sábado, 31 de outubro de 2009
Lembrando Greg Moore, dez anos depois
Formula 1 - Ronda 17, Abu Dhabi (Qualificação)
sexta-feira, 30 de outubro de 2009
Formula 1 - Ronda 17, Abu Dhabi (Treinos)
De manhã, Hamilton demonstrou a velocidade do seu McLaren ao efectuar a sua melhor volta em 1.43,939 segundos, batendo o campeão Jenson Button por apenas 0.096 segundos. Sem a pressão de lutar pelo título, que já o conquistou, o homem da Brawn GP parece surgir bastante motivado, rodando sempre os da frente. Sebastian Vettel ficou com o terceiro melhor tempo, no Red Bull, mas já a mais de dois décimos de segundo, ficando pouco à frente do outro Brawn, o de Rubens Barrichello.
Na última corrida da BMW na Fórmula 1 (e possivelmente, também da Sauber), Nick Heidfeld comprovou as melhorias do monolugar de Hinwill, rubricando o quinto melhor tempo, na frente de Sebastien Buemi, também ele muito motivado após as últimas exibições da Toro Rosso. Em claro contraste, Kimi Raikonnen e Giancarlo Fisichella não fizeram grande coisa com os seus Ferrari, conseguindo respectivamente o 15º e o 18º tempos, a mais de dois segundos de Hamilton.
Na sessão da tarde, foi a vez de Heikki Kovalainen a cotar-se como o piloto mais veloz da segunda sessão de treinos livres, logo seguido pelo seu companheiro Hamilton. O piloto finlandês registou como melhor tempo da sessão em 1.41,307 segundos, batendo Hamilton por 0.197 segundos.
Jenson Button, o novo campeão do mundo, repetiu o bom desempenho da primeira sessão, rubricando o terceiro melhor tempo, a 0.234 segundos de Kovalainen, ficando logo à frente de Sebastian Vettel, com o seu Red Bull. O japonês Kamui Kobayashi continua a demonstrar boas capacidades, ao conseguir o quinto tempo da sessão, no seu Toyota. Já a Ferrari melhorou um pouco mais, mas não muito. Kimi Raikonnen ficou no décimo posto, a 0.680 centésimos de Kovalainen, enquanto que Giancarlo Fisichella fez o 17º melhor tempo, imediatamente atrás de Fernando Alonso, que foi 16º.
A seguir vem a qualificação, amanhã à tarde. Normalmente é o definidor do fim de semana, veremos como todos se comportarão neste circuito novo para todos...
Rumor do Dia: GP de Portugal em 2010?
A questão vai ser debatida no próximo dia 11 de Dezembro, em Monte Carlo, e fala-se que as conversações avançam desde finais de 2008. Não me surpreende, pois é desde essa altura que oiço essse tipo de noticias, vindo de algumas personagens interessantes... No entanto, o acordo ainda não foi possivel porque, entre várias coisas, a FOM quer que o Estado pague os cerca de 20 milhões de euros por ano que chegaria para sustentar o GP de Portugal. Pode ser muito dinheiro, mas os dividendos seriam muito maiores.
Também há outra boa razão por detrás disto: Portugal e Espanha apresentaram esta semana a sua candidatura ao Mundial de 2018 ou 2022. A ideia de ter a Formula 1 em Portugal também passaria por aí: organizar grandes eventos como preparação para um evento maior, que seria o Mundial. Como a Espanha já tem duas corridas, ter um GP de Portugal significaria que a Peninsula Ibérica teria três corridas. E como se fala insistentemente que em 2010 teremos Alvaro Parente na categoria máxima do automobilismo, isso pode ser uma mais-valia... Veremos.
quinta-feira, 29 de outubro de 2009
Noticias: Bruno Senna assinou pela Campos
A imprensa brasileira diz que o sobrinho de Ayrton Senna asinou no último Domingo, em Murcia um acordo duas temporadas, e não vai trazer qualquer patrocinador consigo, ao contrário do que foi especulado nos últimos meses, dadas as dificuldades que a equipa de Adrian Campos tem de arranjar dinheiro para colocar a sua equipa de pé. O anuncio oficial desta contratação acontecerá dentro de algumas horas ou alguns dias.
Ainda não se sabem quem vai ser o seu companheiro de equipa, mas tudo indica que o espanhol Pedro de la Rosa será o seu companheiro de equipa. Actualmente com 37 anos, de la Rosa é piloto de testes da McLaren, embora não corra oficialmente desde o final de 2006, quando substituiu Juan Pablo Montoya na McLaren.
Os salários dos pilotos
Kimi Raikonnen, campeão do mundo de 2007, é o piloto mais bem pago da formula 1 actual, auferindo cerca de 45 milhões de dólares por ano, seguido pelo campeão de 2008, Lewis Hamilton, que leva para casa... apenas 18 milhões. Como Kimi é um homem livre a partir do próximo Domingo, e como se fala que ele poderá ir para a McLaren, certamente se ele quiser ir ter a Woking e ser companheiro de equipa de Hamilton, provavelmente terá de abdicar de uma boa parte do seu milionário salário... e a Ferrari livra-se de um grande encargo! Isto é, desde que Fernando Alonso não tenha uma bolsa bem grande. Já agora, o piloto espanhol leva 15 milhões de dólares por ano da Renault.
Quanto a Felipe Massa, ganha somente oito milhões de dólares por ano. Apesar de ganhar seis vezes menos que o seu companheiro de equipa, garantidamente é tão talentoso do que o finlandês, pelo menos até ao acidente da Hungria. Veremos se o regresso em 2010 mostrará se ele manterá a chama anterior... Já Sebastien Vettel ganha seis milhões de dólares por ano, mas certamente que com o tempo, esse valor será aumentado.
O campeão do mundo de 2009, Jenson Button, ganha cinco milhões. Certamente, esse salário foi bastante cortado devido aos problemas existentes na pré-época anterior, quando a Honda abandonou a Formula 1 e Ross Brawn tomou conta das operações, criando a equipa vencedora do Mundial de construtores. Quanto ao seu companheiro, Rubens Barrichello, ganha somente... um milhão de dólares por ano.
Na lista, existem quatro pilotos que não recebem salário. Aliás, são pagos para correr! Adrian Sutil, Kazuki Nakajima (certamente a Toyota paga a sua parte), Romain Grosjean e Vitantonio Liuzzi não auferem qualquer vencimento em 2009.
Eis a lista completa, com os valores em dólares:
1. Kimi Raikkonen (Ferrari), 45 milhões de dólares
2. Lewis Hamilton (McLaren-Mercedes), 18
3. Fernando Alonso (Renault), 15
4. Nico Rosberg (Williams-Toyota), 8,5
5. Felipe Massa (Ferrari), 8
6. Jarno Trulli (Toyota), 6,5
7. Sebastian Vettel (Red Bull-Renault), 6
8. Mark Webber (Red Bull-Renault), 5,5
9. Jenson Button (Brawn GP-Mercedes), 5
10. Robert Kubica (BMW Sauber), 4,5
11. Heikki Kovalainen (McLaren-Mercedes), 3,5
12. Nick Heidfeld (BMW Sauber), 2,8
13. Timo Glock (Toyota), 2
14. Giancarlo Fisichella (Force India-Mercdes/Ferrari), 1,5
15. Sébastien Buemi (Toro Rosso-Ferrari), 1,5
16. Rubens Barrichello (Brawn GP-Merceses), 1
17. Jaime Alguersuari (Toro Rosso-Ferrari), 500 mil
18. Vitanonio Liuzzi (Force India-Mercedes), -
19. Adrian Sutil (Force India-Mercedes), -
20. Romain Grosjean (Renault), -
21. Kazuki Nakajima (Williams-Toyota), -
Oficial: Nico Rosberg sai da Williams
"Esta será a minha última corrida pela Wiliams. É um pouco estranho, depois de quatro bons anos com a equipa, sair, porque construí boas amizades com toda a gente. Quero igualmente agradecer à equipa, por tudo o que fizeram por mim, especialmente ao Sir Frank Williams, Adam Parr, Sam Michael e Patrick Head, pelo apoio que me deram ao longo destes anos. Um grande bem haja para eles. Agora não quero falar do meu futuro, somente dizer que não vou ficar na Williams.", referiu.
Filho de Keke Rosberg, e nascido a 27 de Junho de 1985 em Wiesbaden, na Alemanha, Rosberg chegou à Formula 1 em 2006, tendo conseguido logo na sua primeira corrida, o GP do Bahrein, um sétimo lugar, a volta mais rápida e uma ultrapassagem espectacular ao Red Bull de David Coulthard. No final da sua estadia na Williams, em 69 Grandes Prémios (cumpre o seu 70º nos Emirados), conseguiu 75.5 pontos, dois pódios (o melhor foi um segundo lugar no GP de Singapura de 2008) e duas voltas mais rápidas.
A 5ª Coluna desta semana
(...) "Mas não se pode ainda menosprezar Todt, nem achar que tudo vai ser do mesmo. A expectativa de saber como irá agir perante a FOTA é grande. Ele vai a Abu Dhabi para se reunir com todos os agentes da Formula 1, desde a FOTA até à GPDA, a associação de pilotos, todos pró-Vatanen, para informar das suas intenções relativamente ao futuro da Formula 1. Sendo um conhecedor do meio, pode ter uma maior abertura em relação aos assuntos que mais interessa. E as suas promessas de uma reforma no meio tem de ser cumpridas, para além de um maior diálogo com todos os agentes devem ser feitas, pois esta categoria anda farta de manobras de bastidores e decisões arbitrárias. Veremos como será 2010, um ano onde muito vai ser alterado em termos de regulamento e em termos de grelha de partida."
Para ler o resto do artigo, siga este link.
quarta-feira, 28 de outubro de 2009
Youtube Rally Classic: Rali RAC 1977
Esta recebi por mail vindo do Gonçalo Sousa Cabral, dono do programa 16 Valvulas. Na semana passada, como sabem, Sebastien Löeb venceu pela sexta vez consecutiva o título mundial de pilotos, num rali que tem garantido o seu lugar nos clássicos desta modalidade, a par de Montecarlo, Rali da Córsega, Sanremo, Acrópole, Safari e Portugal.
Hoje em dia, este é um rali como todos os outros, mas em 1977, tudo era diferente. Não falo tanto dos carros em questão neste video, como o Ford Escort Mark II, o favorito de todos, ou do Lancia Stratos de Sandro Munari (provavelmente uma das últimas aparições deste carro), ou o Toyota Celica e o Triumph TR7, mas pelos pilotos que lá aparecem: Bjorn Waldegaard (o vencedor do rali) Roger Clark, Ari Vatanen, Hannu Mikkola, Pentti Airikkala, no seu Vauxhall Chevette, entre outros. corridas quer nas classificativas públicas, aos quais os pilotos detestavam e chamavam de "Etapas Mickey Mouse", quer nas etapas de floresta, onde os navegadores só sabiam da classificativa no momento em que lá chegavam!
E com a melhor banda sonora de todos: os motores! Enjoy.
Rumor do dia: O regresso da Mini aos Ralies?
Desde o seu regresso, em 2001, pelas mãos da BMW, não se pensou fortemente numa versão de ralies, quer no WRC, quer nas novas categorias, como o Grupo N ou o S2000, onde estão o Skoda Fabia ou o Peugeot 206. Mas tudo isto pode mudar. A imprensa inglesa fala hoje que a Prodrive, de David Richards, pode estar a desenvolver uma versão de Ralies ao Mini Cooper, desconhecendo se será para o WRC, onde alinharia contra o Citroen C4 e o Ford Focus, ou na categoria S2000, contra os modelos referidos acima, e mais alguns que poderão estar a caminho, como o Ford Fiesta.
David Lapworth, o seu director técnico, escusou-se a tecer grandes comentários relativamente a este assunto, embora tenha deixado escapar ao site inglês autosport.com que será cada vez mais difícil guardar segredos deste tipo nos próximos meses:
"De momento não há nada para dizer, e até à próxima Primavera duvido que surja algo. Isto não é um comunicado oficial, simplesmente a minha visão das coisas neste momento. Vai ser difícil manter segredos nos próximos tempos, pois vai ser necessário envolver mais gente neste processo, a FIA, fornecedores, etc., e por isso tudo se irá saber muito antes de ser oficial.", referiu.
Sabendo-se que em 2011 teremos uma nova regulamentação em termos de WRC, pode ser que a partir dali existirão algumas certezas a esse respeito. Entretanto, a foto que ilustra este post, que saquei no Autosport português, foi colocada por sua vez num blog britânico por um incondicional adepto da Mini, com a simpática legenda: "Podemos sempre sonhar..."
Como subir o Pikes Peak sem piloto
Parece de loucos, mas não. Desde há alguns anos a esta parte se vêm investigando sobre a possibilidade de se construirem veiculos sem condutor, que serviriam para experiências extremas, como conduzir veículos do exército em caravana, evitando que os condutores caiam em emboscadas, por exemplo. Desde 2004 existe o DARPA Challenge, um concurso feito pelo Departamento de defesa dos Estados Unidos, com o objectivo de encontrar um veículo capaz de andar normalmente sem o uso do condutor. O que seria útil, por exemplo, quando o condutor estivesse cansado a adormecesse na estrada, por exemplo. Sim, as mortes na estrada podem diminuir em muito, caso haja sistemas destes em cada veículo, activadas em casos de emergência...
Mas aqui, eles tem esta ideia: usar um Audi TT-S modificado com o objectivo de fazer a rampa mais famosa do mundo, algo que a Audi já fez em 1985 e 1987, com um Quattro de Grupo B tripulado pelos míticos pilotos Michelle Mouton e Walter Rohrl. Boa sorte!
terça-feira, 27 de outubro de 2009
A campa de Jo Siffert
Enterrado em Friburgo, a sua cidade natal, o seu funeral foi seguido por mais de 50 mil pessoas, numa genuina manifestação de carinho por alguém que subiu a pulso no negócio do automobilismo, pois não tinha tantas posses como, por exemplo, Jo Bonnier, membro da mais poderosa familia de comunicação sueca, os Bonnier. Irónicamente, Bonnier iria morrer cerca de oito meses após Siffert, nas 24 Horas de Le Mans, em Junho de 1972.
De todas as campas de pilotos que já vi em fotos, gosto particulamente desta. Tão boa como por exemplo a da familia de Francois Cevert, em Valunay-Sur-Loire, ou a de Jochen Rindt, na Zentralfriedehof de Graz, na Austria. E não sou fã de cemitérios...
Noticias: Peter Sauber critico acerca das novas equipas
"Elas [as equipas] ainda não provaram nada e já perturbam os nossos planos para a próxima época. Talvez, as quatro [novas equipas] tenham os seus carros no Bahrein, mas irão ficar sem dinheiro em 2011", afirmou Sauber ao Blick, frustrado pelo facto da sua equipa, já com um historial bem conhecido no automobilismo poder vir a fechar portas devido a quatro equipas que inspiram bastantes dúvidas para o futuro.
A anunciada saída da BMW da formação deixou-o atrapalhado, e demorou tempo até que a Qadbak, uma organização financeira de origem árabe, mas com sede fiscal nas Ilhas Caimão. Entretanto, a formação não conseguiu assinar a tempo o Acordo de Concórdia, que lhe impediu de ficar com um lugar garantido na próxima temporada, fazendo com que a FIA abrisse uma nova inscrição, para qual a Lotus foi a escolhida. A FIA deixou em aberto a possibilidade de alargar o pelotão para 14 equipas, desde que tivesse o acordo unânime de todos, mas Williams e Campos vetaram a sua entrada. Consta-se que esta última assim fez para que a própria Qadbak fizesse uma oferta para "comprar" o seu lugar...
Mais um factor pelo qual se espera que a próxima pré-temporada seja quente.
Noticias: Glock não corre em Abu Dhabi
"Após analisarmos os conselhos médicos com Timo e seu agente, a equipa decidiu não correr riscos e colocar Kamui [Koboyashi] no carro. Ele teve uma boa performance no Brasil em circunstâncias muito difíceis, então estamos felizes que ele corra novamente.", afirmou John Howlett, patrão da Toyota.
O piloto japonês de 23 anos teve uma boa estreia na equipa em Interlagos, terminando a corrida na nona posição, mas a sua corrida combativa foi elogiada pelo principal chefe da Toyota, que considerou sua estreia como "impressionante".
"Acho que ele fez um trabalho muito bom. Ele ultrapassou Fisichella de forma arrojada e teve um desempenho realmente bom para se defender de Button, retomando a posição várias vezes. Impressionante para uma estreia", elogiou. "Temos que avaliar, mas diante deste desempenho, tenho que dizer que consideramos seriamente a hipótese de contratá-lo para 2010", completou o dirigente.
Já Glock não escondia a desilusão em não correr na prova final do campeonato de 2009: "Não foi uma decisão fácil, mas a cabeça falou mais alto que o coração. Há alguns momentos em que o piloto precisa compreender", lamentou. Glock vai a Abu Dhabi na mesma, mas no sentido de encontrar colocação para 2010. McLaren, Sauber ou uma das novas equipas são boas hipóteses para o piloto alemão de 27 anos, campeão da GP2 em 2007.
Extra-Campeonato: O imparável Sport Lisboa e Benfica
A unica excepção tem a ver com a Selecção Nacional, mas esta de momento está num processo dificil de apuramento, onde conseguiu com dificuldade e graças à ajuda de outros, a qualificação para o "playoff" contra a Bósnia-Herzegovina. Só lá para o meio de Novembro é que vai tentar resolver a sua situação, espero que favorável para as nossas cores, e que consigamos o passaporte para a Africa do Sul.
Mas a excepção de hoje tem a ver com o clube do qual sou adepto desde os meus nove anos: Sport Lisboa e Benfica. Desde que venceu o título de 1994, o clube mergulhou numa crise que demorou imenso a sair dela. Desde então, só conseguiu um título de campeão nacional, duas Taças de Portugal, uma Taça da Liga e uma Supertaça. O máximo que conseguiu em termos europeus foi uns quartos de final da Liga dos Campeões em 2006, onde caiu aos pés do Barcelona, que foi em frente para vencer o título daquele ano.
Desde há muito tempo que não conserva um treinador por mais do que um ano, um ano e meio. E já deu gigantescos tiros nos pés, como quando no final de 2000, correu com um jovem José Mourinho, poucos dias depois de um monumental vitória de 3-1 sobre o Sporting. E quem aproveitou isso tudo? Futebol Clube do Porto. Entre 1995 e 2009 só não ganhou em quatro ocasiões: dois para o Sporting (2000 e 2002) Boavista (2001) e o Benfica, em 2005.
Nesse periodo, o clube do Porto chegou ao pinaculo da Europa, vencendo consecutivamente a Taça UEFA (2003) e a Liga dos Campeões (2004) tudo graças ao dedo genial de José Mourinho. Em contraste, o Benfica arrastou-se por lugares mais ou menos secundários, chegou a nem participar nas competições europeias, esteve à beira do abismo graças às acções de um presidente, João Vale e Azevedo, um homem que se provou mais tarde ser um notório burlão. Neste momento está em Inglaterra, tentando evitar a todo o custo ser extraditado para Portugal onde iria cumprir várias sentenças, essencialmente por fraude e burla.
Mas aos poucos, parece que a maré mudou. O actual presidente, Luis Filipe Vieira, chegou ao poder em 2003, e o actual director desportivo, Rui Costa, uma velha glória do clube e que aprendeu muito a maneira como se gere em Itália (passagens por Fiorentina e AC Milan), gere o departamento desde que pendurou as botas em 2008. Esta época, depois de uma aposta mal sucedida em Quique Flores (irónicamente, namora com a modelo húngara Orsi Fehér, irmã do malogrado Miklos Fehér) decidiu fazer aquilo que é uma tendência nacional: apostar na "prata da casa".
Foram buscar ao Sporting de Braga um treinador de 55 anos chamado Jorge Jesus, com muita experiência na primeira e segunda divisão nacional, nem sempre com experiências bem sucedidas, mas que com os "Guerreiros do Minho", levou a equipa ao quarto lugar do campeonato, bem como a alguns feitos na Taça UEFA, chegando aos oitavos de final no ano anterior. Pegou em alguns dos jogadores, e apesar de ter deixado escapar o colombiano Falcao para o F.C. Porto, conseguiu dois bons jogadores ao Real Madrid: o espanhol Javi Garcia e o argentino Javier Saviola, que conjuntamente com o paraguaio Oscar Cardozo e o argentino Pablo Aimar, foram um tridente ofensivo potencialmente bom. Saviola e Aimar voltavam-se a juntar, após dez anos de ausência no River Plate.
Tinha as naturais expectativas de um inicio da época, e quando vi as vitórias nos jogos de pré-época e as taças conquistadas nos "Torneios de Verão", sorri, mas não dei muita importância. Dei mais importância quando os vi a passarem imensas dificuldades contra o Maritimo, do qual somente uma cabeçada salvadora do Weldon (seu velho conhecido no Belenenses) impediu o Benfica de arrancar o campeonato com uma derrota. Ganhou a seguir em Guimarães, mas apenas nos descontos, graças a uma cabeçada de Ramires.
Mas não tinha reparado atentamente no resultado do jogo com o Vorskla Poltava, para a nova Liga Europa, onde deram 4-0 e fizeram uma exibição de gala. E só voltei a reparar nas táticas de pressão, dos homens no segundo poste, na circulação de bola, nos cinco jogadores que partem para o ataque, e onde quase qualquer boa oportunidade resulta em golo, quando vi o 8-1 dados ao Vitória de Setubal, o 5-0 que deram ao Leixões, o 4-0 que deram ao Belenenses... mas pensei que seria com equipas mais modestas. Julgava que isso não aconteceria fora de Portugal, ou contra equipas mais fortes.
Mas não. Depois de darem 6-0 ao Monsanto, da II Divisão B, na Taça de Portugal, deram 5 ao Everton na Liga Europa (marcando três golos em pouco mais de cinco minutos!), e hoje à noite, deram mais seis golos (e anularam mais dois!) ao Nacional da Madeira, que impõe respeito a clubes europeus na mesma Liga Europa. Olho para aquele plantel, aqueles onze jogadores, aquele ataque de loucos, e eu, adepto benfiquista, pela primeira vez em muito tempo, começo a pensar: este é o plantel que arrisca-se a ganhar tudo? Mas MESMO tudo?
Essa é, obviamente, uma pergunta do qual só teremos resposta no final da época. Nos últimos três jogos, este clube marcou 17 golos, sofrendo apenas um. Jorge Jesus é um entendido de futebol, apesar de não ter um curso superior, como tem Mourinho. Aprendeu nos campos de futebol, como toda a gente. Mas é um apaixonado das táticas, ouviu todos os que lhe treinaram, e percebe da coisa como pouca gente. Não sabe falar bem, como Mourinho, mas não é arrogante e não se proclama como "O Especial". Perfere mostrar resultados, e aos 55 anos, deram-lhe aquilo que sempre desejou: treinar um grande. E este ano, o resto de Portugal, e a Europa em geral estão a descobrir Jesus e a ver o regresso à Europa de um gigante adormecido.
Onde isto acabará? Desconheço. No próximo fim de semana vai jogar con tra o Sporting de Braga, que este fim de semana perdeu os seus primeiros pontos na deslocação ao Rio Ave, e agora está igualado com a equipa da Luz, mas que é superado graças aos golos benfiquistas. O Braga, agora treinado por Domingos Paciência, antigo avançado do F.C. Porto, é a sensação do campeonato, mas não tanto, pois desde há algum tempo faz o papel de "quarto grande" e é o trampolim de treinadores para os Três Grandes. Antes de Jesus, Jesualdo Ferreira treinou o clube por dois anos, antes de uma curta paragem por Boavista e ingresso no Porto, onde ganhou três campeonatos.
O Braga já visitou e recebeu Porto e Sporting, e ganhou em ambos os casos. Desta vez, vai receber em sua casa o clube da Luz, num jogo onde os ingressos já esgotaram há muito, sinal do entusiasmo que este jogo está a causar. Se o Benfica superar o Braga, consolida o seu primeiro lugar e provavelmente afastarámais um pouco. Mas ainda não jogou com Sporting e mais importante, F.C do Porto. Esses serão dois embates decisivos. Se os superar, então, começo a acreditar que não só poderá ser campeão, como também, caso tenha tempo, continue a ter sorte e pontaria, arrisca-se a abrir um capítulo e ficar na história deste clube centenário. E espantar a Europa do futebol, mostrando que em Portugal há mais Mourinhos. Mas este tem nome divino.
segunda-feira, 26 de outubro de 2009
A capa do Autosport desta semana
Rumor do dia: Koboyashi pode correr em Abu Dhabi
domingo, 25 de outubro de 2009
Formula Renault: Felix da Costa vence, mas Costa é o campeão
Detendo a pole-position, António Félix da Costa liderou desde a largada, na frente de Jean-Éric Vergne, que passou inicialmente Albert Costa. Pouco depois, o piloto espanhol reocupou o segundo posto pouco depois, apesar de ser apertado por Kevin Magnussen. Ambos trocaram várias vezes de posição na luta pelo terceiro posto. No final a vitória foi para o 'Formiga', na frente do inglês Dean Smith, mas quando Albert Costa chegou ao o terceiro lugar, o espanhol tinha os pontos que precisava para ser campeão.
WRC - Rali da Grã-Bretanha (Final)
À entrada da derradeira etapa nas estradas galesas, as esperanças numa reviravolta quanto à liderança da prova eram reduzidas, aparentemente só um precalço retiraria o triunfo a Loeb. Hirvonen partiu ao ataque, com os 30,2 segundos de diferença no início do dia passaram a 18,2 segundos em apenas dois troços, fazendo renascer as esperanças ao finlandês da Ford, mas na penultima especial, Hirvonen aterrou de forma violenta de um salto e partiu os ganchos de fecho do capot. O finlandês teve de parar nesse troço por uma vez para fechar o capot, deixando resolvida a questão da luta pelo triunfo e permitindo a Loeb somar mais um título ao melhor palmarés da história do mundial de ralis.
“Foi uma época incrível. Tivemos um bom início, mas perdemos tudo e chegámos aqui com um ponto atrás de Hirvonen. Finalmente, vencemos e estou, realmente, feliz, mas o Mikko foi extremamente forte. Sei que, no próximo ano, será duro", afirmou, no final, Sébastien Löeb. O piloto da Citroën vai procurar na próxima temporada um inédito sétimo título mundial, mas espera muitas dificuldades. “Estou realmente feliz, mas o Mikko foi muito forte. Sei que no próximo ano vai ser duro”, alertou.
Daniel Sordo ficou com o lugar mais baixo do pódio, conseguindo bater Petter Solberg nesta luta em particular. O francês Sebastien Ogier tinha o 5º lugar na mão, mas as pedras que alegadamente o publico terá colocado no interior de uma curva provocaram danos irreparáveis no C4 do Junior Team da Citroen, dando essa posição a Henning Solberg, no Ford Focus. Matthew Wilson, Jari Matti Latvala e o zimbabueano Conrad Rautenbach fecharam os lugares pontuáveis neste rali.
Na Categoria de Produção, Armindo Araujo conseguiu levar o seu Mitsubishi Lancer EVO X ao fim, apesar dos problemas de sobreaquecimento do seu carro. O segundo lugar na categoria até seria um bom resultado, mas quando o norueguês Eyvind Brynildesen acabou desclassificado no final por irregularidades nos travões, Araujo herdou a vitória e o nono lugar final no rali, dando a primeira vitória da categoria ao novo modelo da Mitsubishi.
Se o segundo posto já era um resultado fantástico, o triunfo é "ainda melhor, embora tenha sido fruto da desclassificação de um adversário. Mas estas situações fazem parte das corridas e as regras são para cumprir, portanto se o carro estava irregular ele tem de ser posto fora. É uma vitória fantástica, com um sabor muito especial, na estreia do novo carro e estou muito contente por oferecer à Mitsubishi o primeiro triunfo do Lancer Evo X em provas do Campeonato do Mundo de Ralis", afirmou o piloto de Santo Tirso.
sábado, 24 de outubro de 2009
Youtube F1 Classic - Corrida dos Campeões, 1971
Outros carros lá estavam: o March de Ronnie Peterson, o Surtees de Mike Hailwood, o outro Lotus de Reine Wissell, o outro Tyrrell de Francois Cevért... enfim, a fina nata da Formula 1.
O filme que trago é a transmissão em directo da corrida pela BBC, narrada por Raymond Baxter. Gethin liderou a corrida desde o inicio, perseguido por Fittipaldi e Hailwood, enquanto que Stewart andava pelo quinto posto, ameaçado ora por Peterson, ora por Siffert. O BRM 153 era um excelente carro, e tinha ganho duas corridas nesse ano, uma com Siffert, na Austria, outra com Gethin, no famoso GP de Itália, em Monza, onde bateu Peterson por uma unha negra.
Na volta 14, na zona de o BRM de Siffert sofre uma quebra na suspensão traseira na zona de Hawthorn Bend, despistando-se e explodindo numa bola de chamas. Os comissários tentam apagar o fogo, mas vai demorar o seu tempo para conseguir fazê-lo. A corrida é interrompida, mas já era tarde demais para salvar o piloto suiço. Tinha 35 anos. No inquérito, descobre-se depois que o suiço tinha sofrido um toque na primeira volta, eventualmente do March de Peterson. O irónico nisto tudo é que Siffert morre no mesmo sitio onde, três anos e pouco antes, conquistara para Rob Walker a sua primeira vitória na Formula 1, a bordo de um Lotus 49.
A esperança é a última a morrer
Depois de ter feito a pole-position na véspera, o jovem piloto português conquistou hoje no circuito de Motorland Aragón a sua segunda vitória da temporada. Numa corrida disputada praticamente a três, Félix da Costa foi o que efectuou a melhor partida, levando atrás de si Albert Costa e Jean-Éric Vergne ao longo de toda a corrida, sem que nenhum deles conseguisse ultrapassar o piloto que seguia à sua frente. Assim sendo, as posições mantiveram-se até à bandeira de xadrez, com o português a manter vivas as suas esperanças do título, mesmo que saiba que para o conquistar precisa de um duplo abandono de Costa e Vergne na corrida de amanhã.
"Depois da qualificação, ficámos muito contentes com a nossa prestação. Ganhar é a única coisa que posso fazer! Não estou a lutar contra um piloto mas dois. A minha única hipótese de vencer o título amanhã é esperar que o Albert e o Jean-Éric não marquem pontos. Será muito difícil. Vou concentrar-me na minha corrida, para ganhar mais uma", afirmou Félix da Costa no final da prova.
À partida de amanhã, que também detêm a "pole-position", Felix da costa tem 113 pontos, menos 13 do que Albert Costa, o líder. Jean-Eric Vergne é o segundo, com 122 pontos, menos quatro do que o piloto espanhol. Tudo pode acontecer, e para Felix da costa, a esperança é a última a morrer.
WRC - Rali da Grã-Bretanha (Dia 2)
Depois de no primeiro dia ter conseguido a liderança do rali, mas por pouco, Löeb encarou as classificativas de hoje determinado em abrir uma vantagem confortável para Hirvonen. Conseguiu-o logo na secção matinal, conseguindo uma vantagem de 25 segundos, o que lhe deu uma folga maior para as passagens da tarde. Aí, o piloto francês continuou a dar o seu máximo, acrescentando mais cinco segundos à vantagem que já tinha sobre o finlandês da Ford.
No final do dia, Löeb era um piloto satisfeito por saber que agora está a meio dia de conseguir o hexacampeonato: "Estou muito contente, foi um grande dia para nós, em especial na parte da manhã, em que conseguimos ganhar muito tempo ao Mikko. Ele agora está um pouco mais rápido e não consigo fazer a mesma diferença, mas estamos na frente, na liderança e amanhã logo veremos", referiu Loeb.
Como é obvio, o oposto era demonstrado por Hirvonen, desapontado por não conseguir recuperar tempo ao seu rival Löeb: "Não foi um bom dia para nós. Ainda não sabemos onde é que perdemos tanto tempo da parte da manhã, perdemos mais algum da parte da tarde, mas este foi mínimo. Amanhã é a última oportunidade. A única coisa que me resta é dar o máximo e logo se vê", assumiu.
Dani Sordo, no outro Citroën C4 WRC, é o terceiro classificado, e já leva uma vantagem de 24 segundos sobre o norueguês Petter Solberg, noutro Citroen C4 WRC. O dia de hoje demonstrou a luta dos dois pilotos com nenhum dos dois pilotos pelo último degrau do pódio, do qual ninguém está disposto a ceder.
"O dia podia ter corrido muito melhor, mas não consegui fazer melhor. Temos melhorado os nossos tempos e se não tivesse tido aquela pequena saída de estrada de manhã agora estaria melhor. Vamos continuar a dar o nosso melhor", começou por dizer Solberg. Já Sordo, por sua vez, não escondeu a sua satisfação: "Estou muito contente, perdi algum tempo a meio do troço mas tudo esta bem. O carro está bem e resta só um dia", disse.
O francês Sébastien Ogier é o quinto da geral, tendo vindo a realizar uma boa prova, sem grandes sobressaltos, ao passo que Henning Solberg, Matthew Wilson e Jari Matti-Latvala ocupam os restantes lugares pontuáveis.
Quanto à categoria de Produção, Armindo Araujo, o novo campeão do mundo, continua a correr com o novo Mitsubishi EVO X, e continua assolado por problemas. Apesar de ser actualmente o segundo classificado no PWRC, chegou ao final da segunda e última secção do dia a deitar fumo do motor, com o piloto a não esconder o seu desânimo: "Sobreaqucimento, sobreaquecimento e mais sobreaquecimento. Foi a tarde toda nisto. Vamos tentar remediar os problemas no parque de Assistência, mas não sei se dá para continuar com estas temperaturas...", afirmou agastado.
Já Bernardo Sousa, no seu Punto Abarth S2000, também tem problemas de motor, estando na quinta posição na mesma categoria, e é 17º na geral.
A prova termina amanhã.