segunda-feira, 31 de maio de 2010

A capa do Autosport desta semana

A edição desta semana do Autosport, que estará nas bancas daqui a algumas horas, tem uma capa apropriada para a ocasião: o Rali de Portugal, que foi marcado pela primeira vitória de sempre de Sebastien Ogier no WRC, que conseguiu bater Sebastien Löeb. E o título pode ser promonitório: "Löeb batido pelo seu sucessor".

Num "Duelo vibrante no Vodafone Rali de Portugal", "Ogier segurou a vitória no photo-finish", referindo-se à vantagem de pouco mais de sete segundos sobre Löeb à entrada da última especial. E claro, o rali atraiu "Milhares de adeptos à 'manif' do Algarve", que também aplaudiu os pilotos portugueses. "Armindo Araujo foi o melhor português (14º)" é a referência.

No canto inferior direito, a referência à Formula 1, onde a "Red Bull borrou a pintura na Turquia" graças ao incidente entre Sebastien Vettel e Mark Webber. "Sobrou para Hamilton", que subiu ao lugar mais alto do pódio,a companhado por Jenson Button, numa dobradinha da McLaren, e a terceira vitória do ano para a equipa de Woking.

No final, duas referências a outras provas. As 500 Milhas de Indianápolis, onde "Dario Franchitti vence a clássica americana", e o Todo o Terreno, onde "Carlos Sousa regressa à competição no Estoril-Marraquexe".

Sobre o acidente de Conway e aquela fina linha vermelha...

Esta madrugada, comentei no Twitter que provavelmente, o acidente do Mike Conway teria sido mais mas espectacular do ano. Imediatamente me perguntaram se ainda era mais espectacular que a do Ricardo Teixeira na Formula 2, em Marrakesh. Fui dormir com essa dúvida na cabeça, e quando acordei, pensei um bocado na coisa até chegar aqui a escrever estas linhas.

A conclusão que chego é que ambos são espectaculares. São incidentes de corrida, nos quais eles não são totalmente culpados, nem totalmente inocentes. Um acidente destes, há dez ou vinte anos, teriam caudado ferimentos muito graves ou a morte dos pilotos. Conway fez lembrar, por exemplo, o acidente de Kenny Brack no Texas, onde o piloto sueco sofreu ferimentos muito graves, que levaram ao final da sua carreira competitiva. E já vimos mortes por muito menos. Ainda se lembram de Henry Surtees?

E se ambos os acidentes foram muito mais espectaculares que o disparate que Sebastien Vettel fez ontem em Istambul, ao se autoeliminar do GP da Turquia e tirar uma vitória certa à sua equipa a Mark Webber, faz-me pensar na velha história: pedimos aos pilotos para serem agressivos nas manobras, mas queremos que estas sejam seguras. Não gostamos da demasiada agressividade, porque pode ser perigosa, até mortal, e como sabem, morrer perante milhões de pessoas não é boa para a publicidade... estranho. Onde estará o meio, que deveria ser uma virtude?

Chego à conclusão de que esse "meio" não existe. Se for um acaso e todos sobreviverem para contar a história, é um espectáculo e veremos isso nos anos a seguir, num daqueles programas do Canal Discovery. Se acontecer o pior cenário possivel, andaremos todos a lamentar enquanto que outros levantarão a voz para que se implementem mais medidas de segurança, ainda mais estritas das que existem agora. A histeria pós-Imola 1994 foi um exemplo de que certas coisas foram levadas longe demais, por exemplo. No final, temos de confiar na sorte e consciencializar de que existe uma fina linha vermelha entre o espectáculo e a tragédia...

domingo, 30 de maio de 2010

500 Milhas de Indianápolis: Franchitti vence num final acidentado

Nas 500 Milhas de Indianápolis, o vencedor será sempre decidido no momento em que cruza a meta. Literalmente. E como prova de que tudo pode acontecer até ao último metro, e a melhor prova disso foi o que sucedeu com o inglês Mike Conway, que voou na última curva devido a uma colisão com o americano Ryan Hunter-Reay. Neste momento, sabe-se que está magoado, mas que os ferimentos não são graves.

Mas para chegarmos a este resultado final, devemos recuar duzentas voltas, até ao inicio. Com Helio Castro Neves como "poleman", após as habituais três voltas de aquecimento, a partida da corrida mais importante do ano no calendário da agora IndyCar Series, dada pelo veterano ator de Hollywood, Jack Nicholson, começou com Franchitti a ultrapassar o brasileiro, mas três curvas depois eram mostradas as primeiras bandeiras amarelas, quando o carro de Davey Hamilton bateu no muro à saída da Curva 2.

Pouco depois, a corrida recomeçou, mas a situação durou pouco tempo, pois na volta sete foi a vez de Bruno Junqueira bater no muro. Pouco depois, foi a vez de outro brasileiro, Mario Moraes, mas o toque foi menor, fazendo com que pudesse ir às boxes fazer as devidas reparações, embora se atrasasse muito.

Entretanto, quem vinha do último lugar da grelha, depois de uma péssiam qualificação, era Tony Kanaan, que ultrapassava tudo e todos, aproveitando uma boa afinação e chegando aos lugares intermediários. Por esta altura, já tinham acontecido outros incidentes, nomeadamente uma paragem catastrófica para o carro de Will Power, que ficou com o bocal da sua mangueira de reabastecimento no seu carro, fazendo com que tivesse de fazer uma paragem extra para cumprir um "drive through".

Outro que fazia uma boa prova era Raphael Matos, que a meio da prova já era terceiro classificado. Contudo, uma má paragem nas boxes, no qual perdeu uma roda, fez com que se atrasasse na classificação. Pouco depois, bateu forte no muro, terminando ali a sua tarde competitiva.

Na volta 143, foi a vez de Kanaan, Franchitti e Castro Neves pararem, com o brasileiro da Penske a perder tempo quando deixou morrer o motor. Por esta altura, Marco Andretti entrava nos lugares da frente, no quarto lugar, atrás de Kanaan, Franchitti e Castro Neves. E por esta altura, nova situação de bandeiras amarelas quando o estreante colombiano Sebastian Saavedra bateu no muro. Castro Neves faz uma paragem rápida, e na volta 165, quando recomeçou a corrida, só Mike Conway, Justin Wilson, Helio Castro Neves e Graham Rahal não tinham parado, dando-lhes hipóteses de lutar pela vitória.

A partir daqui, as emoções cresciam à medida que as voltas finais se iam esgotando. O nervosismo miudinho aumentava, pois se estava a jogar um algo parecido com poquer, com o "bluff" em forma de saber se os que tinham parado iam até ao fim ou não, especialmente os carros de Wilson, Kanaan, Rahal e Casto Neves. Um por um, eles iam para a boxe e na volta 192, quando o brasileiro da Penske foi para lá, já se sabia que Dario Franchitti seria o vencedor.

Para os brasileiros, ainda havia a hipótese Kanaan, o que seria fabuloso se conseguisse levar o carro até ao fim no pódio, algo quase inédito na história da competição, mas na volta 196, isso esfumou-se com a sua rápida paragem nas boxes. E tudo indicava que Franchitti comemorasse a sua segunda vitória no Brickyard, quando Ryan Hunter-Reay e Mike Conway "roubaram" o momento, com uma espectacular colisão à entrada da curva 4. O inglês ficou ferido no pé, mas a sorte e a tecnologia de que são feitos estes carros evitaram o pior. A acompanhar Franchitti no pódio foram o inglês Dan Wheldon e o americano Marco Andretti, enquanto que Danica Patrick foi a melhor representante feminina ao terminar no quinto posto.

E foi assim a 94ª edição das 500 Milhas de Indianápolis, uma daquelas corridas que vale a pena ver, seja ele ao vivo ou na televisão. A emoção e o mito que vem de trás justificam-se plenamente.

GP Memória - Monaco 1965

Quase meio ano depois da etapa inaugural do campeonato do mundo, na Africa do Sul, máquinas e pilotos chegaram ao Mónaco para correr na segunda prova do campeonato. Na lista de inscritos havia uma ausência notada: a Lotus. Apostado nas 500 Milhas de Indianápolis, Colin Chapman levou Jim Clark para a corrida, mas contava colocar os seus carros na prova monegasca. Contudo, a equipa entrou em conflito com os organizadores e decidiu primar-se pela ausência. Outro dos ausentes nesse fim de semana monegasco era o americano Dan Gurney, que tentava a sua sorte na corrida americana.

Mas havia chassis Lotus na mesma, graças aos carros da Reg Parnell Racing, para Mike Hailwood e Richard Attwood, em dois modelos 25, e a entrada de Paul Hawkins, da DW Racing Enterprises, num modelo 33. Havia mais dois modelos inscritos pela Rob Walker Racing, dois Brabham BT7 guiados pelo suiço Jo Siffert e pelo sueco Jo Bonnier, e mais duas entradas privadas: uma do britânico Bob Anderson, num Brabham, e o do australiano Frank Gardner, John Williment Automotive, num chassis Brabham BT11.

A BRM tinha inscrito Graham Hill e o escocês novato, Jackie Stewart, enquanto que a Ferrari tinha levado dois carros para o campeão John Surtees e o italiano Lorenzo Bandini. A Brabham tinha "Black Jack" e um estreante neozelandês chamado Dennis Hulme, que substituia Gurney. Na Cooper, Bruce McLaren tinha como companheiro o austriaco Jochen Rindt, que se tinha estreado no ano anterior com um carro da Rob Walker Racing. Para finalizar, a Honda tinha dois carros, para os americanos Ronnie Bucknum e Richie Ginther.

No total, eram dezoito os inscritos mas na qualificação só passariam 17. O melhor foi o BRM de Graham Hill, seguido pelo carro de Jack Brabham e ao BRM de Jackie Stewart. Na segunda fila estavam os Ferrari de Lorenzo Bandini e John Surtees e na terceira fila estava o Lotus de Attwood, o Cooper de McLaren e o Brabham de Hulme. Para fechar o "top ten" estavam os Brabham de Bob Anderson e Jo Siffert. E quanto ao piloto ao qual "saiu a fava", calhou ao Cooper de Jochen Rindt.

Na partida, Hill tomou a liderança, com Stewart e Bandini logo atrás, enquanto que o honda de Ginther ficou parado logo na volta inicial, devido a problemas com o diferencial do seu Honda. As coisas continuaram assim até á volta 25 quando Hill perdeu o controlo do seu carro quando tentava evitar bater no carro de Bob Anderson, que tinha abrandado devido a problemas mecânicos. Com esta manobra, Hill caiu para o quinto posto, sendo a liderança ocupada pelo jovem Stewart. Na volta 29, o escocês faz um pião em Ste. Devôte e cede o comando a Bandini, que coloca o seu Ferrari na liderança.

Mais atrás, Brabham puxa pelo seu carro para apanhar o italiano, e o consegue na volta 34, mas o italiano reage e na volta 42 recupera o comando. A seguir, Brabham encosta à berma, vitima do motor. Com isto, Bandini tinha os BRM logo atrás, mas o andamento estava controlado.

Na segunda metade da corrida, Graham Hill começou a impôr o seu ritmo, tentando apanhar carros que estavam à sua frente. Aos poucos, apanhou Stewart, depois Surtees e por fim, na volta 64, ultrapassa Bandini e fica com a liderança, de onde não mais sairia. Na volta 77, Stewart apanha Surtees e fica com o terceiro posto.

As coisas estavam calmas até à volta 79, quando Hawkins se despista na chicane do Porto e cai à água. Tal como o que tinha acontecido a Alberto Ascari, dez anos antes, o piloto britânico conseguiu sair incólume deste acidente.

E no final, o vencedor foi Graham Hill, na primeira vitória do ano para a BRM. Bandini ficou com o segundo posto, enquanto que Jaclie Stewart conseguia o seu primeiro pódio na Formula 1, logo na sua segunda corrida da carreira. Os três pilotos foram os unicos que conseguiram completar as cem voltas ao circuito. O Ferrari de John Surtees, apesar de ter ficado sem gasolina na última volta, foi o quarto, enquanto que Bruce McLaren e Jo Siffert ficaram com os restantes lugares pontuáveis.

Fontes:

http://www.grandprix.com/gpe/rr133.html
http://en.wikipedia.org/wiki/1965_Monaco_Grand_Prix

2010 Youtube Indy 500: O impressionante acidente de Mike Conway



Terminaram há pouco as 500 Milhas de Indianápolis, com a vitória do escocês Dario Franchitti, que conseguiu pela segunda vez na sua carreira subir ao lugar mais alto do pódio e saborear a garrafa de leite. Justin Wilson e Alex Lloyd completaram o pódio, num monopólio das ilhas britânicas.

Mas o piloto de 38 anos cortou a meta sob bandeiras amarelas, pois na penultima curva aconteceu um acidente arrepiante, envolvendo o inglês Mike Conway e o americano Ryan Hunter-Reay. Ambos se desentenderam e o inglês saiu catapultado para as redes de protecção, desfazendo o carro em dois.

Segundos as mais recentes informações vindas de Indianápolis, Conway foi transportado para o hospital, com dores nas costas e lesões na perna direita. Em principio, foi mais um grande susto do que inicialmente parecia.

Mais tarde irei falar da corrida.

WRC 2010 - Ronda 7, Portugal (Final)

Depois de muito insistir, Sebastien Ogier conseguiu por fim a vitória. Ao ganhar em Portugal a sua primeira vitória na sua carreira do WRC, e provavelmente se tornou no provavel sucessor de Sebastien Löeb num futuro próximo. "Vencer o meu primeiro rali depois de uma grande batalha com o Seb é perfeito para mim. Estou mais do que feliz.", referiu, feliz, no final do rali.

O dia de hoje começou com Löeb a atacar Ogier para conseguir chegar à liderança, mas o francês mais novo conseguiu uma vantagem preciosa ao final da penultima classificativa, de 7,1 segundos, que poderia controlar na classificativa espectráculo, no Estádio Algarve. "Ele esteve imbatível", sintetizou depois Loeb, que acrescentou: "Ele agora passa a ser mais um forte adversário."

A fechar o pódio ficou o outro Citroen oficial, de Dani Sordo. Este monopólio da marca do "double chevron" mostra a que ponto este carro era eficaz. E podia ser melhor.. se Petter Solberg não tivesse batido na penultima especial. Voltou à estrada, mas quem beneficiou disto foi Mikko Hirvonen, que menorizou o seu péssimo rali com o quarto posto final.

O derradeiro dia de prova ficou ainda marcado pelo abandono de Henning Solberg, com problemas eléctricos no Focus WRC, fazendo com que o grande beneficiado fosse o Stobart-Ford de Matthew Wilson, que apesar de ter um andamento espectacular, continua a ser pouco eficaz. No final, terminou no sexto posto, com Mads Ostberg no sétimo lugar, que mesmo com problemas, levou o carro até ao fim. Quanto a Kimi Raikkonen, ele sabia que o Rali de Portugal era uma prova difícil e quis terminá-la a todo o custo, Acabou somente na décima posição, atrás dos seus habituais adversários como o argentino Frederico Villagra e o árabe Khalid Al Qassimi.

Quanto aos portugueses, Armindo Araujo e Bernardo Sousa chegaram ao final, com Araujo a ser 14º e melhor português, e Bernardo Sousa foi o primeiro no CPR, quarto na categoria SWRC, que foi ganha pelo finlandês Jari Ketomaa.

Tudo boas razões para o Sousa adiantar no final da prova. "Naturalmente estou muito satisfeito. O principal objectivo está cumprido. Sempre determinamos como meta principal para a temporada de 2010 assegurar o maior número de pontos para o campeonato. Isso, hoje, foi conseguido. Depois, no campeonato S-WRC ficamos a meio da tabela o que é igualmente um motivo de orgulho e muito positivo para a nossa campanha, que recordo nunca foi vencer", afirmou.

Agora o próximo rali do Mundial será o da Bulgária, que estreia no Mundial e é o primeiro em asfalto na temporada de 2010. Acontecerá no fim de semana de 9 a 11 de Julho.

Formula 1 2010 - Ronda 7, Turquia (Corrida)

Há tilkódromos e tilkódromos. Sou daqueles que dizem que Sepang é bem feito, e também gosto de Istambul Park. Mas para que as corridas sejam emocionantes, os pilotos têm também de colaborar, mesmo fazendo disparates. E foi o que aconteceu a Sebastien Vettel, quando teve o seu momento "severe brain fade", autoeliminando-se e impedindo o seu companheiro Mark Webber de conseguir uma terceira vitória consecutiva. Quem ganhou com tudo isto? Lewis Hamilton e Jenson Button, os pilotos da McLaren.

A corrida ficou definitivamente marcada com este incidente, que aconteceu na volta 41. Ao aproximar da curva doze, o alemão Vettel aproximou-se do australiano Webber, que estava na liderança, e fez uma manobra de ultrapassagem mal sucedida. O resultado foi um choque entre ambos e o consequente abandono de Vettel. Webber teve de ir às boxes para trocar o bico do seu carro e prosseguir a corrida, entregando o comando aos McLaren de Hamilton e Button.

Mas antes disso já tinha havido emoção. Na partida, Webber ficou na frente, mas Hamilton tentou constestar a sua liderança, esboçando até algumas tentativas de ultrapassagem. O britânico conservou o segundo posto até à troca de pneus, altura em que perdeu o segundo posto a favor de Vettel, que por sua vez tentou um ataque à liderança do seu companheiro, com os resultados conhecidos.

De resto, a McLaren controlou os acontecimentos, mesmo com Button a pressionar Hamilton para tentar a terceira vitória do ano. Trocaram de posições por algumas vezes, mas no final a equipa, com medo de panes secas e outras colisões, pediu a Button para refrear o ritmo e garantir a dobradinha. Assim foi, com Webber a garantir o seu terceiro pódio consecutivo, à frente dos Mercedes de Michael Schumacher e Nico Rosberg, e do Renault de Robert Kubica.

OS Ferrari estiveram apagados, neste seu 800º Grande Prémio da carreira. Felipe Massa e Fernando Alonso andaram demasiado discretos, mesmo que Massa tenha garantido o setimo posto final, e Alonso, depois de uma ultrapassagem algo polémica a Vitaly Petrov, conseguiu o oitavo lugar. Para quem prometia muito no inicio da época, este seu abaixamento do ritmo, quando rumamos ao meio da temporada, significa que as coisas para 2010 não vão melhorar muito. A não ser que aconteça o contrário... a Scuderia de Maranello é a quarta força no pelotão, ameaçada pela Renault.

E por fim, a fechar os pontos, o Force India de Adrian Sutil e a Sauber-Ferrari, conseguiu o seu primeiro ponto da época, graças ao japonês Kamui Koboyashi. Que conseguiu aguentar os ataques finais... do seu companheiro de equipa, Pedro de la Rosa. Já mereciam os comandados de Peter Sauber, depois de uma temporada frustrante, com muitas quebras.

No final, esta vitória da equipa McLaren, embora tenha caído do céu, pode servir como tributo ao seu fundador Bruce, na semana em que se comemoram os 40 anos da sua morte. Mas a realidade, dura, nua e cruel, é esta: cada vez mais será uma temporada da Red Bull, no qual os outros só vão aproveitar caso haja um erro deles, o que aconteceu hoje. Não vou dizer que a normalidade será restablecida no Canadá, pois normalmente é uma "roleta russa", mas creio que no regresso da Formula 1 à Europa, tal irá acontecer...

sábado, 29 de maio de 2010

Youtube Indy 500 Classic: Sam Hornish Jr. e a vitória nos últimos metros



Em vez de escolher a edição do ano passado, onde falaria da terceira vitória de Helio Castroneves na "Brickyard", fazendo-o no piloto estrangeiro com mais vitórias na competição, decidi recuar até à edição de 2006, pois é especial. Não só porque foram dois americanos a lutar pela vitória, mas foi também uma das chegadas mais curtas da história da competição.

Já houve chegadas assim. Em 1982, Gordon Johncock bateu Rick Mears no último instante, e dez anos mais tarde, foi a vez de Al Unser Jr. conseguir resistir aos ataques do canadiano Scott Goodyear para ficar quase lado a lado na meta. Mas em 2006 foi uma luta entre um piloto consagrado, Sam Hornish Jr., então com 25 anos e duas vezes vencedor do campeonato, e Marco Andretti, com 19 anos, um dos mais jovens de sempre a correr nas 500 Milhas e o mais novo descendente de uma familia ilustre: os Andretti, pois era filho de Michael e neto de Mario.

Mas a corrida, mais do que a batalha entre dois elementos da nova geração, teve o seu quê de dramático. Hornish Jr, piloto da Penske, teve problemas nas boxes devido à mangueira de reabastecimento e atrasou-se. Conseguiu recuperar o suficiente para chegar-se ao pé de Andretti neto, que tinha passado o seu pai e defendia-se dos ataques dos seus adversários.

Com a corrida a chegar às suas voltas finais, parecia que Marco Andretti estava a caminho da vitória e de se tornar no mais jovem piloto de sempre a ganhar a mais importante prova em monolugares. Passa o seu pai a três voltas do fim e aguenta os ataques de Hornish Jr, especialmente na penultima volta. Contudo, Hornish Jr. tem uma última chance e aproveita-a... nos metros finais. E foi assim que se tornou no último americano a vencer na Brickyard.

WRC 2010 - Ronda 6, Portugal (2º dia)

O segundo dia do Rali de Portugal fica marcado pela resistência de Sebastien Ogier aos ataques do outro Sebastien, Löeb de apelido, à liderança do rali. Demonstrando maturidade e uma grande vontade de conquistar o seu primeiro rali da carreira, apesar de ser o primeiro carro na estrada, Ogier conseguiu ser tão ou mais rápido do que o seu compatriota heptacampeão do mundo, numa consistência digna de campeões. Graças a esse andamento, com um ritmo controlado que lhe permitiu poupar os pneus, Ogier chegou ao final das classificativas de hoje com uma vantagem de 21,1 segundos sobre o piloto francês.

"Consegui defender-me bem ao longo do dia e mantive uma boa vantagem. Amanhã, sei que vai ser difícil mas vamos ver como vai correr. Loeb vai ter menos vantagem já que será o segundo na estrada", afirmou Ogier. Para amanhã, Ogier está em boa posição para conseguir a sua primeira vitória na prova, mas isso poderá depender, também, da hipótese da existência de eventuais ordens de equipa da equipa principal da Citroën.

Sebastien Löeb estave ao ataque no dia de hoje, como lhe é tipico, mas desta vez, os segundos dias, que normalmente lhe são favoráveis, está agora ter dificuldades devido à resistência de Ogier. No terceiro lugar na classificação geral está o norueguês Petter Solberg, que teve um bom dia e terminou com uma vantagem de 13,5 segundos sobre o espanhol Dani Sordo. Amanhã, o norueguês pensa em controlar o seu andamento para manter o seu lugar no pódio, pois atacar Loeb é uma tarefa muito difícil, já que existe 31,1 segundos de diferença para o piloto francês. Desta forma, o norueguês poderá amanhã tentar calcular melhor o seu rendimento para defender-se dos ataques de Sordo e segurar o terceiro posto.

Se na Citroen, tudo corre bem, o contrário se pode dizer no caso da Ford. Mikko Hirvonen é quinto, batido por Ogier, Löeb, Sordo e Solberg, demonstrando que os carros da marca da oval estão a ter uma jornada difícil. Para piorar as coisas, Jari-Matti Latvala desistiu a meio da segunda etapa, quando o piloto da Ford despistou-se perto do início da 18ª especial, embatendo a traseira do seu Focus WRC numa árvore e abandonando a competição logo de seguida.

Atrás de Hirvonen, o norueguês Henning Solberg, no seu Stobart-Ford, é sexto, num dia atribulado para ele, devido a problemas na direcção e na bomba de gasolina do seu Ford. Logo a seguir vem o outro Stobart-Ford de Matthew Wilson, ao passo que a seguir vem o Subaru Impreza do norueguês Mads Ostberg, no oitavo posto.

Pouco dado a conversas ao longo de toda a prova, Kimi Raikkonen ocupa o nono posto da geral, com o finlandês a registar um ritmo de aprendizagem num rali que se está a provar muito duro em termos de elementos mecânicos dos carros. Federico Villagra encerra o lote dos dez melhores, com mais um Ford Focus.

Em relação aos portugueses, para Armindo Araujo, o dia que não começou da melhor forma. O campeão do PWRC contou com problemas a nível da suspensão da parte da manhã, mas na secção vespertina, já com os problemas resolvidos, Armindo Araújo pôde adoptar uma toada mais rápida e terminar o dia na 17ª posição da geral, a mais de 15 minutos do lider. Bernardo Sousa, numa toada bem calma, pois aqui está a correr pelo campeonato, vem logo a seguir no 18º lugar da geral, a mais de dois minutos de Araujo.

O Rali de Portugal termina amanhã.

The End: Dennis Hopper (1936-2010)

Foi considerado um dos melhores da sua geração. Foi também considerado como um actor maldito, especialmente nos anos 70, após ter feito "Easy Rider". Esteve no fundo do poço, mas recuperou. Era um amante da arte e teve uma carreira prolifica na pintura. Para a história ficará como dos mais conhecidos actores da segunda metade do século XX, e Dennis Hopper morreu esta tarde, aos 74 anos, após uma longa batalha contra um cancro da próstata.

Nascido a 17 de Maio de 1936 em Dodge City, no Kansas, mudou-se para Kansas City aos nove anos. Aos treze, mudou-se para San Diego, na California, onde se interessou por teatro. Passou pelo Actor's Studio, onde fez amizade com um dos mestres do horror, Vincent Price, que fez despertar o amor pela arte e lhe introduziu os classicos, como William Shakespeare. Em 1955, aos 19 anos, fez os seus primeiros filmes. E não foram uns quaisquer: "Rebelde sem Causa" e "O Gigante", com James Dean, no qual tiveram uma grande amizade, terminada abruptamente pela morte de Dean, num acidente de carro.

Nos anos 60 teve papéis em filmes como "Os Quatro Fillhos de Katie Elder" (1965), com John Wayne e Dean Martin, "O Presidiário" (1967), com Paul Newman, "Velha Raposa" (1969), de novo com John Wayne. Desenvolveu amizades com a velha lenda do Oeste e com Elvis Presley, quando este tentou a sua sorte no cinema.

Mas o seu momento de glória foi com "Easy Rider". O filme tratava da viagem sem destino, pelas estradas americanas, de quatro amigos. Hopper foi actor, argumentista e realizador do filme, em conjunto com Peter Fonda e Jack Nicholson. Por esta altura, Hopper debatia com os seus famtasmas: o seu primeiro divórcio, o abuso de alcool e drogas, e as disputas criativas com Fonda. Mas quando o filme estreou nas salas de cinema, foi aclamado pela critica e tornou-se num clássico.

Hopper tornou-se numa personalidade prestigiada, mas pouco depois, em 1971, fez "The Last Movie", com Peter Fonda, Michelle Philipps e Kris Kristoferson. Apesar de ter ganho em Veneza, o filme foi atacado pelos criticos e tornou-se num fracasso de bilheteira. Isso fez piorar as coisas a Hopper, tornando-se em "persona non grata" em Hollywood e o afundou mais no alcool e nas drogas. O seu segundo casamento, com Michelle Philipps, foi um dos mais curtos do entretenimento: divorciaram-se uma semana depois de se casarem.

Hopper andou o resto da década a fazer filmes de baixo orçamento, e voltou à ribalta com um papel secundário, mas marcante, em "Apocalypse Now", um dos filmes mais impressionantes da história do cinema, com Martin Sheen e Marlon Brando, e realizado por Francis Ford Coppola. No ano seguinte realizou "Out of the Blue", que ganhou elogios da critica, mas o seu comportamento errático ainda era noticia. Por esta altura, Hopper snifava três gramas de cocaina por dia, mais algumas gramas de marijuana, trinta cervejas e Cuba Libres. Só em 1983 é que entrou num programa de reabilitação, após ter estado desaparecido durante algumas semanas no deserto mexicano.

Em 1986, volta à ribalta ao protagonizar o vilão Frank Booth no filme "Veludo Azul", de David Lynch. O seu desempenho foi elogiado pela critica e no final do ano é nomeado para o seu primeiro Oscar, como actor secundário. E nos anos 90, fez papéis de vilão como "Speed" (1994), com Sandra Bullock e Keanu Reeves, e "Waterworld" (1995), com Kevin Costner.

Também fez vários trabalhos na TV, algo que fazia desde os anos 60. Participou como convidado em séries desde "Bonanza" e "5ª Dimensão", nos anos 60, até à série "24", onde foi o vilão Victor Drazen, na primeira série.

Para além do cinema, Hopper foi aclamado noutras artes. Fotografia, escultura, pintura foram algumas artes em que colaborou. Foi também um ávido colecionador de arte, tendo sido um dos primeiros comparadores das obras de Andy Warhol. Fez também a capa de "River Deep, Mountain High", de Ike & Tina Turner.

Hopper foi também conhecido pelos seus casamentos. Casou-se por cinco vezes e teve quatro filhos e o seu último casamento, com Veronica Duffy, estava a falhar, pois no inicio do ano ele entreou os papéis para o divórcio. Este estava a ser bem amargo, pois tinham sido dadas várias ordens de restrição à sua mulher, alegando o seu "comportamento errático". Por esta altura, já Hopper batalhava contra um cancro da próstata, detectado em finais de 2008, e que se tinha mestatasizado para os ossos. Quando apareceu na sua última aparição pública, em Março deste ano, para receber uma estrela no Passeio da Fama, estava tremendamente magro e se deslocava numa cadeira de rodas.

No final, pode-se dizer que soube viver a vida. Cheia de altos e baixos, no final teve o reconhecimento que merece. Ars lunga, vita brevis.

Formula 1 2010 - Ronda 7, Turquia (Qualificação)

Já estamos na sétima prova do ano, e cada vez mais se vê que o equilibrio prometido no inicio do ano se está a transformar num "Mark & Seb Racing Show", pois a cada corrida que passa, o "poleman" e o vencedor está a ser cada vez mais um carro da Red Bull. E hoje, pela terceira vez consecutiva, o primeiro lugar da grelha pertence a Mark Webber, tornando-se no favorito à vitória para a corrida de amanhã.

O australiano, líder do Campeonato do Mundo, estabeleceu um novo recorde na qualificação no Circuito de Istambul Park, fazendo a sua melhor volta em 1.26,295 segundos, batendo o McLaren de Lewis Hamilton por meros 138 milésimos. E no terceiro posto na grelha está o alemão Sebastien Vettel, que não conseguiu melhorar este posto da grelha devido a um erro na sua última tentativa de qualificação. "Penso que o Sebastian teve um pequeno problema mas no final ficámos todos muito juntos. Mas estamos optimistas para amanhã e esperamos obter um bom resultado", referiu Webber no final da qualificação.

Jenson Button vai fazer companhia a Sebastian Vettel na segunda fila, conseguindo superar as duas máquinas da Mercedes, que monopolizam a terceira linha da grelha de partida, com o veterano Michael Schumacher a ser superior a Nico Rosberg. Robert Kubica é o sétimo, à frente de Felipe Massa, o melhor dos Ferrari. Este discreto oitavo posto é algo desilusório, dadas as expectativas que muita gente tinha da Scuderia, que comemora aqui a sua 800ª participação em Grandes Prémios.

O "top ten" fecha com o russo Vitaly Petrov, da Renault, e o japonês Kamui Koboyashi, da Sauber.

Fora da Q3 ficou Fernando Alonso, que sofreu um despiste na sua primeira volta de qualificação, do qual não conseguiu mais fazer uma volta suficientemente rápida para um lugar nos dez primeiros. Outro que não conseguiu passar para a Q3 foram os Force India, onde Adrian Sutil não fez melhor do que o 11º tempo. Vitantonio Liuzzi fez pior, ao ser 18º na grelha.

Quanto às novatas, a melhor foi a Lotus, Com Jarno Trulli a conseguir o 19º tempo, a cerca de 1,3 segundos de Liuzzi. O mais interessante foi Bruno Senna, que se qualificou na 22ª posição, batendo o Virgin do seu compatriota Lucas di Grassi.

Amanhã será dia de Grande Prémio. Mais do mesmo ou algo completamente diferente? Que se saiba, não choverá durante a hora da corrida...

GP Memória - Monaco 1960

Depois do começo da temporada, em Buenos Aires, aconteceu um longo hiato de quatro meses até que máquinas e pilotos voltassem a juntar-se para a segunda prova do campeonato, o GP do Mónaco. Corrido no mesmo fim de semana que as 500 Milhas de Indianápolis, no qual só participavam pilotos americanos, aqui a lista de inscritos tinha imensas novidades.

Com a notada ausência de Harry Schell, morto duas semanas antes no International Trophy de Silverstone, a Ferrari decidira aderir à tendência dos carros com motor traseiro. Adquiriu um Cooper, estudou-o e construiu o seu primeiro chassis com motor traseiro, o 246P, que estreou nas ruas do Principado nas mãos do americano Richie Ginther. O seu compatriota Phil Hill, o britânico Cliff Allison e o alemão Wolfgang Von Trips ficavam com o modelo de motor frontal.

Entretanto, Rob Walker decidiu trocar de chassis, da Cooper para a Lotus, esperando dar um carro competitivo para Stirling Moss. Na equipa oficial, alinhavam os britânicos Innes Ireland e Alan Stacey, pilotos escolhidos por Colin Chapman para correrem no modelo 18, mas ele também tinha na sua equipa uma das lendas em duas rodas: John Surtees.

A Cooper corria oficialmente com o campeão do mundo, Jack Brabham, acompanhado do vencedor do GP da Argentina, Bruce McLaren, e de Bruce Halford. Outros que correm com chassis Cooper são os britânicos Tony Brooks e Chris Bristow, pela Yeoman Credit; outro britânico, Roy Salvadori, pela High Eficiency Motors; e pela Scuderia Centro-Sud, o francês Maurice Trintignant, o americano Masen Gregory e o britânico Ian Burgess. Um Cooper com motor Ferrari estava nas mãos do italiano Giorgio Scarlatti.

A BRM tinha uma equipa de três carros, para o britânico Graham Hill, o americano Dan Gurney e o sueco Jo Bonnier, e estes já eram carros de motor traseiro. Mas a nova equipa que se apresentava no Mónaco ainda mantinha o motor à frente: a americana Scarab, o projecto pessoal de um rico herdeiro, Lance Reventlow. Acompanhado do seu engenheiro, Chuck Daigh, iriam tentar a sua sorte num carro que, apesar de ser novo, o seu design estava desactualizado, num pelotão em mudança. Para finalizar, havia um JWB-Maserati, pilotado por Brian Naylor.

Na qualificação, Stirling Moss levou a melhor sobre Jack Brabham e Tony Brooks, enquanto que na segunda fila estava o Cooper de Bristow e o BRM de Bonnier. Na terceira fila estavam o BRM de Hill, o Lotus de Ireland e o Ferrari de Von Trips, enquanto que Richie Ginther e Bruce McLaren fechavam o "top ten".

Num pelotão de 24 inscritos, mas onde somente 16 pilotos poderiam alinhar, os que ficaram de fora. Os Scarab de Daigh e Reventlow não passaram, o JWB de Naylor também, o Cooper-Ferrari de Scarlati, os Cooper-Mareati de Gregory e Burgess, o Cooper oficial de Halford e o Ferrari de Cliff Allison, sem dúvida umas supresa, depois do segundo lugar em Buenos Aires...

A corrida, que decorreria numas exaustivas cem voltas, começa com Bonnier a chegar à liderança, surpreendendo Brabham, Moss, Brooks, Bristow e Hill. Mas na quinta volta, Moss passa Brabham e parte ao ataque de Bonnier, que o apanha e depois o ultrapassa na volta 17. Nessa mesma volta, Bristow desiste com a caixa de velocidades partida.

Três voltas mais tarde, Brabham passa Bonnier na luta pelo segundo lugar e parte em perseguição de Moss, mas Bonnier reage e o ultrapassa na volta 27. Entretanto tudo isto acontecia, o tempo mudava rapidamente e a partir da volta 30, a chuva fazia a sua aparição. Brooks despista-se e perde o quarto lugar, a favor de Bruce McLaren, que tinha Phil Hill no seu encalço. Entretanto, Brabham passa de novo Bonnier e vai atrás de Moss para alcançar a liderança na volta 34. Mas esta é de pouca dura, pois despista-se na Ste. Devote na volta 39, deixando o comando nas mãos de Moss. Ele volta, mas recebe ajuda exterior e os comissários não tem outra hipótese senão desclassificá-lo.

Na frente, Moss controla os acontecimentos, mas pouco depois tem de ir às boxes, devido a problemas elétricos, enquanto que Bonnier recupera a liderança. Moss parte em busca do sueco, e consegue alcançá-lo. Pouco depois, na volta 83, Bonnier despista-se e parte a suspensão, deixando o segundo lugar nas mãos do Cooper oficial de Bruce McLaren, com o Ferrari de Phil Hill logo atrás.

Quando a bandeira de xadrez foi agitada para Moss, acontecia algo histórico: pela primeira vez na Formula 1, um chassis Lotus tinha ganho uma corrida oficial na Formula 1. Não a equipa oficial, mas foi através da equipa de Rob Walker, a melhor equipa privada de então. McLaren e Phil Hill ficaram nos restantes lugares do pódio, enquanto que Tony Brooks, Jo Bonnier e Ricchie Ginther ficaram com os restantes lugares pontuáveis. Uma classificação estranha, já que apenas quatro carros tinham chegado ao fim, e Ginther tinha conseguido o sexto posto... a trinta voltas do vencedor.

Fontes:

http://www.grandprix.com/gpe/rr086.html
http://en.wikipedia.org/wiki/1960_Monaco_Grand_Prix

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Youtube Indy 500 Classic: 2005, a primeira vez de Danica Patrick



Ao longo dos anos, houve mulheres na categoria máxima do automobilismo americano. Janet Guthrie e Lyn St. James foram duas delas, e no inicio da década houve Sarah Fisher, que hoje em dia tem uma equipa na Indy. Mas em 2005 assistiu-se à entrada em cena de uma jovem rapariga de 23 anos, que teve uma curta passagem por Inglaterra e a Formula Ford. Tratava-se de Danica Patrick, e alinhava na equipa de Bobby Rahal e David Letterman. Na sua primeira ocasião impressionou tudo e todos, ao alinhar na grelha na quarta posição, apesar de ter confessado estar muito nervosa na ocasião.

Se nos treinos deu nas vistas, na corrida foi ainda melhor. Foi uma das protagonistas e passou várias vezes pela liderança, para no final acabar em quarto lugar e ser a "Rookie da Corrida". Pela primeira vez na história, esse feito cabia a uma mulher, e no final do ano, era coroada como "Rookie do Ano", sendo também a primeira mulher a conseguir tal feito. E claro, o quarto posto foi o melhor de sempre por parte dela nas 500 Milhas até 2009, altura em que terminou a corrida no terceiro posto.

Aqui, a reputação de Danica, agora com 28 anos, começou a ser construida, para agora ser definitivamente uma das mais reconhecidas do meio. E a mais bem sucedida mulher no automobilismo mundial desde os tempos de Michelle Mouton, no inicio dos anos 80, no Mundial de Ralis. E após Danica, outras mulheres entraram na competição como a venezuelana Milka Duno, e este ano a suiça Simona di Silverstro e a brasileira Ana Beatriz "Bia" Figueiredo.

WRC 2010 - Ronda 6, Portugal (1º dia)

Após a Super-Especial de ontem á noite no Estádio Algarve, que levou mais de vinte mil pessoas, o primeiro dia de rali foi marcado pelo dominio inicial de Dani Sordo, cedo ultrapassado por Sebastien Ogier, que abriu uma vantagem suficiente para conseguir uma liderança de quase meio minuto sobre Sordo e 44,8 segundos sobre o terceiro classificado, o seu compatriota Sebastien Löeb.

A manhã começou com Sordo ao ataque, mas a partir da quarta classificativa, quem dominava o assunto era Ogier. O piloto da Junior Team aproveitou as dificuldades de Sordo em controlar o seu andamento quando começou a ter um desgaste permaturo dos seus pneus de terra:

"Os nossos pneus estão com algumas dificuldades, andei muito depressa mas o Ogier tambem andou muito bem. De qualquer forma, estrou muito satisfeito com o carro", referiu o piloto espanhol, que depois de finalizar a quarta secção, chegou mesmo a sair do carro para controlar o desgaste dos pneumáticos. Para piorar as coisas, à tarde teve um problemas com os travões, fazendo perder mais algum tempo: "Na última especial do dia, travei forte para o gancho e senti que o carro não desacelerava. Os pneus também já estavam completamente destruídos pelo que perdi 15 segundos. Mas vou continuar a tentar", referiu.

Já Ogier era no final do dia um piloto radiante com o resultado: "Foi um dia excelente, tentámos dar o máximo e o carro esteve perfeito. Agora, temos de ver o que acontece amanhã. Sabemos que será dificil ser o primeiro na estrada, mas as coisas são assim", afirmou no final da última especial do dia aos jornalistas.

Sébastien Loeb, a braços com a tarefa de 'limpar' as estradas, começou a ocupar ao final da manhã o quinto posto, perdendo 23 segundos. À tarde perdeu mais 21 segundos, mas subiu até ao terceiro posto da geral, passando o Ford de Mikko Hirvonen e o Citroen de Petter Solberg. Jari-Matti Latvala, vencedor na prova anterior, na Nova Zelândia, teve um andamento discreto e ocupa agora o sexto posto da geral, com o finlandês a confirmar que fez uma especial "com muita cautela, não quero cometer nenhum erro estúpido". Henning Solberg, Matthew Wilson e Mads Ostberg vêm logo a seguir na classificação geral.

Quanto a Kimi Raikonnen, um andamento sem erros de inicio permitiu chegar ao final da manhã no décimo posto, num andamento que não comprometia ninguém. Já outra das presenças mediáticas, o americano Ken Block, teve uma estreia atribulada no Rali de Portugal. O espectacular piloto norte-americano despistou-se na segunda especial do dia, Ourique 1, não conseguindo retomar o rali devido aos danos causados no Ford. Block e o seu co-piloto sairam ilesos mas o seu Ford Focus WRC só deverá regressar amanhã à competição em formato Superally.

Quanto aos portugueses, o melhor é Armindo Araujo, que é 22º na geral, mas Bernardo Sousa não anda muito longe, sendo o 24º da geral e é sétimo na categoria SWRC. "No cômputo geral, o dia correu-nos bem, embora o estado dos pisos estejam um pouco agrestes, por isso temos tido algumas cautelas no nosso andamento, tentando não cometer exageros. Tal como é sabido, este é um rali muito longo onde tudo pode acontecer onde a fiabilidade da mecânica e até porque não dos pilotos vão ditar a diferença", referiu o piloto do Ford Fiesta S2000.

O rali prossegue amanhã.

Formula 1 2010 - Ronda 7, Turquia (Treinos)

As duas sessões de hoje no circuito Kurtkoy, em Istambul, revelaram uma McLaren no topo da sua forma, conseguindo, através de Lewis Hamilton e Jenson Button, que foram os mais rápidos nas duas sessões de treinos.

Num circuito favorável aos carros da esquadra de Woking, Hamilton foi na primeira sessão de treinos o único dos pilotos a rodar na casa do segundo 28, fazendo uma volta completa em 1.28,653 segundos, acabando mesmo por deixar o seu companheiro de equipa, Jenson Button, a quase um segundo de distância.

Na Mercedes, o regresso ao chassis com distância entre eixos maior parece ter voltado a favorecer Michael Schumacher, com o piloto da Mercedes a registar o terceiro melhor registo, logo na frente de Nico Rosberg. Mas ambos ficaram nesta sessão de treinos a cerca de um décimo de diferença.

Sebastian Vettel foi o melhor dos Red Bull, ao registar o quinto melhor tempo, ficando na frente dos dois Renault de Robert Kubica e Vitaly Petrov. Na equipa gaulesa, se a vantagem voltou a pender para o lado de Kubica, Petrov não ficou muito longe, porque o russo conhece bem o traçado turco dos tempos da GP2. O Red Bull de Mark Webber foi o oitavo, embora seja de prever que os dois carros de Milton Keynes não tenham dado o seu máximo nesta sessão. O Ferrari de Fernando Alonso e o Force India de Adrian Sutil fecharam o "top ten" nessa sessão.

Na Lotus, o melhor foi Heiki Kovalainen, que apesar de ter ficado no 19º posto, já está a memos de um segundo do Toro Rosso de Jaime Alguersuari, enquanto que o Hispania de Karun Chandhok surpreendeu ao fazer o 21º tempo, batendo os dois Virgin.

A segunda sessão foi mais do mesmo, com algumas modificações. Desta vez, Jenson Button conseguiu bater o Red Bull de Mark Webber, com um tempo superior em 0,098 segundos. O terceiro melhor na sessão foi outro Red Bull, o de de Sebastien Vettel, que superou o McLaren de Lewis Hamilton. Fernando Alonso foi o melhor dos Ferrari, conseguindo o quinto tempo.

A mesma sorte não teve Felipe Massa, seu companheiro de equipa, com o piloto brasileiro a não fazer melhor do que o décimo tempo, sendo o protagonista de um despiste na desafiante curva 8, acabando por estragar um jogo de pneus macios, mesmo que não tenha danificado qualquer elemento no seu carro. Entre os dois Ferrari ficaram os dois Mercedes, com Rosberg a ser superior que Michael Schumacher, e os dois Renault, onde Robert Kubica ficou à frente de Vitaly Petrov.

Em relação às equipas novatas, a Lotus continua a ser a melhor, com Heiki Kovalainen a fazer melhor que Jarno Trulli, mas este foi superado pelo Virgin do brasileiro Lucas di Grassi. Na Hispania, Bruno Senna foi o melhor do que Karun Chandhok, mas ambos os carros ficaram a mais de cinco segundos do melhor tempo do dia.

Amanhã na qualificação é que se verá quem é o mais forte. E os tempos de hoje não devem ser levados muito a sério, pois não é aqui que os pilotos dão o seu máximo...

O piloto do dia: Markus Höttinger

Markus Höttinger poderia ser um daqueles casos de "e se?". Como muitos outros, Hottinger tinha como objectivo alcançar a Formula 1, mas um estranho acidente em Hockenheim destruiu esses sonhos, bem como a sua própria vida. No dia em que faria 54 anos de idade, e na altura em que se comemora os trinta anos da sua morte, falo hoje sobre este piloto austriaco, um provavel sucessor de Niki Lauda.

Nascido a 28 de Maio de 1956 em Neunkirschen, na Austria, Hottinger era filho de um juiz e de uma professora, tinha um talento natural para tudo. Era bom nos estudos e um ávido esquiador, cedo ficou apaixonado pela velocidade. Em 1977, aos 21 anos, estava a correr na Renault 5 Cup na Austria, e acabou por vencer o campeonato. Por essa altura, o seu talento tinha sido descoberto pelo Dr. Helmut Marko, ex-piloto de Formula 1 cuja carreira tinha sido encurtada devido a um acidente no GP de França de 1972, quando uma pedra atingiu o seu capacete, ficando cego de um olho.

No final de 1977, Höttinger foi contratado pela BMW e correu nas Nove Horas de Kyalami, vencendo na sua classe. A partir de 1978 foi correndo dos Turismos, até alinhar numa nova série, que iria aparecer nos fins de semana da Formula 1: a Procar Series. Com bólidos BMW M1, os pilotos de Formula 1 alinhariam com mais alguns jovens pilotos, como o próprio Höttinger. Após algumas sólidas performances, ele iria correr em algumas provas de Formula 2 na temporada de 1979, a bordo de um chassis March.

No final de 1979, a BMW decidiu apostar em Höttinger para a temporada seguinte de Formula 2, a bordo de um chassis Maurer oficial. A sua primeira prova, em Thruxton, acabou muito cedo, à primeira volta, quando o seu motor BMW explodiu. Höttinger e o resto da equipa tinham esperanças que na prova seguinte, no circuito alemão de Hockenheim, as coisas fossem um pouco melhores.

A prova foi tremendamente acidentada, mas os eventos que rondaram o acidente mortal de Höttinger começaram na terceira volta, quando os carros do italiano Andrea de Cesaris e do alemão Manfred Winkelhock, dois futuros pilotos de Formula 1, tocaram-se na primeira curva da pista, causando um rastro de óleo e outros destroços. Na volta seguinte, outros dois pilotos que correrão na Formula 1, o jovem neozelandês Mike Thackwell e o britânico Derek Warwick, tocaram-se no mesmo sitio e uma das rodas, o de Warwick se soltou na pista. Este caiu na trajectória de Höttinger, sendo atingido em cheio, num acidente similar ao que aconteceu a Henry Surtees, 29 anos mais tarde. Perdendo o controlo da viatura, Höttinger ainda bateu no carro do irlandês Bernard Devaney, mas este saiu ileso.

Höttinger foi retirado do carro com um grave traumatismo craniano e levado de helicóptero para o hospital de Mannheim, mas foi pronunciado morto à chegada. Tinha 23 anos. A corrida foi interrompida na volta 27, com os organizadores a declarar o italiano Teo Fabi como vencedor, com o brasileiro Chico Serra a terminar no quarto lugar.

Este foi um golpe forte nas esperanças austriacas em ter um dos seus pilotos na categoria máxima do automobilismo. Tanto que o programa desportivo da ORF "Sport on Montag" iria dar no dia seguinte a noticia de que Höttinger iria estrear-se na Formula 1 em Zeltweg, em Agosto daquele ano. Curiosamente, esse foi o lugar onde estreou outro dos participantes da Formula 2 daquela temporada, o britânico Nigel Mansell.

Um dos seus amigos mais chegados era o alemão Hans-Georg Bürger. Tal como Höttinger, era considerado um piloto promissor, com hipóteses de chegar à Formula 1, pois era devidamente apoiado pela BMW. Num golpe do destino, ele iria sofrer um acidente fatal algum tempo depois, a 22 de Julho daquele ano, no circuito holandês de Zandvoort. Nesse dia tinha sofrido um acidente menor e tinha voltado às boxes, onde os mecânicos mudaram o nariz e reparado um braço da suspensão. Após algumas voltas a uma velocidade moderada, Bürger fez uma nos limites e perdeu o controle do seu carro na temida curva Scheivlak, a mais de 200 km/hora. O impacto fez partir o capacete em dois, pois tinha batido a cabeça num poste. Socorrido de imediato, morreu no hospital dois dias mais tarde. Tinha 26 anos.

Fontes:

http://autoracing.suite101.com/article.cfm/markus_hoettinger
http://en.wikipedia.org/wiki/Markus_H%C3%B6ttinger
http://en.wikipedia.org/wiki/Hans-Georg_B%C3%BCrger
http://pandinigp.blogspot.com/2008/02/frmula-2-markus-httinger-e-o-maurer.html
http://www.motorsportmemorial.org/focus.php?db=ct&n=682