fittipaldi, de origem checa, e também competidora no final da II Guerra Mundial. Cedo os pais levavam, quer Wilson, quer o seu irmão mais novo, Emerson Fittipaldi, a Interlagos, que era uma das “Mecas” do automobilismo brasileiro, e ganharam o bicho do automobilismo.
Cedo começaram a movimentar-se nas oficinas, e quando quiseram começar as suas carreiras, e enfrentando a relutância do pai, decidiram construir um negócio de peças de automóvel, nomeadamente volantes, com o objectivo de obter dinheiro para comprar carros de competição. As suas habilidades mecânicas permitiram ganhar-lhes experiência em montar e melhorar os chassis em que corriam, fossem eles carros de Turismo, karts ou Formula Vê, o primeiro campeonato de monolugares do Brasil. Começou a correr aos 13 anos, em karts, e aos poucos mostrava o seu talento, que combinado com a sua paixão pela mecânica, lhe deu um lugar na equipa oficial da Willys, uma das melhores do Brasil. Os seus adversários eram a nata do automobilismo do seu tempo: José Carlos Pace, Luiz Pereira Bueno, Ricardo Achcar, Bird Clemente, Bob Sharp, entre outros…
Em 1966, Wilson parte para a Europa, no sentido de disputar o campeonato local de Formula 3. Contudo, a aventura não dá certo (anos depois, o próprio Wilson diria que a culpa foi da Willys, que o queria de volta ao Brasil…) e regressa no final daquele ano, onde ajuda a construir e desenvolver um chassis de Formula Vê, com muito sucesso. Era o Fitti-Vê, e o seu irmão mostra-se, vencendo corridas nessa categoria a partir de 1967. Quando o seu irmão Emerson parte para a Europa, em 1969, para disputar a Formula 3, Wilson decide ficar, pois já era um homem casado e prestes a constituir família. Contudo, com o meteórico sucesso do irmão, que o coloca em menos de dois anos na Formula 1, Wilson parte uma segunda vez para Inglaterra, onde corre na Formula 3 britânica, pela Jim Russell Drivers School.
Desta vez, a segunda aventura tem sucesso. Vence algumas provas, conta pilotos de calibre e que irá competir anos mais tarde, como o seu compatriota José Carlos Pace, o “Môco”, Dave Walker e James Hunt, entre outros, e em 1971, passa para a Formula 2 europeia, onde consegue como seu melhor resultado um terceiro lugar no circuito de Hockenheim, que combinado com outros resultados, lhe dará o quinto lugar desse campeonato. Nessa altura, tinha estabelecido a Team Bradhal-Fittipaldi, onde o seu irmão fazia parelha ao volante de um chassis Lotus. Emerson venceu três corridas, mas elas não contavam, pois ele já era piloto oficial da Lotus na Formula 1.
Contudo, estes resultados foram mais do que suficientes para Wilson obter a sua chance de correr na Formula 1, ao serviço da Brabham. Já tinha tido uma primeira experiência, ao correr num Lotus 49 no GP da Argentina de 1971, numa prova extra-campeonato, mas é nesse ano de 1972 que se dedica à correr na categoria máxima do automobilismo. Graças ao apoio de patrocinadores como o freios Varge a Bradhal, compra uma vaga na Brabham. Primeiro no GP do Brasil desse ano, prova extra-campeonato onde termina no terceiro posto, depois de ultrapassar o seu irmão na partida, e finalmente no GP de Espanha de 1972, estreava-se oficialmente na categoria máxima do automobilismo, terminando a corrida na sétima posição, enquanto via o seu irmão subir ao lugar mais alto do pódio, na primeira das cinco vitórias daquele ano de caminhada para o seu primeiro título mundial. E essa seria também a primeira corrida na Formula 1 onde dois irmãos competiriam em simultâneo.
No final dessa temporada, Wilson só teve como melhores resultados dois sétimos lugares, enquanto que o seu irmão conquistava o título. Na Formula 2, Wilson continuava a competir, subindo por duas vezes ao pódio, e terminando na 12ª posição. No ano seguinte, na Brabham, marca pontos na primeira prova do ano, o GP da Argentina, prova ganha pelo seu irmão. Pela primeira vez na história, dois irmãos terminavam uma corrida nos pontos. Wilson fora sexto classificado. A história repete-se poucos meses depois, no GP da Alemanha, quando ele termina na quinta posição, à frente do seu irmão, e ambos atrás de José Carlos Pace, no seu Surtees. Não só foi o melhor resultado de Wilson, mas também foi a primeira vez que três brasileiros pontuavam numa mesma corrida. Contudo, no final do ano, não fica na Brabham.
Em 1974 faz um ano sabático, competindo apenas no GP de Brasília, ao volante de um Brabham. Mas por esta altura já está envolvido no projecto de construção de um Formula 1 brasileiro. Com a ajuda da Copersucar, a estatal brasileira do açúcar, Wilson monta o primeiro chassis brasileiro, projectado por Ricardo Divila. Baptizado de FD01 (Fittipaldi-Divila), estava pronto para competir na primeira corrida do ano, na Argentina. Wilson iria guiá-lo nessa temporada, mas o primeiro chassis só durou 13 voltas em Buenos Aires. Na corrida seguinte, em Interlagos, o chassis foi modificado, passando a ser o FD02, mas os resultados não melhoraram muito, pois só terminaram corridas por cinco vezes, tendo como melhor resultado um decimo lugar em Watkins Glen. Findo isso, Wilson largou o volante de vez e foi tomar conta da equipa. O seu sucessor? O irmão Emerson.
A sua carreira na Formula 1: 38 Grandes Prémios, em três temporadas (1972-73, 1975) três pontos.
Passada a sua carreira como piloto, começava a sua carreira como director de uma equipa de Formula 1. Entre 1976 e 1982, a Cpoersucar não vence corridas, consegue três pódios e 44 pontos no total. Apesar de terem passado técnicos, engenheiros e pilotos de calibre mundial, como Keke Rosberg, Harvey Postletwaithe, Adrian Newey, e de em 1980 terem comprado o espólio da Wolf, a falta de resultados relevantes e a hostilidade de algum público no Brasil fez desgastar mentalmente os dois irmãos. Com a perda de patrocínios e as dívidas a acumularem-se, a aventura brasileira na Formula 1 termina no final da temporada de 1982. Falido e desgastado, Wilson afasta-se da competição por uns tempos, para cuidar das plantações de laranjas que a sua família tinha em Araquara, no interior de São Paulo, enquanto que Emerson parte para a aventura americana, revitalizando a sua carreira com duas vitórias nas 500 Milhas de Indianápolis e o título da CART em 1989, o primeiro estrangeiro a consegui-lo. Entretanto, com o seu filho Christian a prosseguir uma carreira automobilística, o pai Wilson volta aos meandros da competição, já que a sua fazenda prosperava com as vendas para os Estados Unidos.
Actualmente, Wilson gere uma firma de construção naval, a Fittipaldi Yachts onde, tal como tinha acontecido 35 anos antes com a Copersucar, coloca o Brasil num mercado importante como a construção naval de barcos de recreio. Nas horas livres, ele e o seu irmão Emerson ainda matam saudades da condução, correndo numa das últimas vezes em 2008 no campeonato brasileiro de GT3, a bordo de um Porsche 997. E recebem as homenagens de um público agradecido à família pelas contribuições que deram ao automobilismo brasileiro, especialmente no capítulo da Copersucar.
Fontes:
http://en.wikipedia.org/wiki/Wilson_Fittipaldi_J%C3%BAnior
http://f1database.blogspot.com/2009/05/piloto-em-questao-wilson-fittipaldi.html
http://www.terra.com.br/istoedinheiro/424/negocios/fittipaldi.html
quinta-feira, 24 de dezembro de 2009
Feliz Natal a todos!
Belo cartão, hein? Vi-o primeiro no Sport Protótipos, do Joel Cesetti, que por sua vez foi buscar aos americanos da Sports Car Digest. É o ideal para o "petrolhead" que há dentro de nós.
quarta-feira, 23 de dezembro de 2009
O regresso de Schumacher, explicado pelo próprio
Sobre o problema no pescoço que impediu o regresso em Agosto pela Ferrari:
Sobre os objectivos para 2010:
O que terás mais a provar, Michael Schumacher?
O contrato foi assinado em Brackley, a sede da ex-Brawn GP, nesta terça-feira e terá a duração de um ano. Tal decisão não sei se vai ser tão festejada ou comentada como aconteceu em Agosto, quando a Ferrari anunciou o seu regresso - que se revelou abortado – no intuito de substituir o acidentado Felipe Massa. É certo que 90 por cento dos seus adeptos festejam o seu regresso, julgando que voltarão a ver o velho Schumacher do passado, pensando que ainda tem 30 anos e que só a sua presença será o suficiente para impor respeito face a pilotos como Lewis Hamilton, Fernando Alonso ou Sebastien Vettel.
Mas reparem: Schumi é quase 17 anos mais velho que “Seb”, por exemplo. E poderia passar perfeitamente por “pai” de Jaime Alguersuari, pois o piloto espanhol nasceu em 1990, na altura em que o heptacampeão alemão já corria no Mundial de Sport-Protótipos, ao serviço da Júnior Team… da Mercedes, ao lado de Karl Wendlinger e Heinz-Harald Frentzen.
É certo que não regressa pelo dinheiro, pois aparentemente aceitou uma proposta a rondar 3,5 milhões de dólares para correr durante uma temporada, e depois teria logo a seguir um cargo como “embaixador” ou “conselheiro” da Mercedes. É certo que em 2010 volta a sua já lendária parceria com Ross Brawn, o homem que o ajudou em muita da sua carreira, primeiro na Benetton e depois na Ferrari. Se vai ser igual a Lance Armstrong, outra lenda desportiva que, depois de vencer por sete vezes consecutivas o “Tour de France”, foi-se embora, mas regressou à competição pouco depois, mantendo a sua forma, iremos ver. Se conseguir vencer corridas depois deste regresso, pois sabe que á partida terá um bom carro à sua espera, ainda ganhará mais um capítulo à sua já gloriosa carreira, salpicada com episódios negros sobejamente conhecidos de todos nós.
Mentalmente, este regresso está a impor-me a seguinte pergunta: o que quererá provar com este regresso? Que continua competitivo aos 41 anos? Que será a carta para dar à Mercedes, ex-Brawn GP, uma hipótese de revalidar o título de campeão de Construtores? E poderemos contar Schumi para um “Octa”? E os ardentes “tiffosi” da “casa di Maranello”, como reagiriam a tal coisa? Passariam a tratá-lo como traidor?
São perguntas cuja resposta só será respondida nas semanas e meses que se seguem. Mas à medida que cada peça do “puzzle” começa a ser colocada na temporada de 2010, mais se começa a desenhar uma constelação impar na história da Formula 1. E sei que neste momento há alguns homens felizes, e sim, Bernie Ecclestone veio à minha mente. Sim, deve pensar no dinheiro extra que vai receber em 2010 só com este regresso...
terça-feira, 22 de dezembro de 2009
As dúvidas de Bernie Ecclestone, e as devidas respostas
As dúvidas levantadas pelo Tio Bernie não são novas. Elas existem há muitos meses, e já foram devidamente dissecadas. Não é secreto que, no caso da USF1, existe pessoal que goza com a situação, pois nos lados de Charlotte, a sede da fábrica, não há qualquer facto concreto, para além das instalações em si e um monte de noticias sem confirmação oficial. Mas nos últimos dias, a USF1 começou a responder a algumas dessas dúvidas. Primeiro, apareceu uma foto do chassis, e depois, esta tarde, Peter Windsor respondeu categoricamente às dúvidas, afirmando: "Tudo está indo bem e estaremos preparados para o próximo ano. Terminamos o chassis e agora tudo está na mão da Cosworth", afirmou à BBC Sport.
Quanto a patrocinios e pilotos, a USF1 continua a fazer mistério: "Estamos tentando encontrar os melhores pilotos possíveis. Não há pressa. Haverá o momento em que anunciaremos os pilotos na fábrica e isso acontecerá em Janeiro." O nome do argentino José Maria Lopez é o mais referido, embora no final da semana passada se voltou a falar no veterano piloto austriaco Alexander Wurz.
Já no lado da Campos, como o carro é feito este ano pela Dallara, e Adrian Campos já anunciou Bruno Senna na equipa, é certo que neste caso haja mais certezas do que dúvidas sobre o seu alinhamento no Bahrein. Falta o segundo piloto e patrocinadores, mas creio que nas próximas semanas, boa parte dessas questões terão resposta. Mas pelo que se lia na semana passada, as coisas não encaminhavam assim. O Becken Lima, do blog F1 Around, mostrava uma declaração vinda do site oficial do Antonio Lobato, o mais conhecido dos jornalistas espanhois na Formula 1, onde falava das dúvidas que pairavam sobre a equipa sediada em Murcia:
“... sobre a Campos Meta seguiremos esperando avanços com os dedos cruzados. Há uma necessidade imperiosa de dinheiro e uma seca escandalosa de patrocinadores. O tempo corre e no entanto permanecem muitas coisas por fazer. Falta fechar acordo com um piloto, que não será Pedro [de La Rosa], mas esse é o menor dos problemas. Precisam montar a estrutura da equipa, seguir com contratações, começar a pensar na logística dos Grande Prémios, manter 'pé a fundo' no desenvolvimento do carro e pagar a todos os fornecedores. Mas acima de tudo, necessitam de patrocínio, dinheiro fresco porque para porem os carros no Bahrein com garantia de seguir adiante ainda faltam muitos milhões.”
As dúvidas são legitimas? Pois são, certamente. O próprio Becken critica o facto da USF1, que se afirmava ter o apoio de Chad Hurley, um dos co-fundadores da Youtube, e de ter dito que ia ter uma atitude dita "diferente" das outeas equipas, faz exactamente o contrário. Ele dá como exemplos, o facto do site não estar ainda em funcionamento e de não haver um canal próprio no Youtube. Aliás, existem mais videos a gozar do que a mostrar as instalações da equipa...
A entrevista a Alvaro Parente
"UM PASSO EM FRENTE!"