Depois do começo da temporada, em Buenos Aires, aconteceu um longo hiato de quatro meses até que máquinas e pilotos voltassem a juntar-se para a segunda prova do campeonato, o GP do Mónaco. Corrido no mesmo fim de semana que as 500 Milhas de Indianápolis, no qual só participavam pilotos americanos, aqui a lista de inscritos tinha imensas novidades.
Com a notada ausência de
Harry Schell, morto duas semanas antes no International Trophy de Silverstone, a Ferrari decidira aderir à tendência dos carros com motor traseiro. Adquiriu um Cooper, estudou-o e construiu o seu primeiro chassis com motor traseiro, o 246P, que estreou nas ruas do Principado nas mãos do americano
Richie Ginther. O seu compatriota
Phil Hill, o britânico
Cliff Allison e o alemão
Wolfgang Von Trips ficavam com o modelo de motor frontal.
Entretanto,
Rob Walker decidiu trocar de chassis, da Cooper para a Lotus, esperando dar um carro competitivo para
Stirling Moss. Na equipa oficial, alinhavam os britânicos
Innes Ireland e
Alan Stacey, pilotos escolhidos por Colin Chapman para correrem no modelo 18, mas ele também tinha na sua equipa uma das lendas em duas rodas:
John Surtees.
A Cooper corria oficialmente com o campeão do mundo,
Jack Brabham, acompanhado do vencedor do GP da Argentina,
Bruce McLaren, e de
Bruce Halford. Outros que correm com chassis Cooper são os britânicos
Tony Brooks e
Chris Bristow, pela Yeoman Credit; outro britânico,
Roy Salvadori, pela High Eficiency Motors; e pela Scuderia Centro-Sud, o francês
Maurice Trintignant, o americano
Masen Gregory e o britânico
Ian Burgess. Um Cooper com motor Ferrari estava nas mãos do italiano
Giorgio Scarlatti.
A BRM tinha uma equipa de três carros, para o britânico
Graham Hill, o americano
Dan Gurney e o sueco
Jo Bonnier, e estes já eram carros de motor traseiro. Mas a nova equipa que se apresentava no Mónaco ainda mantinha o motor à frente: a americana Scarab, o projecto pessoal de um rico herdeiro,
Lance Reventlow. Acompanhado do seu engenheiro,
Chuck Daigh, iriam tentar a sua sorte num carro que, apesar de ser novo, o seu design estava desactualizado, num pelotão em mudança. Para finalizar, havia um JWB-Maserati, pilotado por
Brian Naylor.
Na qualificação, Stirling Moss levou a melhor sobre Jack Brabham e Tony Brooks, enquanto que na segunda fila estava o Cooper de Bristow e o BRM de Bonnier. Na terceira fila estavam o BRM de Hill, o Lotus de Ireland e o Ferrari de Von Trips, enquanto que Richie Ginther e Bruce McLaren fechavam o "top ten".
Num pelotão de 24 inscritos, mas onde somente 16 pilotos poderiam alinhar, os que ficaram de fora. Os Scarab de Daigh e Reventlow não passaram, o JWB de Naylor também, o Cooper-Ferrari de Scarlati, os Cooper-Mareati de Gregory e Burgess, o Cooper oficial de Halford e o Ferrari de Cliff Allison, sem dúvida umas supresa, depois do segundo lugar em Buenos Aires...
A corrida, que decorreria numas exaustivas cem voltas, começa com Bonnier a chegar à liderança, surpreendendo Brabham, Moss, Brooks, Bristow e Hill. Mas na quinta volta, Moss passa Brabham e parte ao ataque de Bonnier, que o apanha e depois o ultrapassa na volta 17. Nessa mesma volta, Bristow desiste com a caixa de velocidades partida.
Três voltas mais tarde, Brabham passa Bonnier na luta pelo segundo lugar e parte em perseguição de Moss, mas Bonnier reage e o ultrapassa na volta 27. Entretanto tudo isto acontecia, o tempo mudava rapidamente e a partir da volta 30, a chuva fazia a sua aparição. Brooks despista-se e perde o quarto lugar, a favor de Bruce McLaren, que tinha Phil Hill no seu encalço. Entretanto, Brabham passa de novo Bonnier e vai atrás de Moss para alcançar a liderança na volta 34. Mas esta é de pouca dura, pois despista-se na Ste. Devote na volta 39, deixando o comando nas mãos de Moss. Ele volta, mas recebe ajuda exterior e os comissários não tem outra hipótese senão desclassificá-lo.
Na frente, Moss controla os acontecimentos, mas pouco depois tem de ir às boxes, devido a problemas elétricos, enquanto que Bonnier recupera a liderança. Moss parte em busca do sueco, e consegue alcançá-lo. Pouco depois, na volta 83, Bonnier despista-se e parte a suspensão, deixando o segundo lugar nas mãos do Cooper oficial de Bruce McLaren, com o Ferrari de Phil Hill logo atrás.
Quando a bandeira de xadrez foi agitada para Moss, acontecia algo histórico: pela primeira vez na Formula 1, um chassis Lotus tinha ganho uma corrida oficial na Formula 1. Não a equipa oficial, mas foi através da equipa de Rob Walker, a melhor equipa privada de então. McLaren e Phil Hill ficaram nos restantes lugares do pódio, enquanto que Tony Brooks, Jo Bonnier e Ricchie Ginther ficaram com os restantes lugares pontuáveis. Uma classificação estranha, já que apenas quatro carros tinham chegado ao fim, e Ginther tinha conseguido o sexto posto... a trinta voltas do vencedor.
Fontes:
http://www.grandprix.com/gpe/rr086.htmlhttp://en.wikipedia.org/wiki/1960_Monaco_Grand_Prix