sábado, 31 de outubro de 2009

Lembrando Greg Moore, dez anos depois

O dia 31 de Outubro de 1999 calhou a um Domingo, logo, aquele fim de semana tinha todo o ar de prolongamento, dado que o dia seguinte iria ser feriado religioso. Se ainda morasse no Brasil, ainda teria dose dupla, dado que o dia 2 de Novembro também é o feriado dos Finados. A temporada de Formula 1 já tinha acabado, com o Mika Hakkinen a gozar um bicampeonato numa temporada onde Michael Schumacher esteve a meio gás, devido ao seu acidente em Silverstone, e tinha visto Jacques Villeneuve a passar por vergonhas na BAR, acabando a época a zeros.

Mas sem Formula 1, tinhamos a CART, que apesar de ter sofrido uma cisão com a IRL, ainda esteava no seu auge. A maioria das provas estava na CART, a maioria das equipas estava lá, desde a Penske até à Chip Ganassi, passando pela Newman-Haas. E boa parte dos principais circuitos estavam lá, incluindo a rápida oval de fontana, na California, que encerrava a temporada daquele ano.

Fora uma temporada dura e combatida entre dois pilotos vindos da Europa: o colombiano Juan Pablo Montoya, que era pilotos de testes da Williams, e que viera para substituir Alex Zanardi, que estava a ter uma temporada a zeros na Formula 1 e o escocês Dario Franchitti, da Team KOOL Green. Os americanos não estavam muito bem (o melhor era Michael Andretti) e o Canadá estava melhor, com Paul Tracy e Alex Tagliani, bem como um jovem promissor chamado Greg Moore, então com 24 anos.

Moore era um jovem talento, mesmo jovem. Tinha ganho a Indy Lights em 1995, com 19 anos, mas já corria em monolugares desde 1991, ou seja, com 16 anos. Nessa altura, era mesmo um talento precoce. Tinha chegado à CART em 1996, no mesmo ano que outro canadiano, Jacques Villeneuve, ia para a Europa no sentido de correr na Formula 1 e honrar a herança paterna, e correr na unica equipa da sua carreira: a Forsythe. O numero que escolheu ficou também na memória, pois escolheu o 99. Em 1996 conseguiu três pódios e foi escolhido como o "Rookie do Ano", e no ano seguinte, venceu a sua primeira corrida, em Milwaukee. Nessa altura tinha 22 anos, e tornou-se no mais jovem piloto de sempre a fazê-lo. Depois ganhou mais quatro provas, a última das quais em Homestead 99, a primeira prova daquele ano.


Em 1999, Moore queria outros horizontes. Sabendo que a Forsythe não podia mais, devido ao motor Mercedes que tinha, quis outros horizontes e assinou um contrato com a Penske. A temporada começara bem para ele, mas no seu final era décimo classificado. Em Fontana, cuirosamente um circuito pertencente ao seu futuro patrão, Moore tivera um acidente de scooter, onde fractura um dedo da mão, e a sua participação esteve em dúvida até ao momento da partida. A equipa chegara a contactar Roberto Moreno, mas após novo exame, os médicos deram-lhe o "OK" para correr. Do último lugar, pois não tirara tempos.

Este tinha sido um ano mau em termos de acidentes. Sete semanas antes, a 11 de Setembro, em Laguna Seca, o uruguaio Gonzalo "Gonchi" Rodriguez tinha sofrido um despiste fatal à entrada da famosa "curva do Saca-Rolhas". Curiosamente, ele corria num Penske, a equipa que Moore iria correr em 2000. Porém, a corrida, que estava centrada na luta entre Montoya e Franchitti, iria ter outro foco de interesse. Indesejado, diga-se.

Na terceira volta, Richie Hearn bateu forte no muro e o Pace Car saiu para a pista. Hearn não sofreu nada de especial e a corrida prosseguiu seis voltas mais tarde, na volta nove. Nem poucos segundos tinham passado quando vejo na TV (a Eurosport transmitia a corrida em directo) um carro azul a bater forte no muro exterior e a pulverizar-se no choque, dando várias cambalhotas. Pela violência do acidente, presumi logo que ele tinha morrido. Meia hora mais tarde, tenho a confirmação dessa precepção quando vejo a amostragem de bandeiras amarelas e as cameras dirigidas para o centro da pista, onde as bandeiras ficaram a meia haste, e o médico chefe da CART a confirmar a morte de Moore.

Soube depois que por causa disso, o HANS (Head and Neck Suport) tornou-se obrigatório na CART, primeiro nas ovais, depois no resto dos circuitos. Foi esta morte que deu a Helio Castoneves a oportunidade de correr na Penske, onde se encontra agora mesmo, tendo conseguido grande parte dos seus feitos automobilisticos na América, incluindo as suas vitórias nas 500 Milhas de Indianápolis. Quanto a mim, ver uma morte em directo estregou-me aquela Noite das Bruxas, mas demonstrou-me que o automobilismo, por muito que façamos, continua a ser um desporto perigoso. E hoje, meus caros amigos, façam como eu: ergam um copo à saúde do Greg Moore, que só precisou de 24 anos para ter uma vida cheia.

Formula 1 - Ronda 17, Abu Dhabi (Qualificação)

Que ninguém fique com dúvidas: Abu Dhabi, visualmente, é um colírio para os olhos. Especialmente quando correm no "lusco-fusco", ou seja, o final da tarde. Mas quando digo "visualmente", falo da paisagem, não do circuito em si, porque tenho a sensação que isto não vai ser grande coisa em termos de ultrapassagens. Espero estar enganado, mas veremos...

Os treinos de ontem deram à McLaren os melhores tempos, logo, a expectativa de os ver na pole-position era real. Como o KERS funciona bem Caso Hamilton ou Kovalainen ficassem com o melhor tempo, era sinal da recuperação que a McLaren teve na segunda metade da temporada, com duas vitórias para o campeão do mundo de 2008, conseguindo dar luta aos imparáveis Brawn GP de Jenson Button e Rubens Barrichello.

No final do Q1, algumas surpresas: Fernando Alonso e os Force India não passavam para a fase seguinte, e Giancarlo Fisichella, provavelmente a fazer o seu último GP da sua carreira, também ficava de fora com o seu Ferrari, que nunca se adaptou conveientemente devido ao KERS. Outro que também estará a fazer o seu último GP da carreira, Romain Grosjean, também estava de fora. Que penoso final de época estava a ter a Renault...

Com a Q2 a decorrer e o lusco-fusco a dar o seu espectáculo natural, armando-se em Michael Bay num dos seus filmes "à la Bruckheimer", Sebastien Vettel consegue baixar do 1.40, para depois Hamilton fazer 1.39,695 segundos e ficar com o primeiro posto da grelha provisória. Em claro contraste, no final da Q2, Kimi Raikonnen fica de fora da terceira parte por apenas 65 milésimos de segundo. Pela primeira vez desde 1993, a Ferrari não conseguia uma temporada sem pole-positions. Entretanto, Kovalainen teve problemas na caixa de velocidades, que o impediram de ir mais alto do que o 13º posto, e provavelmente irá perder mais cinco lugares, caso troque...

Depois, chegado o Q3, havia a natural expectativa entre Hamilton, o claro favorito, e Vettel/Button, os "main challengers". O resto poderia espreitar, pois temos Trulli no seu Toyota e Kubica/Heidfeld nos seus BMW Sauber, que poderiam fazer uma gracinha no dia de despedida da Formula 1. E também era interessante ver o que faz Sebastien Buemi, que colocava o seu Toro Rosso pela segunda vez consecutiva na Q3...

Com os minutos a escoarem, Heidfeld, Kubica, Button, Trulli e Buemi passaram pelo primeiro lugar, com Hamilton a sair ligeiramente de pista, mas no final de tudo, de tudo... o melhor foi Lewis Hamilton, com o tempo de 1.40,908 segundos. O tempo pode ser mais alto, devido ao facto do asfalto ficar mais fresco, mas Hamilton conseguiu tirar este tempo nos instantes finais da qualificação, batendo Sebastien Vettel e Mark Webber por seis décimos. Rubens Barrichello e Jenson Button foram quatro e quinto classificados nos seus Brawn GP, respectivamente. Não bateram os Red Bull, mas como devem para só por uma vez, até pode ser bom para eles ficarem atrás.

E assim, o campeão de 2008 é o primeiro "sheik" de Abu Dhabi! E pelo que vimos nestes treinos, preparemo-nos para uma corrida sem sal neste deserto, tal como os filmes do Michael Bay: visualmente ricos, mas substancialmente pobres. Alguém tem de ceder!

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Formula 1 - Ronda 17, Abu Dhabi (Treinos)

A McLaren mostrou hoje a sua força nos treinos livres de hoje em Abu Dhabi. Nas duas sessões de treinos, Lewis Hamilton e Heiki Kovalainen foram respectivamente os melhores em pista dos Emirados, a prova final de 2009.


De manhã, Hamilton demonstrou a velocidade do seu McLaren ao efectuar a sua melhor volta em 1.43,939 segundos, batendo o campeão Jenson Button por apenas 0.096 segundos. Sem a pressão de lutar pelo título, que já o conquistou, o homem da Brawn GP parece surgir bastante motivado, rodando sempre os da frente. Sebastian Vettel ficou com o terceiro melhor tempo, no Red Bull, mas já a mais de dois décimos de segundo, ficando pouco à frente do outro Brawn, o de Rubens Barrichello.


Na última corrida da BMW na Fórmula 1 (e possivelmente, também da Sauber), Nick Heidfeld comprovou as melhorias do monolugar de Hinwill, rubricando o quinto melhor tempo, na frente de Sebastien Buemi, também ele muito motivado após as últimas exibições da Toro Rosso. Em claro contraste, Kimi Raikonnen e Giancarlo Fisichella não fizeram grande coisa com os seus Ferrari, conseguindo respectivamente o 15º e o 18º tempos, a mais de dois segundos de Hamilton.


Na sessão da tarde, foi a vez de Heikki Kovalainen a cotar-se como o piloto mais veloz da segunda sessão de treinos livres, logo seguido pelo seu companheiro Hamilton. O piloto finlandês registou como melhor tempo da sessão em 1.41,307 segundos, batendo Hamilton por 0.197 segundos.


Jenson Button, o novo campeão do mundo, repetiu o bom desempenho da primeira sessão, rubricando o terceiro melhor tempo, a 0.234 segundos de Kovalainen, ficando logo à frente de Sebastian Vettel, com o seu Red Bull. O japonês Kamui Kobayashi continua a demonstrar boas capacidades, ao conseguir o quinto tempo da sessão, no seu Toyota. Já a Ferrari melhorou um pouco mais, mas não muito. Kimi Raikonnen ficou no décimo posto, a 0.680 centésimos de Kovalainen, enquanto que Giancarlo Fisichella fez o 17º melhor tempo, imediatamente atrás de Fernando Alonso, que foi 16º.


A seguir vem a qualificação, amanhã à tarde. Normalmente é o definidor do fim de semana, veremos como todos se comportarão neste circuito novo para todos...

Rumor do Dia: GP de Portugal em 2010?

Toda a gente no meio automobilistico sabia que, desde a inauguração do Autódromo do Algarve, em Portimão, no final do ano passado, que esta seria uma cartada muito forte no regresso da Formula 1 a Portugal. Muitos até olharam a corrida de GP2, que se realizou há seis semanas, como um teste para saber se existiam condições para receber a categoria máxima do automobilismo. E hoje, o jornal português Diário de Noticias traz na sua primeira página a ideia de que a Formula 1 pode regressar... no ano que vêm. E têm fortes aliados: o novo presidente da FIA, Jean Todt, e o beneplácito de Bernie Ecclestone, o todo-poderoso chefão da FOM.

A questão vai ser debatida no próximo dia 11 de Dezembro, em Monte Carlo, e fala-se que as conversações avançam desde finais de 2008. Não me surpreende, pois é desde essa altura que oiço essse tipo de noticias, vindo de algumas personagens interessantes... No entanto, o acordo ainda não foi possivel porque, entre várias coisas, a FOM quer que o Estado pague os cerca de 20 milhões de euros por ano que chegaria para sustentar o GP de Portugal. Pode ser muito dinheiro, mas os dividendos seriam muito maiores.

Também há outra boa razão por detrás disto: Portugal e Espanha apresentaram esta semana a sua candidatura ao Mundial de 2018 ou 2022. A ideia de ter a Formula 1 em Portugal também passaria por aí: organizar grandes eventos como preparação para um evento maior, que seria o Mundial. Como a Espanha já tem duas corridas, ter um GP de Portugal significaria que a Peninsula Ibérica teria três corridas. E como se fala insistentemente que em 2010 teremos Alvaro Parente na categoria máxima do automobilismo, isso pode ser uma mais-valia... Veremos.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Noticias: Bruno Senna assinou pela Campos

Estou hesitante em colocar isto como "oficial", mas como é verdadeiro, mas não anunciado, coloco-o como "oficioso". Assim, vou fazer como o Walter Cronkite quando anunciou a morte do JFK: A noticia, aparentemente oficial... Bruno Senna vai se estrear na Formula 1 em 2010 pela equipa espanhola Campos Meta.


A imprensa brasileira diz que o sobrinho de Ayrton Senna asinou no último Domingo, em Murcia um acordo duas temporadas, e não vai trazer qualquer patrocinador consigo, ao contrário do que foi especulado nos últimos meses, dadas as dificuldades que a equipa de Adrian Campos tem de arranjar dinheiro para colocar a sua equipa de pé. O anuncio oficial desta contratação acontecerá dentro de algumas horas ou alguns dias.


Ainda não se sabem quem vai ser o seu companheiro de equipa, mas tudo indica que o espanhol Pedro de la Rosa será o seu companheiro de equipa. Actualmente com 37 anos, de la Rosa é piloto de testes da McLaren, embora não corra oficialmente desde o final de 2006, quando substituiu Juan Pablo Montoya na McLaren.

Os salários dos pilotos

No fim de semana de encerramento da temporada, é interessante a saída de uma matéria referente aos salários que os pilotos de Formula 1 ganham actualmente, o que em muitos aspectos, é um segredo bem guardado. Contudo, hoje, a revista "Arabian Business" publica uma matéria interessante: quanto é que eles irão ganhar por ano. E o interessante é que a proporção de salários entre o primeiro e o segundo classificado... é enorme.

Kimi Raikonnen, campeão do mundo de 2007, é o piloto mais bem pago da formula 1 actual, auferindo cerca de 45 milhões de dólares por ano, seguido pelo campeão de 2008, Lewis Hamilton, que leva para casa... apenas 18 milhões. Como Kimi é um homem livre a partir do próximo Domingo, e como se fala que ele poderá ir para a McLaren, certamente se ele quiser ir ter a Woking e ser companheiro de equipa de Hamilton, provavelmente terá de abdicar de uma boa parte do seu milionário salário... e a Ferrari livra-se de um grande encargo! Isto é, desde que Fernando Alonso não tenha uma bolsa bem grande. Já agora, o piloto espanhol leva 15 milhões de dólares por ano da Renault.


Quanto a Felipe Massa, ganha somente oito milhões de dólares por ano. Apesar de ganhar seis vezes menos que o seu companheiro de equipa, garantidamente é tão talentoso do que o finlandês, pelo menos até ao acidente da Hungria. Veremos se o regresso em 2010 mostrará se ele manterá a chama anterior... Já Sebastien Vettel ganha seis milhões de dólares por ano, mas certamente que com o tempo, esse valor será aumentado.


O campeão do mundo de 2009, Jenson Button, ganha cinco milhões. Certamente, esse salário foi bastante cortado devido aos problemas existentes na pré-época anterior, quando a Honda abandonou a Formula 1 e Ross Brawn tomou conta das operações, criando a equipa vencedora do Mundial de construtores. Quanto ao seu companheiro, Rubens Barrichello, ganha somente... um milhão de dólares por ano.


Na lista, existem quatro pilotos que não recebem salário. Aliás, são pagos para correr! Adrian Sutil, Kazuki Nakajima (certamente a Toyota paga a sua parte), Romain Grosjean e Vitantonio Liuzzi não auferem qualquer vencimento em 2009.


Eis a lista completa, com os valores em dólares:


1. Kimi Raikkonen (Ferrari), 45 milhões de dólares
2. Lewis Hamilton (McLaren-Mercedes), 18
3. Fernando Alonso (Renault), 15
4. Nico Rosberg (Williams-Toyota), 8,5
5. Felipe Massa (Ferrari), 8
6. Jarno Trulli (Toyota), 6,5
7. Sebastian Vettel (Red Bull-Renault), 6
8. Mark Webber (Red Bull-Renault), 5,5
9. Jenson Button (Brawn GP-Mercedes), 5
10. Robert Kubica (BMW Sauber), 4,5
11. Heikki Kovalainen (McLaren-Mercedes), 3,5
12. Nick Heidfeld (BMW Sauber), 2,8
13. Timo Glock (Toyota), 2
14. Giancarlo Fisichella (Force India-Mercdes/Ferrari), 1,5
15. Sébastien Buemi (Toro Rosso-Ferrari), 1,5
16. Rubens Barrichello (Brawn GP-Merceses), 1
17. Jaime Alguersuari (Toro Rosso-Ferrari), 500 mil
18. Vitanonio Liuzzi (Force India-Mercedes), -
19. Adrian Sutil (Force India-Mercedes), -
20. Romain Grosjean (Renault), -
21. Kazuki Nakajima (Williams-Toyota), -

Oficial: Nico Rosberg sai da Williams

Abu Dhabi, por ser a última prova do campeonato e pelo facto de ser disputada numa algura em que os títulos de pilotos e construtores terem sido já entregues, está a ser encarado por muitos como um local onde se anunciam aquilo que se chama no meio de "segredos de polichinelo", ou seja, a confirmação de entradas e saidas na Formula 1. No caso do alemão Nico Rosberg, hoje foi o anuncio oficial da sua saída da Williams, após quatro temporadas.


"Esta será a minha última corrida pela Wiliams. É um pouco estranho, depois de quatro bons anos com a equipa, sair, porque construí boas amizades com toda a gente. Quero igualmente agradecer à equipa, por tudo o que fizeram por mim, especialmente ao Sir Frank Williams, Adam Parr, Sam Michael e Patrick Head, pelo apoio que me deram ao longo destes anos. Um grande bem haja para eles. Agora não quero falar do meu futuro, somente dizer que não vou ficar na Williams.", referiu.


Filho de Keke Rosberg, e nascido a 27 de Junho de 1985 em Wiesbaden, na Alemanha, Rosberg chegou à Formula 1 em 2006, tendo conseguido logo na sua primeira corrida, o GP do Bahrein, um sétimo lugar, a volta mais rápida e uma ultrapassagem espectacular ao Red Bull de David Coulthard. No final da sua estadia na Williams, em 69 Grandes Prémios (cumpre o seu 70º nos Emirados), conseguiu 75.5 pontos, dois pódios (o melhor foi um segundo lugar no GP de Singapura de 2008) e duas voltas mais rápidas.

A 5ª Coluna desta semana

A 5ª coluna desta semana fala sobre os campeões da continuidade: Sebastien Löeb nos Ralies, Valentino Rossi no Moto GP e Jean Todt na FIA. Claro, este último não é propriamente um repetente neste cargo, bem pelo contrário, mas é alguém que era apoiado e acarinhado pela própria estrutura, que queria um "delfim" para suceder a "Mad Max" Mosley, que se vai embora depois de 18 anos de reinado. Sobre isso, eis o seguinte excerto:


(...) "Mas não se pode ainda menosprezar Todt, nem achar que tudo vai ser do mesmo. A expectativa de saber como irá agir perante a FOTA é grande. Ele vai a Abu Dhabi para se reunir com todos os agentes da Formula 1, desde a FOTA até à GPDA, a associação de pilotos, todos pró-Vatanen, para informar das suas intenções relativamente ao futuro da Formula 1. Sendo um conhecedor do meio, pode ter uma maior abertura em relação aos assuntos que mais interessa. E as suas promessas de uma reforma no meio tem de ser cumpridas, para além de um maior diálogo com todos os agentes devem ser feitas, pois esta categoria anda farta de manobras de bastidores e decisões arbitrárias. Veremos como será 2010, um ano onde muito vai ser alterado em termos de regulamento e em termos de grelha de partida."


Para ler o resto do artigo, siga este link.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Youtube Rally Classic: Rali RAC 1977




Esta recebi por mail vindo do Gonçalo Sousa Cabral, dono do programa 16 Valvulas. Na semana passada, como sabem, Sebastien Löeb venceu pela sexta vez consecutiva o título mundial de pilotos, num rali que tem garantido o seu lugar nos clássicos desta modalidade, a par de Montecarlo, Rali da Córsega, Sanremo, Acrópole, Safari e Portugal.



Hoje em dia, este é um rali como todos os outros, mas em 1977, tudo era diferente. Não falo tanto dos carros em questão neste video, como o Ford Escort Mark II, o favorito de todos, ou do Lancia Stratos de Sandro Munari (provavelmente uma das últimas aparições deste carro), ou o Toyota Celica e o Triumph TR7, mas pelos pilotos que lá aparecem: Bjorn Waldegaard (o vencedor do rali) Roger Clark, Ari Vatanen, Hannu Mikkola, Pentti Airikkala, no seu Vauxhall Chevette, entre outros. corridas quer nas classificativas públicas, aos quais os pilotos detestavam e chamavam de "Etapas Mickey Mouse", quer nas etapas de floresta, onde os navegadores só sabiam da classificativa no momento em que lá chegavam!



E com a melhor banda sonora de todos: os motores! Enjoy.

Rumor do dia: O regresso da Mini aos Ralies?

A Mini, que comemora este ano o 50º aniversário da sua criação, fruto da imaginação e pena de Alec Issigonis (1906-89) tem um grande historial no mundo dos Ralies, graças aos conhecimento e técnica de outro nome marcante, John Cooper (1923-2000). Vencedor por três vezes do Rali de Montecarlo, foi certamente uma grande referência nos anos 60, altura em que ainda não havia um Mundial de Ralies organizado e visado pela FIA.


Desde o seu regresso, em 2001, pelas mãos da BMW, não se pensou fortemente numa versão de ralies, quer no WRC, quer nas novas categorias, como o Grupo N ou o S2000, onde estão o Skoda Fabia ou o Peugeot 206. Mas tudo isto pode mudar. A imprensa inglesa fala hoje que a Prodrive, de David Richards, pode estar a desenvolver uma versão de Ralies ao Mini Cooper, desconhecendo se será para o WRC, onde alinharia contra o Citroen C4 e o Ford Focus, ou na categoria S2000, contra os modelos referidos acima, e mais alguns que poderão estar a caminho, como o Ford Fiesta.



David Lapworth, o seu director técnico, escusou-se a tecer grandes comentários relativamente a este assunto, embora tenha deixado escapar ao site inglês autosport.com que será cada vez mais difícil guardar segredos deste tipo nos próximos meses:



"De momento não há nada para dizer, e até à próxima Primavera duvido que surja algo. Isto não é um comunicado oficial, simplesmente a minha visão das coisas neste momento. Vai ser difícil manter segredos nos próximos tempos, pois vai ser necessário envolver mais gente neste processo, a FIA, fornecedores, etc., e por isso tudo se irá saber muito antes de ser oficial.", referiu.


Sabendo-se que em 2011 teremos uma nova regulamentação em termos de WRC, pode ser que a partir dali existirão algumas certezas a esse respeito. Entretanto, a foto que ilustra este post, que saquei no Autosport português, foi colocada por sua vez num blog britânico por um incondicional adepto da Mini, com a simpática legenda: "Podemos sempre sonhar..."

Como subir o Pikes Peak sem piloto



A ideia de um carro sem condutor parece ficção cientifica. Mas em 2010, a ficção cientifica pode se tornar realidade. Isto, se a proposta feita pela Universidade de Stanford, na California, e a VAIL (Volkswagen Automotive Innovation Lab) for para a frente. E qual é? Fazer o Pikes Peak num carro sem condutor.


Parece de loucos, mas não. Desde há alguns anos a esta parte se vêm investigando sobre a possibilidade de se construirem veiculos sem condutor, que serviriam para experiências extremas, como conduzir veículos do exército em caravana, evitando que os condutores caiam em emboscadas, por exemplo. Desde 2004 existe o DARPA Challenge, um concurso feito pelo Departamento de defesa dos Estados Unidos, com o objectivo de encontrar um veículo capaz de andar normalmente sem o uso do condutor. O que seria útil, por exemplo, quando o condutor estivesse cansado a adormecesse na estrada, por exemplo. Sim, as mortes na estrada podem diminuir em muito, caso haja sistemas destes em cada veículo, activadas em casos de emergência...


Mas aqui, eles tem esta ideia: usar um Audi TT-S modificado com o objectivo de fazer a rampa mais famosa do mundo, algo que a Audi já fez em 1985 e 1987, com um Quattro de Grupo B tripulado pelos míticos pilotos Michelle Mouton e Walter Rohrl. Boa sorte!

terça-feira, 27 de outubro de 2009

A campa de Jo Siffert

Sabia que tinha esta foto algures. Há uns dois anos, recolhi de um fórum algumas destas fotos de campas, porque sabia que me poderiam ser úteis nalgum dia. Mas de todas as que recolhi, achei muito boa esta do Jo Siffert.



Enterrado em Friburgo, a sua cidade natal, o seu funeral foi seguido por mais de 50 mil pessoas, numa genuina manifestação de carinho por alguém que subiu a pulso no negócio do automobilismo, pois não tinha tantas posses como, por exemplo, Jo Bonnier, membro da mais poderosa familia de comunicação sueca, os Bonnier. Irónicamente, Bonnier iria morrer cerca de oito meses após Siffert, nas 24 Horas de Le Mans, em Junho de 1972.


De todas as campas de pilotos que já vi em fotos, gosto particulamente desta. Tão boa como por exemplo a da familia de Francois Cevert, em Valunay-Sur-Loire, ou a de Jochen Rindt, na Zentralfriedehof de Graz, na Austria. E não sou fã de cemitérios...

Noticias: Peter Sauber critico acerca das novas equipas

O sempre discreto Peter Sauber decidiu hoje dizer o que vai na alma acerca da actual situação do campeonato. E critica abertamente as novas equipas que se opõem à sua inscrição no Mundial de 2010, agora que esta vê sair a sua parceira BMW, no final da época. Sauber, numa entrevista ao tabloide suiço Blick, foi bastante ríspido em relação as formações que vetam a sua inscrição:


"Elas [as equipas] ainda não provaram nada e já perturbam os nossos planos para a próxima época. Talvez, as quatro [novas equipas] tenham os seus carros no Bahrein, mas irão ficar sem dinheiro em 2011", afirmou Sauber ao Blick, frustrado pelo facto da sua equipa, já com um historial bem conhecido no automobilismo poder vir a fechar portas devido a quatro equipas que inspiram bastantes dúvidas para o futuro.


A anunciada saída da BMW da formação deixou-o atrapalhado, e demorou tempo até que a Qadbak, uma organização financeira de origem árabe, mas com sede fiscal nas Ilhas Caimão. Entretanto, a formação não conseguiu assinar a tempo o Acordo de Concórdia, que lhe impediu de ficar com um lugar garantido na próxima temporada, fazendo com que a FIA abrisse uma nova inscrição, para qual a Lotus foi a escolhida. A FIA deixou em aberto a possibilidade de alargar o pelotão para 14 equipas, desde que tivesse o acordo unânime de todos, mas Williams e Campos vetaram a sua entrada. Consta-se que esta última assim fez para que a própria Qadbak fizesse uma oferta para "comprar" o seu lugar...

Mais um factor pelo qual se espera que a próxima pré-temporada seja quente.

Noticias: Glock não corre em Abu Dhabi

Confirmaram-se as suspeitas de ontem: o alemão Timo Glock não correrá pela Toyota em Abu Dhabi, palco da última prova do campeonato do mundo de Formula 1, sendo substituido pelo japonês Kamui Koboyashi.


"Após analisarmos os conselhos médicos com Timo e seu agente, a equipa decidiu não correr riscos e colocar Kamui [Koboyashi] no carro. Ele teve uma boa performance no Brasil em circunstâncias muito difíceis, então estamos felizes que ele corra novamente.", afirmou John Howlett, patrão da Toyota.


O piloto japonês de 23 anos teve uma boa estreia na equipa em Interlagos, terminando a corrida na nona posição, mas a sua corrida combativa foi elogiada pelo principal chefe da Toyota, que considerou sua estreia como "impressionante".


"Acho que ele fez um trabalho muito bom. Ele ultrapassou Fisichella de forma arrojada e teve um desempenho realmente bom para se defender de Button, retomando a posição várias vezes. Impressionante para uma estreia", elogiou. "Temos que avaliar, mas diante deste desempenho, tenho que dizer que consideramos seriamente a hipótese de contratá-lo para 2010", completou o dirigente.


Já Glock não escondia a desilusão em não correr na prova final do campeonato de 2009: "Não foi uma decisão fácil, mas a cabeça falou mais alto que o coração. Há alguns momentos em que o piloto precisa compreender", lamentou. Glock vai a Abu Dhabi na mesma, mas no sentido de encontrar colocação para 2010. McLaren, Sauber ou uma das novas equipas são boas hipóteses para o piloto alemão de 27 anos, campeão da GP2 em 2007.

Extra-Campeonato: O imparável Sport Lisboa e Benfica

Não me meto com o futebol, porque sei perfeitamente que o "desporto de massas" é constituido por dois tipos de adeptos: os que gostam do seu clube e os que odeiam os outros. Raros são os verdadeiros adeptos de futebol, e que sabem as regras devidamente. Já houve alturas que detestei, e já jurei que nunca falaria de clubes, especialmente do meu, porque neste meu país provoca os festejos de muitos e a azia de muitos mais. E depois, este é um blog de automobilismo, e neste país, 85 por cento dos blogs desportivos tem a ver com futebol ou do clube que mais gostam.


A unica excepção tem a ver com a Selecção Nacional, mas esta de momento está num processo dificil de apuramento, onde conseguiu com dificuldade e graças à ajuda de outros, a qualificação para o "playoff" contra a Bósnia-Herzegovina. Só lá para o meio de Novembro é que vai tentar resolver a sua situação, espero que favorável para as nossas cores, e que consigamos o passaporte para a Africa do Sul.


Mas a excepção de hoje tem a ver com o clube do qual sou adepto desde os meus nove anos: Sport Lisboa e Benfica. Desde que venceu o título de 1994, o clube mergulhou numa crise que demorou imenso a sair dela. Desde então, só conseguiu um título de campeão nacional, duas Taças de Portugal, uma Taça da Liga e uma Supertaça. O máximo que conseguiu em termos europeus foi uns quartos de final da Liga dos Campeões em 2006, onde caiu aos pés do Barcelona, que foi em frente para vencer o título daquele ano.


Desde há muito tempo que não conserva um treinador por mais do que um ano, um ano e meio. E já deu gigantescos tiros nos pés, como quando no final de 2000, correu com um jovem José Mourinho, poucos dias depois de um monumental vitória de 3-1 sobre o Sporting. E quem aproveitou isso tudo? Futebol Clube do Porto. Entre 1995 e 2009 só não ganhou em quatro ocasiões: dois para o Sporting (2000 e 2002) Boavista (2001) e o Benfica, em 2005.


Nesse periodo, o clube do Porto chegou ao pinaculo da Europa, vencendo consecutivamente a Taça UEFA (2003) e a Liga dos Campeões (2004) tudo graças ao dedo genial de José Mourinho. Em contraste, o Benfica arrastou-se por lugares mais ou menos secundários, chegou a nem participar nas competições europeias, esteve à beira do abismo graças às acções de um presidente, João Vale e Azevedo, um homem que se provou mais tarde ser um notório burlão. Neste momento está em Inglaterra, tentando evitar a todo o custo ser extraditado para Portugal onde iria cumprir várias sentenças, essencialmente por fraude e burla.


Mas aos poucos, parece que a maré mudou. O actual presidente, Luis Filipe Vieira, chegou ao poder em 2003, e o actual director desportivo, Rui Costa, uma velha glória do clube e que aprendeu muito a maneira como se gere em Itália (passagens por Fiorentina e AC Milan), gere o departamento desde que pendurou as botas em 2008. Esta época, depois de uma aposta mal sucedida em Quique Flores (irónicamente, namora com a modelo húngara Orsi Fehér, irmã do malogrado Miklos Fehér) decidiu fazer aquilo que é uma tendência nacional: apostar na "prata da casa".


Foram buscar ao Sporting de Braga um treinador de 55 anos chamado Jorge Jesus, com muita experiência na primeira e segunda divisão nacional, nem sempre com experiências bem sucedidas, mas que com os "Guerreiros do Minho", levou a equipa ao quarto lugar do campeonato, bem como a alguns feitos na Taça UEFA, chegando aos oitavos de final no ano anterior. Pegou em alguns dos jogadores, e apesar de ter deixado escapar o colombiano Falcao para o F.C. Porto, conseguiu dois bons jogadores ao Real Madrid: o espanhol Javi Garcia e o argentino Javier Saviola, que conjuntamente com o paraguaio Oscar Cardozo e o argentino Pablo Aimar, foram um tridente ofensivo potencialmente bom. Saviola e Aimar voltavam-se a juntar, após dez anos de ausência no River Plate.


Tinha as naturais expectativas de um inicio da época, e quando vi as vitórias nos jogos de pré-época e as taças conquistadas nos "Torneios de Verão", sorri, mas não dei muita importância. Dei mais importância quando os vi a passarem imensas dificuldades contra o Maritimo, do qual somente uma cabeçada salvadora do Weldon (seu velho conhecido no Belenenses) impediu o Benfica de arrancar o campeonato com uma derrota. Ganhou a seguir em Guimarães, mas apenas nos descontos, graças a uma cabeçada de Ramires.








Mas não tinha reparado atentamente no resultado do jogo com o Vorskla Poltava, para a nova Liga Europa, onde deram 4-0 e fizeram uma exibição de gala. E só voltei a reparar nas táticas de pressão, dos homens no segundo poste, na circulação de bola, nos cinco jogadores que partem para o ataque, e onde quase qualquer boa oportunidade resulta em golo, quando vi o 8-1 dados ao Vitória de Setubal, o 5-0 que deram ao Leixões, o 4-0 que deram ao Belenenses... mas pensei que seria com equipas mais modestas. Julgava que isso não aconteceria fora de Portugal, ou contra equipas mais fortes.










Mas não. Depois de darem 6-0 ao Monsanto, da II Divisão B, na Taça de Portugal, deram 5 ao Everton na Liga Europa (marcando três golos em pouco mais de cinco minutos!), e hoje à noite, deram mais seis golos (e anularam mais dois!) ao Nacional da Madeira, que impõe respeito a clubes europeus na mesma Liga Europa. Olho para aquele plantel, aqueles onze jogadores, aquele ataque de loucos, e eu, adepto benfiquista, pela primeira vez em muito tempo, começo a pensar: este é o plantel que arrisca-se a ganhar tudo? Mas MESMO tudo?


Essa é, obviamente, uma pergunta do qual só teremos resposta no final da época. Nos últimos três jogos, este clube marcou 17 golos, sofrendo apenas um. Jorge Jesus é um entendido de futebol, apesar de não ter um curso superior, como tem Mourinho. Aprendeu nos campos de futebol, como toda a gente. Mas é um apaixonado das táticas, ouviu todos os que lhe treinaram, e percebe da coisa como pouca gente. Não sabe falar bem, como Mourinho, mas não é arrogante e não se proclama como "O Especial". Perfere mostrar resultados, e aos 55 anos, deram-lhe aquilo que sempre desejou: treinar um grande. E este ano, o resto de Portugal, e a Europa em geral estão a descobrir Jesus e a ver o regresso à Europa de um gigante adormecido.


Onde isto acabará? Desconheço. No próximo fim de semana vai jogar con tra o Sporting de Braga, que este fim de semana perdeu os seus primeiros pontos na deslocação ao Rio Ave, e agora está igualado com a equipa da Luz, mas que é superado graças aos golos benfiquistas. O Braga, agora treinado por Domingos Paciência, antigo avançado do F.C. Porto, é a sensação do campeonato, mas não tanto, pois desde há algum tempo faz o papel de "quarto grande" e é o trampolim de treinadores para os Três Grandes. Antes de Jesus, Jesualdo Ferreira treinou o clube por dois anos, antes de uma curta paragem por Boavista e ingresso no Porto, onde ganhou três campeonatos.


O Braga já visitou e recebeu Porto e Sporting, e ganhou em ambos os casos. Desta vez, vai receber em sua casa o clube da Luz, num jogo onde os ingressos já esgotaram há muito, sinal do entusiasmo que este jogo está a causar. Se o Benfica superar o Braga, consolida o seu primeiro lugar e provavelmente afastarámais um pouco. Mas ainda não jogou com Sporting e mais importante, F.C do Porto. Esses serão dois embates decisivos. Se os superar, então, começo a acreditar que não só poderá ser campeão, como também, caso tenha tempo, continue a ter sorte e pontaria, arrisca-se a abrir um capítulo e ficar na história deste clube centenário. E espantar a Europa do futebol, mostrando que em Portugal há mais Mourinhos. Mas este tem nome divino.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

A capa do Autosport desta semana

A capa do Autosport desta semana tem em linha de conta os resultados deste fim de semana, nomeadamente o título de campeão do Moto GP a Valentino Rossi, o nono no seu historial, e o título de Ralis por parte de Sebastien Löeb, o seu sexto consecutivo, nas classificativas galesas. E ainda tem referências à dupla vitória de Antonio Felix da Costa e às movimentações nos bastidores da Formula 1...


O grande destaque é o Rali da Grã-Bretanha, vencido por Sebastien Löeb, e que deu ao piloto francês o seu sexto título consecutivo na história dos ralies, um novo record numa competição que existe desde 1975. "Löeb, o Campeão Inevitável", é o título da revista, com subtítulos relacionados: "FIA recusa Super-Licença para Löeb correr na Formula 1", "Capot aberto condiciona recuperação de Hirvonen" e "Armindo Araujo arranca vitória no Grupo N".


Num canto mais pequeno, vemos Valentino Rossi em pose de "cavalinho" após cruzar a meta no GP da Malásia, conquistando mais um título no Moto GP, com a revista a titular: "Rossi, para ele é canja!". Mais abaixo, as referências à dupla vitória de António Felix da Costa em Alcainz, no Aragão "António Felix da Costa vence duas corridas, mas perde título" e a Formula 1 "Raikonnen condiciona mercado de pilotos".

Rumor do dia: Koboyashi pode correr em Abu Dhabi

Timo Glock pode ter feito a sua despedida da Toyota em Suzuka. Esta afirmação pode ser confirmada amanhã, caso os médicos não dêem ao piloto alemão o OK para correr em Abu Dhabi, no próximo Domingo. Neste caso, o japonês Kamui Koboyashi pode ter mais uma chance para correr em 2009, depois de se ter estreado em Interlagos.


Em Suzuka, Glock teve um acidente na qualificação, sofrendo um corte na perna, mas alguns dias depois foi-lhe detectada uma fissura numa das vertebras, impedindo a sua participação na corrida brasileira. contudo, esperava-se que regressasse à pista ainda a tempo da prova de encerramento do campeonato, em Abu Dhabi. Mas aparentemente, os médicos continuam a colocar isso em dúvida, e vão submetê-lo a mais uma bateria de exames médicos para darem ou não o "OK" para correr na última prova de 2009, no próximo Domingo. Caso a setença seja contrária, Koboyashi tem uma nova oportunidade para correr na categoria máxima do automobilismo.

domingo, 25 de outubro de 2009

Formula Renault: Felix da Costa vence, mas Costa é o campeão

António Felix da Costa conseguiu o que queria: vencer a corrida de hoje em Alcainz, mas o terceiro lugar de Albert Costa foi mais do que suficiente para vencer o título de campeão europeu da Formula Renault 2.0 de 2009. Para Félix da Costa, ficou a sensação do dever cumprido: "Fiz tudo o que tinha a fazer este fim-de-semana. Obrigado à minha equipa, à minha família, e a todos os que me apoiaram. Infelizmente não chegou para o título europeu de fórmula Renault...", referiu desolado.

À partida para a corrida de hoje, Albert Costa tinha quatro pontos de avanço para Jean-Éric Vergne e treze para o "Formiga", que depois da desqualificação de Nurburgring do piloto português, precisava apenas dez pontos para ser campeão.

Detendo a pole-position, António Félix da Costa liderou desde a largada, na frente de Jean-Éric Vergne, que passou inicialmente Albert Costa. Pouco depois, o piloto espanhol reocupou o segundo posto pouco depois, apesar de ser apertado por Kevin Magnussen. Ambos trocaram várias vezes de posição na luta pelo terceiro posto. No final a vitória foi para o 'Formiga', na frente do inglês Dean Smith, mas quando Albert Costa chegou ao o terceiro lugar, o espanhol tinha os pontos que precisava para ser campeão.
O campeonato de 2009 termina aqui, mas estes pilotos estarão no ano que vêm numa competição superior, quer seja o World Series by Renault ou a GP2. Só Felix da Costa terá um teste com a equipa Ocean de GP2 dentro de algumas semanas, como prova de que Tiago Monteiro está atento às suas performances...

WRC - Rali da Grã-Bretanha (Final)

Acabou esta manhã o Rali da Grã-Bretanha, e como habitual nos últimas seis temporadas, o francês Sebastien Löeb levou a melhor: venceu o rali e tornou-se num inédito hexacampeão do mundo, batendo Mikko Hirvonen, no seu Ford Focus.


À entrada da derradeira etapa nas estradas galesas, as esperanças numa reviravolta quanto à liderança da prova eram reduzidas, aparentemente só um precalço retiraria o triunfo a Loeb. Hirvonen partiu ao ataque, com os 30,2 segundos de diferença no início do dia passaram a 18,2 segundos em apenas dois troços, fazendo renascer as esperanças ao finlandês da Ford, mas na penultima especial, Hirvonen aterrou de forma violenta de um salto e partiu os ganchos de fecho do capot. O finlandês teve de parar nesse troço por uma vez para fechar o capot, deixando resolvida a questão da luta pelo triunfo e permitindo a Loeb somar mais um título ao melhor palmarés da história do mundial de ralis.


Foi uma época incrível. Tivemos um bom início, mas perdemos tudo e chegámos aqui com um ponto atrás de Hirvonen. Finalmente, vencemos e estou, realmente, feliz, mas o Mikko foi extremamente forte. Sei que, no próximo ano, será duro", afirmou, no final, Sébastien Löeb. O piloto da Citroën vai procurar na próxima temporada um inédito sétimo título mundial, mas espera muitas dificuldades. “Estou realmente feliz, mas o Mikko foi muito forte. Sei que no próximo ano vai ser duro”, alertou.

Daniel Sordo ficou com o lugar mais baixo do pódio, conseguindo bater Petter Solberg nesta luta em particular. O francês Sebastien Ogier tinha o 5º lugar na mão, mas as pedras que alegadamente o publico terá colocado no interior de uma curva provocaram danos irreparáveis no C4 do Junior Team da Citroen, dando essa posição a Henning Solberg, no Ford Focus. Matthew Wilson, Jari Matti Latvala e o zimbabueano Conrad Rautenbach fecharam os lugares pontuáveis neste rali.


Na Categoria de Produção, Armindo Araujo conseguiu levar o seu Mitsubishi Lancer EVO X ao fim, apesar dos problemas de sobreaquecimento do seu carro. O segundo lugar na categoria até seria um bom resultado, mas quando o norueguês Eyvind Brynildesen acabou desclassificado no final por irregularidades nos travões, Araujo herdou a vitória e o nono lugar final no rali, dando a primeira vitória da categoria ao novo modelo da Mitsubishi.


Se o segundo posto já era um resultado fantástico, o triunfo é "ainda melhor, embora tenha sido fruto da desclassificação de um adversário. Mas estas situações fazem parte das corridas e as regras são para cumprir, portanto se o carro estava irregular ele tem de ser posto fora. É uma vitória fantástica, com um sabor muito especial, na estreia do novo carro e estou muito contente por oferecer à Mitsubishi o primeiro triunfo do Lancer Evo X em provas do Campeonato do Mundo de Ralis", afirmou o piloto de Santo Tirso.

sábado, 24 de outubro de 2009

Youtube F1 Classic - Corrida dos Campeões, 1971



Há exactamente 38 anos, acontecia a "Corrida dos Campeões" em Brands Hatch, uma corrida extra-campeonato que envolvia carros de formula 1 e Formula 5000, uma categoria popular no inicio dos anos 70, em teoria mais potentes, mas por vezes menos eficazes que os Formula 1. Todos os grandes campeões estavam presentes: Jackie Stewart no seu Tyrrell, Emerson Fittipaldi, agora no seu Lotus 72, e os BRM de Peter Gethin e Jo Siffert, provavelmente os unicos que podiam dar luta aos Tyrrell e Lotus.


Outros carros lá estavam: o March de Ronnie Peterson, o Surtees de Mike Hailwood, o outro Lotus de Reine Wissell, o outro Tyrrell de Francois Cevért... enfim, a fina nata da Formula 1.


O filme que trago é a transmissão em directo da corrida pela BBC, narrada por Raymond Baxter. Gethin liderou a corrida desde o inicio, perseguido por Fittipaldi e Hailwood, enquanto que Stewart andava pelo quinto posto, ameaçado ora por Peterson, ora por Siffert. O BRM 153 era um excelente carro, e tinha ganho duas corridas nesse ano, uma com Siffert, na Austria, outra com Gethin, no famoso GP de Itália, em Monza, onde bateu Peterson por uma unha negra.


Na volta 14, na zona de o BRM de Siffert sofre uma quebra na suspensão traseira na zona de Hawthorn Bend, despistando-se e explodindo numa bola de chamas. Os comissários tentam apagar o fogo, mas vai demorar o seu tempo para conseguir fazê-lo. A corrida é interrompida, mas já era tarde demais para salvar o piloto suiço. Tinha 35 anos. No inquérito, descobre-se depois que o suiço tinha sofrido um toque na primeira volta, eventualmente do March de Peterson. O irónico nisto tudo é que Siffert morre no mesmo sitio onde, três anos e pouco antes, conquistara para Rob Walker a sua primeira vitória na Formula 1, a bordo de um Lotus 49.

A esperança é a última a morrer

Depois da descalssificação em Nurburgring ter diminuido em muito as suas hipóteses de título na formula Renault 2.0 Eurocup, António Felix da Costa partiu para a última ronda do campeonato, no circuito espanhol de Alcainz, determinado a ganhar ambas as corridas e esperando que os seus dois maiores rivais, o espanhol Albert Costa e o francês Jean-Eric Vegne, não conseguissem pontuar, para que assim o piloto português pudesse ter uma hipótese de alcançar o título.


Depois de ter feito a pole-position na véspera, o jovem piloto português conquistou hoje no circuito de Motorland Aragón a sua segunda vitória da temporada. Numa corrida disputada praticamente a três, Félix da Costa foi o que efectuou a melhor partida, levando atrás de si Albert Costa e Jean-Éric Vergne ao longo de toda a corrida, sem que nenhum deles conseguisse ultrapassar o piloto que seguia à sua frente. Assim sendo, as posições mantiveram-se até à bandeira de xadrez, com o português a manter vivas as suas esperanças do título, mesmo que saiba que para o conquistar precisa de um duplo abandono de Costa e Vergne na corrida de amanhã.


"Depois da qualificação, ficámos muito contentes com a nossa prestação. Ganhar é a única coisa que posso fazer! Não estou a lutar contra um piloto mas dois. A minha única hipótese de vencer o título amanhã é esperar que o Albert e o Jean-Éric não marquem pontos. Será muito difícil. Vou concentrar-me na minha corrida, para ganhar mais uma", afirmou Félix da Costa no final da prova.


À partida de amanhã, que também detêm a "pole-position", Felix da costa tem 113 pontos, menos 13 do que Albert Costa, o líder. Jean-Eric Vergne é o segundo, com 122 pontos, menos quatro do que o piloto espanhol. Tudo pode acontecer, e para Felix da costa, a esperança é a última a morrer.

WRC - Rali da Grã-Bretanha (Dia 2)

O dia de hoje nas classificativas do País de Gales mostrou um Sebastien Löeb quase perfeito, que conseguiu abrir uma vantagem de 30,2 segundos sobre o segundo classificado, e seu maior rival, Mikko Hirvonen, no seu Ford Focus WRC.

Depois de no primeiro dia ter conseguido a liderança do rali, mas por pouco, Löeb encarou as classificativas de hoje determinado em abrir uma vantagem confortável para Hirvonen. Conseguiu-o logo na secção matinal, conseguindo uma vantagem de 25 segundos, o que lhe deu uma folga maior para as passagens da tarde. Aí, o piloto francês continuou a dar o seu máximo, acrescentando mais cinco segundos à vantagem que já tinha sobre o finlandês da Ford.


No final do dia, Löeb era um piloto satisfeito por saber que agora está a meio dia de conseguir o hexacampeonato: "Estou muito contente, foi um grande dia para nós, em especial na parte da manhã, em que conseguimos ganhar muito tempo ao Mikko. Ele agora está um pouco mais rápido e não consigo fazer a mesma diferença, mas estamos na frente, na liderança e amanhã logo veremos", referiu Loeb.


Como é obvio, o oposto era demonstrado por Hirvonen, desapontado por não conseguir recuperar tempo ao seu rival Löeb: "Não foi um bom dia para nós. Ainda não sabemos onde é que perdemos tanto tempo da parte da manhã, perdemos mais algum da parte da tarde, mas este foi mínimo. Amanhã é a última oportunidade. A única coisa que me resta é dar o máximo e logo se vê", assumiu.


Dani Sordo, no outro Citroën C4 WRC, é o terceiro classificado, e já leva uma vantagem de 24 segundos sobre o norueguês Petter Solberg, noutro Citroen C4 WRC. O dia de hoje demonstrou a luta dos dois pilotos com nenhum dos dois pilotos pelo último degrau do pódio, do qual ninguém está disposto a ceder.


"O dia podia ter corrido muito melhor, mas não consegui fazer melhor. Temos melhorado os nossos tempos e se não tivesse tido aquela pequena saída de estrada de manhã agora estaria melhor. Vamos continuar a dar o nosso melhor", começou por dizer Solberg. Já Sordo, por sua vez, não escondeu a sua satisfação: "Estou muito contente, perdi algum tempo a meio do troço mas tudo esta bem. O carro está bem e resta só um dia", disse.


O francês Sébastien Ogier é o quinto da geral, tendo vindo a realizar uma boa prova, sem grandes sobressaltos, ao passo que Henning Solberg, Matthew Wilson e Jari Matti-Latvala ocupam os restantes lugares pontuáveis.


Quanto à categoria de Produção, Armindo Araujo, o novo campeão do mundo, continua a correr com o novo Mitsubishi EVO X, e continua assolado por problemas. Apesar de ser actualmente o segundo classificado no PWRC, chegou ao final da segunda e última secção do dia a deitar fumo do motor, com o piloto a não esconder o seu desânimo: "Sobreaqucimento, sobreaquecimento e mais sobreaquecimento. Foi a tarde toda nisto. Vamos tentar remediar os problemas no parque de Assistência, mas não sei se dá para continuar com estas temperaturas...", afirmou agastado.


Bernardo Sousa, no seu Punto Abarth S2000, também tem problemas de motor, estando na quinta posição na mesma categoria, e é 17º na geral.


A prova termina amanhã.