segunda-feira, 31 de agosto de 2009
O rescaldo de Spa-Francochamps
domingo, 30 de agosto de 2009
Zangam-se as comadres, dizem-se as verdades
Formula Renault: o fim de semana de Felix da Costa
O piloto de Cascais, conhecido também pelo apelido de Formiga, partia para esta jornada dupla da Formula Renault NEC 2.0 numa posição de vantagem, pois detinha uma vantagem de 61 pontos sobre o segundo classificado, o finlandês Daniel Aho, e tinha tudo na mão para dar o tal passo decisivo rumo ao título. Porém, um toque na partida da primeira corrida comprometeu um pouco as coisas, tendo conseguido chegar ao fim na oitava posição, apesar de lutar contra um carro inguiável. Apesar do azar dessa corrida, esta se transformou em sorte, pois largaria da pole-position na corrida seguinte. E aí, Felix da Costa aproveitou bem, ao largar na frente e dominar a corrida até á bandeira de xadrez.
"Foi bom vencer em Most. Cada vitória tem um sabor especial e esta não foi excepção. Além de ter consolidado a minha vantagem na liderança do campeonato, tenho um motivo extra para comemorar os meus 18 anos amanhã. Estou muito satisfeito e espero na próxima corrida poder já festejar o título do campeonato", contou o piloto português.
Em relação à corrida menos bem conseguida de ontem, Felix da Costa relatou: "Mais uma vez não fui muito eficaz na minha qualificação, fiz o terceiro tempo e por causa disso, vi-me envolvido numa situação complicada no início da corrida. Baixei para oitavo e defendi como pude essa posição pois sabia que assim arrancaria da Pole para a segunda prova do fim-de-semana", afirmou.
A próxima prova de Felix da Costa será em Nurburgring, no fim de semana de 18 e 19 de setembro, e o piloto português poderá conseguir no mitico circuito alemão o título na categoria, já que está agora a 71 pontos do segundo classificado, o dinamarquês Kevin Magnussen (filho de Jan Magnussen) "Sei que estou em forma e muito motivado para que em Nurburgring, onde disputarei a próxima jornada do NEC e do Europeu de Fórmula Renault, possa lutar pela vitória das quatro corridas que disputarei no mesmo fim-de-semana", concluiu.
Formula 1 - Ronda 12, Spa-Francochamps (Corrida)
Mas aqui neste fim-de-semana, ouvi muitas pessoas a dizer que “o fim do Mundo tinha chegado” quando viram Giancarlo Fisichella na pole-position, numa Force Índia que em duas temporadas na competição, nunca tinha sequer pontuado. A minha resposta a essas declarações algo histéricas é esta: o tão propalado “fim do mundo” já aconteceu em Março, quando os Brawn GP dominaram em Melbourne…
A corrida de hoje tinha todos os ingredientes de ser interessante. Longe do tempo ser um factor decisivo nesta corrida, o circuito de Spa-Francochamps tem um troço interessante, aquele que vai do gancho de La Source até Les Combes. Tem pouco mais de dois quilómetros e meio e passa pelo famoso troço de Eau Rouge e do Radillon, passando pela recta Kemmel, antes de chegar a Les Combes, onde abandona o circuito antigo e passa para o novo. Contudo, nunca julguei que nesses dois quilómetros e pouco mais se decidisse uma corrida, ainda mais se for na primeira volta. Mas foi o que aconteceu: depois de uma partida onde o homem melhor colocado nos da frente, Rubens Barrichello, atrasou-se perante a concorrência, numa partida catastrófica. Contudo, esse azar de Barrichello foi a sua sorte, pois safou-se dos toques que aconteciam à sua frente, primeiro em La Source, e mais tarde em Les Combes. E nesse sitio assistiu-se tudo: Jenson Button, que passava Heiki Kovalainen, foi tocado por Romain Grosjean, que por sua vez foi tocado por Lewis Hamilton e Jaime Alguersuari. Todos acabaram ali a sua corrida, e o Safety Car entrou em acção.
Nas cinco voltas que se seguiram, podíamos ver o rescaldo: O “bodo aos pobres” mostrava os Red Bull mais ou menos a meio da tabela, com Barrichello e Trulli nas boxes, só havia Kimi Raikonnen a desafiar abertamente o Force Índia de Fisichella. Quando o SC recolheu ao seu devido lugar, Raikonnen precisou apenas de chegar à entrada da recta Kemmel para alcançar a liderança. E passou por fora!
A corrida em termos de primeiros lugares ficou um pouco arrefecida, mas logo atrás tínhamos lutas próprias, como a recuperação de Barrichello e os Red Bull. Contudo, na primeira passagem pelas boxes, na mesma volta que Raikonnen e Fisichella paravam, Webber e Heidfeld também paravam, e na saída quase provocavam uma colisão. Resultado: o australiano foi obrigado a um “drive through” e perdeu tempo. Essa passagem mostrou que a Force Índia e a Ferrari tinham a mesma estratégia, e para melhorar as coisas, não só Físico não de deslocava do finlandês, como para piorar as coisas para o lado da casa de Maranello, Fisichella era por vezes um pouco mais rápido que Raikonnen! O KERS não deveria funcionar ao contrário?
Atrás dele, vinha Fernando Alonso, no Renault sobrevivente, que vinha com uma estratégia de uma só paragem, parando apenas na volta 24. Mas quando para… a estratégia vai abaixo, com a avaria da pistola de troca de pneus, nomeadamente a frente esquerda. Mas isso tinha uma explicação: na primeira curva da corrida, em La Source, um dos carros tinha tocado nessa roda, entortando-a. E quando viram esses estragos, a equipa não quis arriscar mais Budapestes, pedindo ao piloto espanhol para encostar definitivamente às boxes. E Flávio Briatore fazia as malas para embarcar no seu jacto privado, rumo para casa…
A corrida também demonstrava algo interessante: o Toyota, que tinha tudo feito para vencer hoje, graças a Jarno Trulli, ficara prejudicado com as confusões da largada, e quem era o grande beneficiado era a (futuramente retirada) BMW Sauber, que colocava Robert Kubica na terceira posição e Nick Heidfeld na quinta. Para uma equipa que vai abandonar a Formula 1 no final da época, estava a ser um belo “canto do cisne”.
E as voltas finais assistiam a um duelo à distância: Fisichella contra Raikonnen. As diferenças eram mínimas, com Vettel na terceira posição, tentando apanhar os dois primeiros. Mais atrás, um pequeno drama: Barrichello, lutando pela sexta posição no seu Brawn com Kovalainen, deitava fumo pelo motor. Julgava-se que não chegaria ao fim, mas a sua veterania veio ao de cima e conseguiu obter dois pontos, importantes para o seu campeonato, e uma pequena recompensa pela má partida.
E quando a bandeira de xadrez foi mostrada, a Formula 1 via o seu sexto vencedor do ano, a primeira vitória da Ferrari e a segunda vitória de um carro com KERS em 2009. Com um extasiado Fisichella a seu lado, nos primeiros pontos e primeiro pódio de sempre da Force India (que numa das suas encarnações fora Jordan, e esta dava-se muito bem em Spa-Francochamps!) e um Sebastien Vettel que recuperava o terceiro lugar da classificação, era mais uma demonstração de que neste campeonato, cada vez mais convenço que o vencedor desta temporada só será conhecido no final da tarde do 1º de Novembro, em Abu Dhabi… Mas até lá temos de passar por outro clássico: Monza!
GP2 - Ronda 9, Belgica (Corrida 2)
Partindo da oitava posição, devido á inversão da grelha que acontece aos oito primeiros da corrida anterior, conseguiu chegar ao sexto lugar quando conseguiu realizar uma boa partida, fugindo às confusões em La Source que levaram ao abandono do líder do campeonato, Nico Hulkenberg.
Na segunda volta, mais concretamente em Les Combes, os carros de Pastor Maldonado, Edoardo Mortara (quem mais!) e Kamui Kobayashi viram-se envolvidos num incidente devido a uma oardo Mortaratentativa de ultrapassagem frustrada de Maldonado, donde só se safou Mortara. Parente aproveitou para ascender ao quarto posto, atrás de Van der Garde, o espanhol Roldan Rodriguez e Mortara. Pouco depois entrou o Safety Car (SC) de modo a que fossem removidos em segurança os monolugares de Kobayashi e Maldonado. E foi durante essa fase de permanência do SC em pista que o monolugar de Álvaro Parente ficou envolto numa nuvem de fumo, devido ao tal motor partido, obrigando o piloto português a mais um abandono.
Quando a corrida recomeçou, Van der Garde partiu rumo a uma vitória fácil, seguido por Rodriguez e o brasileiro Diego Nunes. Karun Chandhok foi sétimo, ficando à porta dos pontos, atrás do russo Vitaly Petrov. Quando ao luso-angolano Ricardo Teixeira, o piloto da Trident foi 14º e último. Em relação ao campeonato, Hulkenberg lidera imperial, com 83 pontos, seguido por Vitaly Petrov, com 56. Alvaro Parente pulou agora para a sexta posição, com 27 pontos.
sábado, 29 de agosto de 2009
The End: Frank Gardner (1930-2009)
GP2 - Ronda 9, Belgica (Corrida 1)
Foi uma prova demolidora: somente onze pilotos chegaram ao fim. Acabou com um Safety Car em pista, pois um forte acidente por parte do monegasco Stefano Coletti, a duas voltas do fim, mas dos pilotos principais, Vitaly Petrov foi o mais prejudicado, pois desistiu com um motor partido. Mas compensou: Alvaro Parente sobreviveu aos ataques de Nico Hulkenberg, à imprevisibilidade de Spa-Francochamps e aos outros, e teve a sorte do seu lado para conseguir algo histórico: a vitória.
Pois é, esta história teve um final feliz. Alvaro Parente, um piloto português, deu à Ocean Racing Technology a sua primeira vitória de sempre. Um glorioso dia para o automobilismo e para as cores nacionais! No pódio, Parente esteve acompanhado por Hulkenberg, que é cada vez mais o candidato ao título, e do brasileiro Lucas di Grassi, no seu Racing Engeneering.
Quanto a Karun Chandhok, o outro piloto da Ocean viu-se envolvido na luta pelas últimas posições pontuáveis, acabando por abandonar na sétima volta, depois de errar em Les Combes e fazer um pião, sendo abalroado por Davide Rigon, que não pôde evitar o monolugar da Ocean.
Agora, depois desta tarde histórica para o automobilismo português, Parente partirá amanhã da oitava posição da grelha de partida, pois esta é invertida para os oito primeiros. Umna coisa é certa: o dia de hoje está marcada a letras de ouro na história do automobilismo nacional!
Formula 1 - Ronda 12, Spa-Francochamps (Qualificação)
Ao longo desta temporada vimos duas situações distintas: na primeira parte, o domínio dos Brawn GP, contrariados somente pela Red Bull. Mas a segunda parte da temporada começa com o ressuscitar da McLaren, graças ao KERS, os fogachos da Renault e Ferrari (apesar do acidente de Felipe Massa na Hungria) agora, em Spa-Francochamps, provavelmente o circuito mais imprevisível do calendário deste ano (depois do sr. Bernie Ecclestone ter-nos tirado Montreal), tivemos a mais recente surpresa: um Force Índia na pole-position!
"É incrível, nunca esperei conseguir a 'pole-position'. É incrível, é fantástico", afirmou um extasiado Giancarlo Fisichella logo após a sessão. "Estou muito feliz. Tenho de agradecer a toda a equipa, porque eles fizeram um excelente trabalho", acrescentou. Quanto à corrida de amanhã, Fisichella afirmou que está "muito confiante para a corrida mas temos de esperar para ver como tudo vai acontecer". Querem apostar que ele vai reabastecer à quinta volta? Spa é o circuito mais longo do Mundial...
Há outras surpresas na grelha: Jarno Trulli é o segundo a partir, no seu Toyota, e Nick Heidfeld é o terceiro, no seu BMW. Com uma equipa a anunciar a sua retirada, e outra a repensar o seu futuro mais próximo, até convêm mostrar algum serviço na Formula 1. E ambos os pilotos, que estão com uma situação delicada para 2010, este resultado até pode ser um belo cartão de visita.
"Obviamente que este é um resultado muito importante para a equipa. Dissemos que a BMW queria sair em alta, mas este terceiro posto é ainda mais importante para as pessoas que trabalham em Hinwill. Estamos a trabalhar para garantir que mantemos a equipa e é bom mostrar uma boa performance", afirmou um surpreso Nick Heidfeld.
"É um mistério. Nao fizemos nada ao carro comparado com as últimas corridas e, subitamente, somos competitivos. É fantástico, porque estamos a atravessar um peiodo difícil", começou por referir Jarno Trulli. "Não percebemos porque temos dificuldades por vezes e depois somos competitivos, como aconteceu hoje. Estou muito confiante para amanhã", revelou o italiano.
GP Memória - Belgica 1999
Máquinas e pilotos chegavam a Spa-Francochamps para disputar a 12ª prova do Mundial de 1999, e os McLaren eram os claros favoritos. Disputado sob tempo seco em todo o fim-de-semana, isso foi bem aproveitado por Hakkinen para conseguir a sua quinta pole-position consecutiva do ano e teria a seu lado o companheiro de equipa, o escocês David Coulthard.
A segunda fila da grelha era toda da Jordan: Heinz-Herald Frentzen era melhor do que Damon Hill, e ambos tinham batido Eddie Irvine, que iria somente largar da sexta posição, batido ainda por Ralf Schumacher, no seu Williams. Rubens Barrichello, no seu Stewart, era sétimo, e Alex Zanardi, no segundo Williams, conseguia o oitavo melhor tempo. A fechar o “top ten” estava o Ferrari de Mika Salo e o segundo Stewart de Johnny Herbert.
Sob céu limpo e sol, e perante mais de cem mil pessoas, máquinas e pilotos preparavam-se para o GP da Bélgica, esperando que não existisse uma nova repetição dos acontecimentos do ano anterior. Não aconteceu, mas esteve quase. Na partida, a embraiagem de Hakkinen teve problemas, o que foi aproveitado por Coulthard para ficar à frente dele. Hakkinen não se intimidou e travou mais tarde para tentar recuperar a posição perdida, só que ambos tocaram no gancho de La Source. O toque foi sem consequências, mas as recordações de Zeltweg, mês e meio antes, vieram à tona. Contudo, o escocês passou para a frente, e não mais largou o lugar até ao final da corrida.
No final da corrida, Hakkinen justificou o que se passou na partida: “Quando as luzes vermelhas se acenderam, precisamos de sentir a embraiagem para saber onde ela está pegando. Só que pegou quando eu não esperava, e o carro deu um pequeno pulo para a frente. Consegui parar imediatamente e pus de novo o pé na embraiagem. Só que nesse momento, as luzes vermelhas acenderam…”
Coulthard disparou na liderança, e Hakkinen limitou-se a segui-lo, enquanto que mais atrás, Frentzen tinha a corrida controlada, mas em ritmo elevado, pois aspirava o segundo posto de Hakkinen. Mais atrás, Irvine estava a ser pressionado por Ralf Schumacher, mas depois do primeiro reabastecimento, perdeu muito tempo atrás de Salo, enquanto que na luta pelo último lugar pontuável estavam Hill e Zanardi. No final, um segundo reabastecimento mais prolongado deu o sexto posto ao veterano piloto da Jordan. Para Hill, este viria depois a ser o seu último ponto na Formula 1.
Quando David Coulthard cortou a meta pela última vez, a McLaren podia celebrar uma dobradinha, mas com a ordem invertida. E se Hakkinen tinha ganho em pista três pontos a Irvine, a falha de ordens de equipa impediu-o de conseguir mais quatro, e assim, o finlandês era o novo líder do Mundial, mas apenas com um ponto de vantagem, em vez de quatro pontos, caso tivesse ganho. E Monza estava ali à esquina…
Fontes:
Santos, Francisco – Formula 1 1999/2000, Ed. Talento, Lisboa, 1999
http://en.wikipedia.org/wiki/1999_Belgian_Grand_Prix
http://www.grandprix.com/gpe/rr642.html
sexta-feira, 28 de agosto de 2009
Formula Renault: Felix da Costa espera resolver o campeonato em Most
GP 2 - Ronda 9, Belgica (Qualificação)
Formula 1 - Ronda 12, Spa-Francochamps (Treinos)
A 5ª Coluna desta semana
GP Memória - Belgica 1994
Em Spa-Francochamps, as preocupações com a segurança estavam bem presentes. Mais do que as alterações nos carros, após os acontecimentos de Imola, era também o próprio circuito que tinha sido alterado. A mítica Eau Rouge, onde os carros desciam a partir de La Source, para depois voltarem a subir na curva seguinte, a Radillon, onde somente os mais valentes (ou os mais loucos) conseguiam fazer a fundo, tinha sido transformada numa chicane, com o nítido objectivo de abrandar os carros e baixar a média de velocidade.
No pelotão da Formula 1, à medida que o final da temporada se aproximava, os orçamentos de algumas equipas ficavam um pouco mais curtos do que o esperado, devido aos acidentes e outros gastos extra. Sendo assim, essas equipas iam à cata de pilotos pagantes, muitas das vezes com um talento inversamente proporcional ao tamanho da carteira. Era o caso da Lotus, que vivia em 1994 o seu estertor final. Precisando de dinheiro, dispensou os serviços de Alessandro Zanardi e foi contratar o belga Philipe Adams, um jovem piloto de Formula 3000. De inicio, ele afirmara ter arranjado patrocinadores para esta aventura, mas no final descobriu-se que o dinheiro tinha vindo do bolso da sua própria família.
Mas não era a única alteração no pelotão. Philipe Alliot, depois da sua experiência pela McLaren, na Hungria, iria alinhar no GP belga, substituindo o monegasco Olivier Beretta. Iria ser a sua última corrida na Formula 1 para o piloto francês, agora com 40 anos de idade.
Os treinos foram imprevisíveis, tal como o tempo belga. Surpreendentemente, Rubens Barrichello tinha conseguido o melhor tempo nos treinos de sexta-feira, com chuva e a pista a secar, fornecendo-lhe uma trajectória suficientemente boa para poder calçar “slicks”. Conseguiu o que queria, e como as coisas pareciam não se alterar no dia seguinte, pois choveu copiosamente, aconteceu o improvável: aos 22 anos e dias, Rubens Barrichello era naquela altura o mais jovem “poleman” da história da Formula 1, dando a Eddie Jordan a primeira pole-position da sua carreira.
Ao lado de Barrichello, estava Michael Schumacher no seu Benetton, que tinha conseguido bater Damon Hill, que estava na segunda fila, na terceira posição. Ao seu lado estava o segundo Jordan, de Eddie Irvine. O Ferrari de Jean Alesi era o quinto na grelha, com o segundo Benetton de Jos Verstappen a seu lado. Depois vinham o segundo Williams de David Coulthard e o McLaren de Mika Hakkinen. A fechar o “top ten” estavam o Sauber de Heinz-Harald Frentzen e o Minardi de Pierluigi Martini.
No dia da corrida, a chuva deu lugar a um belo sol de Verão, e sabia-se que as hierarquias iriam ser restabelecidas mais cedo do que se esperava. Assim sendo, na partida, apesar de Barrichello ter aguentado o ataque do piloto alemão nos primeiros metros, os cavalos do motor Ford Zetec falaram mais alto do que o Hart que era equipado nos Jordan, e assim Schumi chegou à liderança, para não mais a largar. Jean Alesi passou-o pouco depois e foi atrás do líder. Mas na segunda volta, o motor Ferrari cala-se, deixando o pobre francês apeado.
Scumacher não tem quaisquer adversários, e fará uma prova sem problemas até à volta 19, quando se despista depois de ter passado por uma poça molhada com os seus pneus slicks. Voltou à pista e conseguiu controlar o carro. Contudo, esse despiste fez raspar o patim de madeira instalado por debaixo do seu carro, levando a consequências que seriam demonstradas no final da corrida.
Até lá, o piloto alemão liderava a prova sem ser contestado. Os Williams de Damon Hill e David Coulthard seguiam logo atrás, já que Barrichello tinha desistido na volta 19, vítima de acidente. Hakkinen era quarto, perseguido por Verstappen e o Tyrrell de Mark Blundell. Até ao final da corrida, não haveria mais incidentes de maior, exceptuando o atraso de Coulthard nas voltas finais.
Quando a bandeira de xadrez foi mostrada, Schumacher era o vencedor, seguido por Hill e Hakkinen. E foram esses os pilotos que subiram ao pódio. Pouco depois, os comissários técnicos começaram a verificar os carros, e descobriram um desgaste anormal no patim de madeira no carro de Michael Schumacher. Este tinha 7,5 milímetros de espessura, bem abaixo dos 9 mm permitidos em desgaste, já que essa tábua tem 10 mm de espessura, quando montado nos carros. Resultado: “Após as verificações técnicas e uma consulta ao representante da equipa Benetton, os comissários de pista decidiram remover o carro numero cinco do evento”. Em suma, Schumacher era desclassificado pela segunda vez na época. Assim, Damon Hill era o vencedor, com Mika Hakkinen e Jos Verstappen a acompanhá-lo no pódio. David Coulthard, o Tyrrell de Mark Blundell e o Arrows de Gianni Morbidelli ficaram com os restantes lugares pontuáveis.
Fontes:
Santos, Francisco – Formula 1 1994/95, Ed. Talento, Lisboa, 1994.
http://en.wikipedia.org/wiki/1994_Belgian_Grand_Prix
http://www.grandprix.com/gpe/rr559.html