sábado, 31 de dezembro de 2011

O meu ultimo post de 2011

Este é o meu último post de 2011. Foi um ano comprido, mas memorável em todos os aspectos. Acho que para o mal e para o bem, vai ser um ano que ficará para a Historia pelos eventos que aconteceram no Norte de Africa, pela quantidade de "estátuas", de ditadores que foram derrubados, e até executados. Khaddafi morto, Mubarak derrubado... quem poderia imaginar isso em dezembro de 2010? Ninguém, nem mesmo os escritores de ficção cientifica.

Mas o ano de 2011 ficou marcado pelo tsunami no Japão e a morte do Querido Líder, o Kim Jong-il. Confesso que no primeiro caso, fiquei impressionado pelo fato dos helicópteros japoneses terem filmado uma catástrofe em andamento, do qual todos nós vimos acontecer nas nossas televisões em todo o mundo. E da destruição subsequente, aprendemos a ouvir falar de um lugar desconhecido até ao dia 11 de março daquele ano: Fukushima. Local de uma central nuclear que não aguentou o forte terramoto e a subsequente devastação causada pelo tsunami. Aprendemos a comparar aquilo com Chernobyl, e pensamos que como seria possível ver outra vasta destruição, sete anos depois de outro tsunami, no Sudeste Asiático. 

No segundo caso, as multidões chorosas pela passagem do féretro do Querido Líder, sob neve, em Pyongyang. Em muitos aspectos, era genuíno, o que me faz pensar se tudo aquilo não será o exemplo bem sucedido de uma lavagem cerebral. E o jovem e gordo líder, Kim Jong-un, continua o mistério do pais mais misterioso do mundo, e que tem armas nucleares. O que vai acontecer a seguir? Mais do mesmo ou alguma abertura, como acontece agora em Cuba?

Contiudo, o ano de 2011 ficou também marcado a ferro e fogo no automobilismo. Tivemos o domínio dos Sebastiões, na Formula 1 e nos ralis, e nunca um nome foi tão dominador como este. A concorrência bem lá tentou, mas foi quase uma inutilidade, onde andaram a recoilher as migalhas. Uma vitória aqui e ali, e pouco mais. Talvez em 2012 as coisas mudem, mas por agora, não creio. Temos de esperar pelo... inesperado. Mas este ano de 2011 vimos acidentes mortais no desporto que mais amamos. Vimos, por exemplo, um Dan Wheldon no seu melhor e dpeois no seu pior. Mal sabiamos que a sua inesperada vitória significou também a seu último grande feito em vida. Meses depois, iriamos ver em direto o seu acidente mortal, na veloz oval de Las Vegas, perseguindo um prémio de cinco milhões de dólares.

Mas também o ano de 2011 foi o último de muita gente. Elizabeth Taylor, Amy Winehouse, Steve Jobs... todos que foram importantes num tempo que agora ficou para trás. Fazem agora parte dos livros de história, estão gravados em filme, voz e outros meios para serem vistos nas gerações que vêm a seguir. De uma certa forma, garantiram a sua imortalidade, pois a cada geração que virá, serão vistos e ouvidos. E muitos ficarão admirados e fascinados por aquilo que fizeram. Tal como eu, um "petrolhead" fico admirado por certas pessoas que morreram antes de eu ter nascido. E assim, a imortalidade.

O que quero desejar para 2012? Melhor do que 2011. Que não seja tão marcante como 2011. Que não aconteça um terramoto tão devastador como no Japão. Que mais ditadores sejam derrubados. Que a crise se alivie. Que o Euro seja salvo, e que os nossos lideres estejam mais inspirados. Queria que fossemos bem sucedidos no campeonato europeu de futebol e batessemos o nosso recorde de medalhas nos Jogos Olimpicos. Que o campeonato de Formula 1 e de ralis sejam mais equilibrados e quem sabe, com outros vencedores. Que haja mais "fair-play" e que saibam que há mais vida para além do clube de futebol que apoiam ou o piloto de vence. Que consciencializem que há mais vida para além disto tudo. E que pensem que 2012 NÃO SERÁ o ano que acabará o mundo. Se querem acreditar numa coisa, agarrem mas é na vossa companheira - ou companheiro - e pratiquem o que vai no Kama Sutra. É muito mais credível do que o horóscopo da vossa revista ou jornal.

Enfim, que tenham um grande 2012, é o que desejo a todos.

Como chamar a atenção do Top Gear e receber a devida resposta...

Eu há uns dias fiz um post no meu blog por causa da Serra da Leba, em Angola, e como daria bem como cenário para um daqueles programas do Top Gear feito a percorrer estradas paisagisticamente desafiantes. Assim sendo, escrevi um mail para ao TG Portugal, acompanhado de uma foto que arranjei no Google, e "aqui vai alho".

Eis uma parte da carta que escrevi para a revista:

"Caros amigos da Top Gear:

Primeiro que tudo, quero dizer que adoro ler a vossa revista, desde a numero um. Já começam a saltar fora do decalque da versão inglesa, mas mantiveram o essencial, que é o que interessa.

Segundo: escrevo-vos por causa de uma coisa, que tem a ver com estradas. Os vossos amigos ingleses, o desbocado do Clarkson, o "Capitão Lento" e o "Hamster", estão sempre a dizer bem da Stelvio, a Transfagharian romena - nem sei bem como escrever esse nome - e acredito que sejam bonitas. Assim sendo, quero sugerir a eles - e a vocês também, porque não? - que tirem algum tempo e vão a Angola, mais concretamente à Serra da Leba. Tem umas curvinhas que não envergonham ninguém, tem uma paisagem de cortar a respiração e parece que já asfaltaram e colocaram uns guard-rails e tudo."

Ontem espreito a revista deste mês e reparo que não só publicaram o meu mail, como meteram a foto e deram-na como "destaque do mês", a vermelho e tudo. OK, é um feito assinalável, mas depois pergunto-me se os critérios estavam assim tão nivelados por baixo? Enfim, para prenda de final de ano não está má e é bom saber que o pessoal do TG Portugal não dorme em serviço. 

E espero que eles digam aos ingleses que esta estrada existe, para depois ver o "orangotango" do Clarkson a acelerar encosta acima, e quando chegasse lá, olhasse para a paisagem que existe na fenda da Tundavala e afirmasse algo como "Isto é magnifico". Já faltou menos...

Noticias: Adrian Newey e Nigel Mansell condecorados pela Raínha

Neste final de ano, o governo britânico costuma conceder condecorações a quem tenha feito grandes feitos pasra o país e para o mundo, em várias áreas. E as personalidades desportivas não são excepção. Este ano, coube a Nigel Mansell, campeão do mundo em 1992 e atual vice-presidente do BRDC, e o projetista Adrian Newey a serem os contemplados. Mansell recebeu um CBE (Comandante do Império Britânico) pelos serviços prestados à UK Youth, uma instituição centenária que trabalha no envolvimento dos jovens na sociedade.

Já Newey, atualmente com 53 anos, recebeu um OBE, a Ordem do Impédio Britânico, pela sua carreira de projetista, que já lá vai em 30 anos. Depois de ter começado como estagiário na Fittipaldi, em 1981, passou depois pela March, quer na CART, quer na Formula 1, pela Williams, McLaren e agora Red Bull, tendo construido chassis marcantes como o FW14, de 1991-92; o McLaren MP4-9, de 1998 e mais recentemente, o Red Bull RB7, de 2011.

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Cinco exemplos para recordar: anónimo num ano, campeão no outro


(...) Os dois primeiros anos na Formula 1 tinham sido infernais para este jovem filho de banqueiros. Pediu dinheiro emprestado a vários bancos para poder pagar a sua carreira, primeiro na March, depois na BRM. Os seus familiares, que detestavam o seu estilo de vida, não o ajudaram com um único cêntimo, e por vezes até dificultavam a sua vida em relação ao dinheiro que precisava para continuar a correr. Em 1973, Lauda mostrou o seu talento em algumas provas, mas o máximo que conseguiu foram dois pontos no GP da Bélgica, em Zolder.

Contudo, um dos seus companheiros de equipa, Clay Regazzoni, notou no talento de Lauda e o recomendou a Montezemolo e ao “Commendatore”. Enzo Ferrari, com algum instinto latente – faria o mesmo três anos depois a Gilles Villeneuve – decidiu conceder uma oportunidade a Lauda. O austríaco disse anos depois que o seu salário deu para pagar as dívidas que tinha ao banco.

E nessa temporada, aproveitou para mostrar o seu talento. Logo na sua primeira corrida, um segundo lugar foi suficiente para convencer os céticos de que era uma aposta ganha, e quatro corridas depois, em Jarama, venceu a sua primeira corrida. Conseguiu nova vitória em Zandvoort, e pelo meio obteve mais dois pódios e oito pole-positions, cinco dos quais consecutivamente. Acabou o ano no quarto lugar, com 38 pontos mas as suas prestações o fizeram passar de promessa a confirmação, e no ano seguinte, com o título mundial, à consagração. (...)

A história de como Niki Lauda passou de quase anónimo a um consagrado em apenas uma temporada vale a pena ser referida, pois é uma das cinco qwue conto hoje. Aqui falo de pilotos que antes de lhe ser concedida uma oportunidade para brilhar, não tinham um grande cartão de visita em termos de resultados. Scheckter tinha mais fama de bater carros na McLaren, Lauda tinha pago para andar, Keke Rosberg teve de fazer um teste na Williams contra Jean-Pierre Jarier para ficar com o lugar, enquanto que Graham Hill e Jack Brabham beneficiaram dos carros que foram fabricados. 

E todos eles, curiosamente, acabaram campeões do mundo, fosse no ano em que deram nas vistas, fosse anos depois. E Keke Rosberg tem um feito unico: foi campeão do mundo depois de na temporada anterior não ter conseguido qualquer ponto, pois tinha corrido pela Fittipaldi. Todos estes casos são contados hoje no site Portal F1.com.  

Um título de Cavaleiro para John Surtees

Há algumas semanas, Peter Windsor entrevistou John Surtees para o seu programa "The Fifth Driver", onde disse que um dos seus maiores desejos era o de ver armado em Cavaleiro pela Rainha de Inglaterra, pelos seus serviços ao automobilismo, e pelo fato de ele ser o único piloto que alcançou títulos em duas e quatro rodas, com quatro títulos nas 500 cc e o título mundial de Formula 1 em 1964.

Surtees, atualmente com 77 anos, dispensa apresentações: correu primeiro em motos, onde venceu quatro títulos em 500 cc e mais três na classe de 350 cc. Em 1960, deu o salto para as quatro rodas, onde lá ficou durante toda essa década. Primeiro com um Lotus, depois com um Lola, os seus melhores resultados foram num Ferrari, onde venceu o titulo de 1964, e teve uma relação tumultuosa com o Commendatore.  Em 1966, saiu da Scuderia e vai para a Cooper, e no ano seguinte para a Honda, onde vence uma corrida em Monza. Em 1969, vai para a BRM, antes de em 1970 começar a construir os seus próprios chassis.

A aventura de Surtees como construtor dura até 1978, sem grandes resultados de relevo, mas por lá passaram pilotos como José Carlos Pace, Mike Hailwood, Tim Schenken, John Watson e Vittorio Brambilla, entre outros.

Após isso, Surtees afastou-se um pouco do automobilismo, voltando aos paddocks no final da década passada para acompanhar os progressos do seu filho Henry Surtees, que acabou por morrer num acidente de Formula 2 em Brands Hatch, em julho de 2009, quando tinha apenas 18 anos.

O link da petição está aqui, e o meu - e vosso - objetivo é o de alcançar o mais rápidamente possivel as dez mil assinaturas necessárias para que seja alcançado o objetivo: conceder o grau de Cavaleiro a esta lenda das pistas. E quem diz a ele, diz a todos os britânicos campeões do mundo ainda vivos.

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Para comunistas...



A Coreia do Norte é o país mais fechado do mundo. Se não o é, é dos mais fechados, mas não acredito que haja um país ainda mais fechado do que esse. E como sabem por estes dias, Kim Jong-il foi-se no passado dia 17, vítima de ataque cardíaco e o seu funeral foi ontem, debaixo de neve, na capital, Pyongyang.

O mais interessante neste país que cultivou os valores estalinistas até à exaustão - o culto da personalidade e os "gulags", para não falar das grandes fomes que assolaram o país nos últimos quinze anos - e de orgulhosamente falar do "juche", ou seja, a autodeterminação em tudo, incluindo em termos de produção - ver carros ocidentais no cortejo fúnebre é no mínimo, surreal. Ou então, podemos dizer que a elite norte-coreana tem bom gosto...

Explico: o carro que levou o caixão do Querido Líder é um bem americano Cadillac de 1976, com o caixão no tejadilho, para que a população, que apanhava um frio glacial, pudesse chorar à vontade à passagem do féretro do "Querido Líder". Depois, veijo o cortejo de Mercedes Classe S e uns modestos Volkswagen Passat, estes certamente fabricados na China. E dos veículos militares, para além dos tanques russos, tinham Mercedes Classe G a fazer guarda de honra.

Assim sendo, com tantas manifestações da cultura ocidental, fica-se a perguntar: então e os ZIL russos? Onde andam os Ladas, os Volgas, os GAZ construidos na gloriosa era soviética? Nas sucateiras de Pyongyang? Ou será que ali já se nota a influência do pragmatismo chinês, mesmo no regime mais fechado do mundo, onde só se passa, quase até ao enjoo, as marchas militares e as enormes bandas? De uma certa forma, é um mistério... mas que é uma ditadura como qualquer outra, é. E todos os ditadores tem gostos excêntricos. Basta pensarmos no Muhammar Khadaffi, no Mobutu Sesse Seko, no Saddam Hussein...

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Vimeo Motorsport Classic: "Rekord"



Descobri este video no F1 Corradi, o excelente blog do Humberto Corradi. É uma pequena animação de quase três minutos, feito por Sean Thompson, de seu nome "Rekord". E trata-se dos eventos que rodearam a tentativa de recorde de velocidade feito a 28 de Janeiro de 1938, entre Frankfurt e Darmstadt, de onde acabou por morrer Bernd Rosemeyer, o piloto da Auto Union.

Nesse dia, Rosemeyer competia com o piloto da Mercedes, Rudolf Caracciola, pelo recorde de velocidade em terra, numa das novas "autobahns" feitas pela Alemanha nazi, como demonstração da superioridade das máquinas alemãs. Adolf Hitler era "petrolhead" e sabia que uma das maneiras de demonstrar o poderio alemão era de dominar a cena das corridas de Grand Prix dessa época. Conseguiu. 

Sobre Rosemeyer, Caracciola, e esse dia fatídico de janeiro, já falei ao longo da história deste blogue e noutros lados. E valem muitos filmes, do qual este é um exemplo. 

O regresso da Lotus aos ralis

A Lotus fez no final da semana passada, num kartódroimo de Turim, o "shakedown" do seu modelo Exige de GT com vista para a sua estreia nos ralis em 2012, num número selecto de provas de asfalto. A aparição da marca de Colin Chapman 31 anos depois da aventura da Sumbeam é vista como uma forma de expandir a marca para outras vertentes que a Formula 1 ou a Endurance.

À frente do projeto está o italiano Claudio Berro, antigo navegador de ralis nos anos 80, tendo até vencido o Rali de Sanremo em 1981 a bordo de um... Sumbeam Lotus, tendo como piloto o local Francesco Ormenzzano. Berro, apesar de ainda não revelar todos os pormenores técnicos, afirma que "a beleza do Exige R-GT está no facto de embora ser um verdadeiro carro de competição com múltiplas afinações não é preciso ser um piloto profissional para lhe tirar todo o partido. Por ter sido paralelamente com o carro de estrada, o R-GT beneficiará de um alto desempenho, mas sem deixar de oferecer ao piloto a sensação de diversão e a facilidade de utilização, para além de permitir aos técnicos da Lotus fazer rápidos avanços em matéria de segurança e fiabilidade mecânica". 

De resto, a criação da nova regulamentação para a categoria R-GT marca para Berro "uma oportunidade muito interessante para a Lotus regressar à disciplina, ainda que a nossa abordagem agora seja diferente de quando, há 30 anos, ganhámos o Mundial de Ralis. Mas só a abordagem já que a filosofia é a mesma pois queremos ganhar e o Exige R-GT é como um sonho tornado realidade para os apaixonados por GT's. Para esses, este passará a ser o seu carro!". 

Quanto a pilotos, nada se sabe ainda, mas no final da semana passada, o madeirense Bernardo Sousa afirmou que tinha entre mãos uma proposta para ser um dos pilotos oficiais da marca em 2012.

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

A entrevista a Ingo Hoffmann pelo 16 Valvulas

O meu amigo Gonçalo Sousa Cabral, do 16 Valvulas, fez ontem uma entrevista com Ingo Hoffman, que como todos sabem, é uma das lendas do automobilismo brasileiro. Já conhecia esta entrevista desde sexta-feira, pois andamos a falar sobre ela, mas não a tinha ouvido antecipadamente. 

Agora podem ouvi-la aqui, a partir deste link, sobre a sua carreira, a sua fundação e outras coisas mais, claro, do ponto de vista português. Mas acho que vale a pena ouvir na mesma.

O desabafo de Chris Meeke

O anuncio de que a Mini irá alugar o seu segundo carro durante grande parte das provas de 2012, a começar pelo Rali de Monte Carlo, que estará nas mãos de Pierre Campana, que com um carro semelhante conseguiu um nono lugar no Rali de França, não deixou muito feliz o segundo piloto da marca, o britânico Chris Meeke, que passou um Natal verdadeiramente amargo.

Para demonstrar essa amargura, escreveu o seguinte no seu Twitter pessoal: "Já se questionaram como seria se a rapariga que amam lhes dissesse que os deixava para se ir prostituir?

Desconhece-se se Meeke irá correr pela marca em 2012, mas as perspectivas para o piloto britânico de 32 anos não deverão ser muito animadoras...

A capa do Autosport desta semana

Este é o último Autosport de 2011, e como tal, faz-se um balanço dos melhores momentos do ano que irá acabar agora. Mas também é uma altura de fazer a antevisão do Rali Dakar, que este ano sai de Mar del Plata, na Argentina, e acabará em Lima, a capital do Peru. E com portugueses em lugar de destaque, com a revista a fazer título disso: "No Dakar para fazer História", com Helder Rodrigues e Carlos Sousa nas fotografias.

Nos subtítulos, fala-se dos objetivos e aspirações desses pilotos: "Helder Rodrigues na melhor forma de sempre" e "Carlos Sousa quer levar Grat Wall no Top 10".

Acima, fotografias de Sebastien Löeb, Sebastian Vettel, Armindo Araujo e Casey Stoner demonstram o que foi o ano que passou, na tal "revista do ano 2011, os melhores momentos" que já referi anteriormente.

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

A entrevista de Alex Zanardi ao jornal Público


Para muitos de nós, "petrolheads", a vida de Alex Zanardi dispensa apresentações. Muitos sabem o que fez na Formula 1, muitos seguiram a suya carreira espantoda na CART e os seus títulos mundiais em 1997 e 1998, bem como o seu regresso frustrante à Williams em 1999. E muitos ainda se recordam o que estavam a fazer na manhã/tarde/noite de 16 de setembro de 2001, quando na oval de Lausitzring, o piloto italiano sofreu um tremendo choque com o carro de Alex Tagliani, perdendo ambas as pernas.

Sobreviveu para  contar a história e ganhou uma segunda vida. Primeiro no WTCC e agora deleita-se com uma bicicleta, com o objetivo de conquistar uma medalha nos Jogos Paraolimpicos de Londres, que acontecerão daqui a menos de um ano. Sempre competitivo, agora com 45 anos, Alex Zanardi falou com o jornalista Tiago Pimentel sobre a sua vida e a razão pelo qual escolheu esta modalidade.

DEZ ANOS DEPOIS, ZANARDI QUER GANHAR UMA MEDALHA EM LONDRES

O ex-piloto italiano "Alex" Zanardi vai estar nos Jogos Paraolimpicos com o objetivo de conquistar umsa medalha no ciclismo adaptado.

Há um antes e um depois na vida de Alessandro Zanardi. Há dez anos, o ex-piloto italiano viu a sua "primeira vida" chegar ao fim, com um acidente na Alemanha, em que perdeu as duas pernas. Começou então uma "segunda vida": lidar com a dependência, reaprender a andar com as próteses. E a prática de uma nova modalidade desportiva, o ciclismo adaptado. A evolução foi tão rápida quanto inesperada, e Zanardi já tem assegurada a qualificação para os Jogos Paraolímpicos de 2012, em Londres. O objectivo é conquistar uma medalha.

"Neste momento estou qualificado. Ir a Londres já não é um sonho, é um objectivo. Agora a questão é preparar-me bem para competir no melhor das minhas possibilidades", contou Alessandro Zanardi, em conversa telefónica com o PÚBLICO.

O ex-piloto italiano compete em handcycle (bicicleta adaptada para a propulsão manual). Em 2011 conseguiu vários resultados assinaláveis, com destaque para a vitória na Maratona de Nova Iorque e o segundo lugar no contra-relógio nos Campeonatos do Mundo de estrada. "Foi uma temporada muito boa. Consegui ganhar várias maratonas, em Roma, em Milão, em Veneza. Mas a Maratona de Nova Iorque foi a que me deu mais satisfação", apontou.

Para chegar aqui o percurso foi tudo menos simples. Em 2001, o acidente no circuito EuroSpeedway Lausitz, durante uma prova de Fórmula CART, atirou-o para o hospital. Ficou lá 45 dias, e quando saiu era um homem diferente. As duas pernas foram amputadas e teve que reaprender a fazer praticamente tudo. "Ser um duplo amputado significa que desde que acordo de manhã até quando vou para a cama à noite, faço tudo com os braços", explicou Zanardi, acrescentando: "No início tenho de reconhecer que foi difícil. Depois o meu corpo ficou mais forte e deixou de ser tão cansativo."

A bicicleta manual chegou em 2007, ao mesmo tempo que competia no Mundial de Turismo. Um patrocinador convidou-o a ir à Maratona de Nova Iorque para um evento. "Eu disse-lhes: 'Já que tenho de ir lá fazer um discurso de dez minutos, posso já agora fazer a maratona'. Foi algo que disse na brincadeira, mas que depois decidi realmente tentar. Organizei-me num par de semanas, fui a Nova Iorque e terminei em quarto. Foi um excelente resultado, mas fiquei a quase 20 minutos do vencedor", recordou o ex-piloto, com uma gargalhada.

Do carro para a bicicleta

"Mas foi divertido, e foi quando decidi que o handcycling era uma excelente forma de me manter em forma", continuou Alessandro Zanardi, explicando que em 2010, ano em que não teve uma proposta no desporto automóvel que satisfizesse as suas expectativas, decidiu dedicar-se à nova paixão. "Fiz a escolha e decidi deixar as corridas automóveis. Comecei a dedicar mais atenção ao meu treino, e dois anos depois aqui estou. Estou muito feliz por ter tomado esta decisão", reconheceu.

Era o momento para apostar nesta nova modalidade, admitiu o ex-piloto: "Vou ter 46 anos a seguir aos Jogos Paraolímpicos de Londres, por isso não vale a pena alimentar expectativas de ir ao Rio de Janeiro em 2016. É algo que tenho de fazer neste momento."

Zanardi destacou a importância do trabalho com a selecção paraolímpica italiana de ciclismo na sua evolução, e confessou ao PÚBLICO que "continua a não saber muito sobre ciclismo". "Tive de fazer muitos, muitos quilómetros na bicicleta. A mãe natureza não nos deu músculos da mesma qualidade nos braços e nas pernas. Para fazer uma actividade física contínua com os braços, durante mais de uma hora, temos de tornar as fibras dos músculos de brancas em vermelhas. E isto é algo que só se consegue com muito exercício, fazendo muito trabalho com os braços", acrescentou Zanardi.

Nos treinos diários faz uma média de 50 ou 60 quilómetros. "Mas nos três meses antes do Campeonato do Mundo a minha rotina chegava a ser de 120 quilómetros. É algo semelhante ao que os ciclistas fazem. Por vezes, costumo treinar com eles e consigo acompanhá-los, porque as velocidades são semelhantes. Claro que, quando a estrada sobe, para mim é ligeiramente mais difícil, mas é um bom exercício tentar acompanhá-los", disse.

A qualificação para Londres 2012 é o culminar de "uma aventura muito interessante" e Zanardi conclui que seja qual for o resultado alcançado nos Jogos Paraolímpicos, o saldo é positivo: "Se for a Londres e ganhar uma medalha, será um final feliz. Mas mesmo que não consiga uma medalha, só vou perder o final feliz. Foi uma bela jornada."

Youtube Gynkhana: As habilidades de Luca Pedersoli

Luca Pedersoli é o atual campeão italiano no "Trofeo Rally Asfalto" e deseja que os seus patrocinadores lhe dêm dinheiro suficiente para fazer uma temporada no WRC em 2012, a bordo de um Citroen DS3. E para dar nas vistas, decidiu há algum tempo fazer um videoclip inspirado nos "gynkhanas" de Ken Block, dentro de um pedreira italiana, com uma loira como "sidekick". 

E o resultado é este que se pode ver neste filme de quase seis minutos e meio. Não está mau de todo, digo eu.

domingo, 25 de dezembro de 2011

O bairro da Formula 1

É um desafio encontrar algo para escrever neste dia de Natal, mas não demorei muito para descobrir assunto para escrever. Estra noticia descobri-a há uns dias, sobre o bairro brasileiro que tem o nome de coisas relativas á Formula 1. A noticia, do jornal Estado de São Paulo, fala de um bairro de Santo André onde os habitantes locais decidiram, algures em 1994, e no "calor" dos eventos que rodearam a morte de Ayrton Senna, batizar as ruas com motivos que tinham a ver com a categoria máxima do automobilismo.

Há uma "rua Prost", uma "rua Tamburello", uma "rua Monza", uma "rua Toleman" ou uma "rua Copersucar". O conjunto habitacional esta a ser feito nessa altura, e em vez das ruas terem nomes de politicos locais, a coisa ficou assim devido à vontade dos que moravam lá. Pintaram murais de Senna e escreviam esses nomes nas esquinas. A perfeitura anuiu a vontade popular, mas aprnas alguns anos mais tarde, em 2003. E o conjunto habitacional tem o nome de Ayrton Senna, como muita coisa que existe no Brasil, especialmente em São Paulo e arredores.

Aqui em Portugal, já vos digo, não há esse tipo de hábitos. Nem em termos das ruas terem um "batismo popular" ou que coloquem nomes de pilotos. Talvez haja uma ou outra rua, mas a unica referência que conheço é a da Quinta do Lago (porque ele tinha uma casa), mas ver bairros inteiros, algures no Brasil, onde há ruas com nomes de pilotos que provavelmente nunca viram mais gordos ou que esqueceram há imenso tempo, parece-me ser mais uma forma do povo em homenagear a modalidade que os fez acordar cedo da cama, apesar de na maior parte das vezes era para ver brasileiro vencer.

Quando for a nossa vez, vai ser assim? Gostava que não fosse, mas pelo que vejo em Espanha com o Fernando Alonso... não posso ter ilusões.

sábado, 24 de dezembro de 2011

A véspera de Natal


Escrevo isto na madrugada do dia 24. Em casa, aquecido, com a minha família a dormir e uma das minhas cadelas atrás de mim, a tentar adormecer. O Natal é tempo de paz, em comunhão com a família e com os amigos, onde se compram e trocam presentes, em sinal de admiração, amizade e amor, uns pelos outros. A Ceia de Natal nesta casa, tal como em toda a típica casa portuguesa, tem de levar bacalhau, o nosso “alimento nacional” – ironicamente, não se encontra nas nossas costas, temos de o pescar à Islândia, Noruega ou Canadá… - e como todo e qualquer português, já estou de água na boca para o poder comer.

Podia estar a escrever isto no dia 31 de Dezembro, outro bom dia para refletir sobre o ano que se vai embora, mas acho que deixo esta data para falar do ano em si. Falo mais sobre o tempo que passou desde a última vez que fiz este tipo de reflexão, por alturas do meu aniversário, há quase seis meses.

E nesse curto espaço de tempo, posso dizer que a minha vida deu uma volta de 180 graus. Se não é isso, é quase. Vamos colocar isto nos 120 graus, para ser mais justo. A minha situação atual é quase um paradoxo, num país deprimente, onde milhares procuram por um emprego, um trabalho decente, do qual possam ter a sua vida, pagar as contas e procurar a felicidade nas vidas que escolheram. No meu campo pessoal, direi que o meu “caminho das pedras” encontrou a sua luz no fundo do túnel. Esse caminho que escolhi teve por fim a sua recompensa, um trabalho que adoro e do qual suo a minha camisola. Pode não ser muito, mas tenho que encarar isto como um copo meio cheio: é só o início da história.

Hoje em dia, posso dizer que tenho dinheiro para pagar as minhas contas, e ainda tenho o “desplante” de poupar algum a cada mês que passa, para poder acumular para outras coisas. Mais ambiciosas, mais altas. Que desejo fazer em 2012 e nos anos seguintes. Mas isso será revelado a seu tempo. Nesse aspecto, a minha vida é um corrupio, mas de modo positivo.

Mas tenho consciência que este “final feliz” de modo pessoal é mais uma excepção do que uma regra. E isso mostra que na vida em que vivemos, nesta nossa passagem pelo planeta Terra, no nosso tempo finito, todo e qualquer momento tem de ser vivido. Podemos detestar o fundo do poço por ser escuro, frio e sufocante, mas é a partir dali que começamos a subir a parede em direção da luz e do calor. E também esse momento tem de ser vivido, pois serve de lição para o futuro. E como segredava o escravo na carroça junto do seu amo, o imperador César Augusto, no seu desflie triunfal, toda a glória é efémera.

Mas eu, como ser humano que sou, quero que dure para sempre. Feliz Natal para todos.   

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

O video de Natal do 16 Valvulas


Eu vou deixar o postal de Natal para o dia 24, mas antes disso, deixo-vos este video feito pelo meu colega e amigo Gonçalo Sousa Cabral, do site 16 Valvulas.

Caso não nos vejamos: Boas Festas a Todos!

A Mini vai participar em 2012. Resta saber como...

Definitivamente, este está a ser o dia da Mini. Desde ontem ao final da tarde que as coisas dos lados da Prodrive começaram a se definir, aos poucos. Primeiro que tudo, o espanhol Dani Sordo confirmou na sua página pessoal do Facebook que ira correr pelo menos em dez das treze provas da temporada de 2012.

"Boas tardes a todos, depois dum intenso dia de reuniões alegra-me comunicar boas notícias. Na temporada de 2012 a Mini vai participar num mínimo de dez provas, começando já no Rali de Monte Carlo. Espero que continuemos a evoluir o carro para vos poder dar muitas alegrias. Neste momento esperamos um comunicado da equipa e esta é toda a informação que posso transmitir. Um forte abraço.", referiu. 

Poucas horas mais tarde, a Prodrive anunciou que iria participar no Rali de Monte Carlo, mas o anuncio vinha com uma pequena surpresa: o segundo carro seria alugado ao francês Pierre Campana, que já tivera experiência com o carro no último rali de França. Isso deixaria o britânico Chris Meeke de fora deste rali, algo que não o deixou muito satisfeito.

Esta manhã, também via Facebook, era a vez de Armindo Araujo confirmar que estaria presente no Rali de Monte Carlo, com o seu carro da Motorsport Itália, mostrando que os acordos que tinha com os seus patrocinadores tinham sido aprovados, mas também que poderia fazer toda a temporada de 2012 sem qualquer problema. 

Apesar das aparentes boas noticias - o dia ainda não acabou, é certo - continuam algumas perguntas por responder. Primeiro, se a FIA os vão aceitar como equipa M1, a par da Ford e da Citroen, e os privados que querem correr toda a temporada, como o Armndo e o seu Motorsport Itália, poderão fazer no estatuto de M2, reservado a equipas como a dele. E com a noticia sobre a troca de Meeke por Campana, isto deixa algo em aberto: será que a equipa de David Richards irá alugar o segundo carro à melhor oferta? E se sim, será só Meeke que "pagará o preço" ou Dani Sordo abdicará também de algumas provas? São perguntas que ainda não têm resposta.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

O cartão de Natal de Bernie Ecclestone, edição de 2011

Agradeçam ao Rafa Lopes e o seu blog Voando Baixo, pois foi ele que conseguiu o cartão de Natal que Bernie Ecclestone costuma enviar por esta altura do ano aos seus amigos. 

Este ano, o motivo foi Lewis Hamilton e Felipe Massa, com os seus constantes "encontros imediatos" na pista, e o anãozinho tenebroso decidiu fazer piada sobre esse tema, com o piloto inglês na berma, estendendo uma tira de pregos e a dizer: "Lewis não espera pelo Natal. Apenas Felipe..."

Tipico humor britânico. E do Bernie. Bom Natal!

5ª Coluna: A montanha-russa da Mini

Os últimos dias no WRC foram preenchidos com a novela da Mini, com a história dos problemas de finanças que passa a Prodrive devido à falha na procura de um grande patrocinador, aliado à decisão da BMW em não  apoiar plenamente devido à sua concentração de recursos no seu programa do DTM, que começará em 2012. Isso tudo fez com que a equipa de David Richards falhasse os prazos de inscrição para a próxima temporada e colocasse em perigo todo o projeto da marca que regressou o ano passado, após dois anos de ausência.

À hora em que escrevo este artigo, parece que as coisas andam a ficar definidas, com Dani Sordo a confirmar que estará, em principio, em dez das treze provas que vão ocorrer na próxima temporada, enquanto que procuram por um patrocinador de relevo, um dos motivos pelo qual eles passam dificuldades financeiras e os passam a construir chassis para os vários pilotos que correm um pouco por toda a Europa.

Esta história faz-me lembrar a piada da rapariga que aparece grávida do namorado e a mãe pergunta:

"- Mas ó filha, onde é que tinhas a cabeça?
- Ora mãe, entre o volante e o tabelier."

Como em tudo, temos de entender que é um jogo do qual o risco existe. David Richards, quando decidiu voltar aos ralis, apostou na Mini e no seu modelo Countryman, provavelmente por obrigação da BMW, porque eles queriam promover o modelo. Mostrou as suas potencialidades, especialmente no asfalto, onde Dani Sordo quase venceu no Rali de França, e parecia que era uma máquina capaz de desafiuar o biónimo Citroen/Ford. Mas ao chegar ao final do ano, surgiram os problemas, mais por culpa dos outros do que de David Richards por si só. A ele, a unica coisa que se pode apontar foi o de não ter conseguido atempadamente o tal "grande patrocinador" de que agora tanto precisa.

Para piorar as coisas, os grandes problemas deste carro foram detetadps e precisam de ser arranjados logo, sob pena da perda de competitividade. O modelo tem algumas falhas de montagem, especialmente no filtro de ar, que tantas complicações deu, especialmente nos troços de terra. Armindo Araujo falou, em Setembro, desses problemas e esperava que a marca pudesse resolver isso ao longo deste inverno, para que na nova versão do carro, que a marca queria lançar na primavera, esses problemas estivessem resolvidos. Mas com este obstáculo, qualquer entrada de dinheiro dependerá de quantos Minis a marca venda para os privados um pouco por toda a Europa. E claro, do tal "grande" patrocinador.

Mas apesar destes problemas, Richards tem um grande aliado: a FIA. Jean Todt, ele mesmo um antigo navegador de ralis, está apostado no revivalismo desta modalidade em todos os campos. Com outra lenda dos ralis, Michelle Mouton, no leme da comissão de Ralis da FIA, muito provavelmente discutiu com Richards uma espécie de acordo com ele, no sentido de dar uma excepção. Numa altura em que há problemas para resolver em termos dos direitos de imagem, após o "caso Antonov", ter o Mundial reduzido a duas marcas, com a VW apenas a aparecer em 2013, não é boa publicidade para esta modalidade. Logo, o mais provável é que Todt conceda uma tolerância ou excepção à Prodrive. As próximas horas e dias serão decisivas nesse sentido.

E pronto, esta foi a última coluna de 2011. Foi um belo ano, com muito assunto para discutir, desabafar e avisar. Creio que em 2012 as coisas serão como sempre, interessantes e suculentas para debater, discutir e polemizar. Bom Natal e ótimas entradas para todos vocês.

Um novo Autódromo a caminho, desta vez em Alenquer

A noticia vinha a circular desde há alguns dias, mas ontem houve a confirmação: a Câmara Municipal de Alenquer acabou por aprovar por unanimidade o certificado de interesse municipal a um projeto de construção de um Autódromo naquela vila ribatejana, a cerca de 70 km ao norte de Lisboa. 

O projecto da Invertimagem, que aparentemente tem capital estrangeiro envolvido, apresenta-se como um projecto multiuso para actividades ligadas ao desporto motorizado, mas também ao lazer e turismo. O investimento inicial está orçado em 45 milhões de euros e pressupõe a construção de uma pista com variantes, que terá entre cinco a seis quilómetros, com 15 metros de largura, um paddock de dois mil metros quadrados, mais um Centro de Segurança Rodoviária, uma Escola de Condução Defensiva e Profissional, um Centro de Desenvolvimento Tecnológico e instalações hoteleiras e comerciais, com a potencialidade de criação de trezentos novos postos de trabalho directos. 

Caso o projeto seja realizado, no sítio onde está o aeódromo da Ota, a Câmara Municipal de Alenquer assumiria a extensão de rede de águas e saneamento até aos limites da propriedade, bem como os melhoramentos dos acessos rodoviários, e isso poderá representar um investimento na ordem dos 600 mil euros. 

As pessoas podem pensar que construir um autódromo a 80 quilómetros de outro poderá ser um absurdo. Mas desde há muito que se fala na possibilidade do Autódromo do Estoril ser desmantelado nos próximos dois anos, pois o contrato de exploração do Autódromo terminará dentro de precisamente um ano, e ideia da substituição por um complexo de habitação de luxo nunca se evaporou de algumas cabeças. E com a zona de Lisboa a ficar orfã de um Autódromo, Alenquer poderá ser uma alternativa, especialmente numa altura em de crise para a construção civil em Portugal. 

A ver vamos, sou daqueles que "só acredito vendo", como a grande maioria. Mas é um investimento bem vindo, digo eu.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

A entrevista de Felipe Massa à Autosport portuguesa

A edição desta semana da revista Autosport traz uma entrevista de quatro páginas a Felipe Massa, o brasileiro piloto da Ferrari, que está na equipa desde 2005, e que no último ano teve uma temporada para esquecer, dado que não subiu ao pódio uma unica vez no ano e que esteve mais envolvido em polémicas com Lewis Hamilton em quatro corridas do final da temporada. E numa temporada onde a sua permanência em Maranello foi cada vez mais contestada, e alguns orgãos de comunicação social já arranjam substitutos para 2013, como o polaco Robert Kubica, a entrevista feita a Luis Vasconcelos serve como balanço da temporada que acabou, das dificuldades que teve para apanhar Fernando Alonso e os pilotos da frente, bem como falar sobre a sua relação com o resto dos elementos da Scuderia e se o acidente de há dois anos afetou ou não o seu estilo de condução.

Eis a entrevista na integra:

"SEI O QUE TENHO DE FAZER!"

Felipe Massa teve uma temporada para esquecer em 2011, não conquistando um único lugar no pódio. A sua manutenção na Ferrari foi questionada por muita gente, mas o brasileiro mantêm-se em Maranello por mais uma temporada e diz saber muito bem o que tem de fazer para garantir a confiança dos italianos e regressar aos lugares da frente.

O saldo de 2011 foi muito negativo para Felipe Massa, que nunca passou do quinto lugar no final das corridas - resultado que obteve por seis vezes! - enquanto que Fernando Alonso terminou por dez vezes nos três primeiros. No final do ano, o espanhol garantiu 257 pontos contra apenas 118 do brasileiro, uma diferença absmal que levou muita gente a considerar que Massa não merecia manter-se na Ferrari.

O paulista é o primeiro a admitir que ficou muito abaixo do que lhe era exigido, mas mantêm a cabeça fria e garante ter a capacidade para dar a volta à situação: 'A melhor coisa nesta altura é que o Mundial acabou e não vou ter de voltar a pilotar este carro com estes pneus. Desde o inicio dos testes que nunca me senti à vontade com as características do F150º Itália e quanto mais duros eram os pneus que utilizávamos, pior era a minha situação'.

PNEUS FORAM PROBLEMA

O piloto brasileiro da Ferrari explica de que forma os pneus condicionaram as suas prestações em 2011: 'Como equipa tivemos na temperatura de funcionamento dos Pirelli o nosso principal problema. Parte disso vinha duma falta de carga aerodinâmica do projeto inicial, mas mesmo quando fizemos progressos neste campo o problema nunca desapareceu, apesar de ter sido atenuado. Quanto mais duro era o composto que usávamos, maior era a nossa dificuldade e isso foi visível em muitas corridas, pois rodávamos no grupo que incluia os McLaren e o Mark Webber enquanto usávamos os pneus mais macios, mas mal montávamos os pneus mais duros, tanto o Alonso como eu perdíamos terreno para eles'.

Isso foi particularmente visível em Barcelona, quando o espanhol liderou nas primeiras voltas e esteve na luta por um lugar no pódio até à ultima troca de pneus, terminando em quinto lugar a uma volta de Vettel. Mas se Alonso ainda entrou na luta pelas primeiras posições, Massa raramente esteve em posição de o fazer, o que o brasileiro explica da seguinte forma: 'Penso que podemos dividir a temporada em duas partes para mim. Na primeira, eu tinha tantos problemas em conseguir fazer os pneus funcionar na qualificação que nunca atingi o potencial do carro. Por isso, as minhas provas eram feitas a recuperar terreno, raramente entrando na luta pela frente. Mas, a partir da Hungria as coisas mudaram e em seis corridas qualifiquei-me quatro vezes na frente do meu companheiro de equipa, o que não é fácil, pois o Alonso é um piloto extremamente rápido. E o meu andamento de corrida foi sempre idêntico ao dele enquanto utializamos os pneus mais macios, andando muitas vezes à frente dele. Mas perdi muitas posições nas boxes ao tentar estratégias diferentes e com pneus mais duros, o meu andamento era inferior, o que inviabilizou a minha chegada ao pódio em várias corridas.

O 'AMIGO' HAMILTON

Mas Massa também perdeu pontos importantes em diversos incidentes que tiveram Lewis Hamilton como protagonista. Os dois desenvolveram uma espécie de atração fatal que esteve na origem de muitos incidentes, a maior parte dos quais da responsabilidade  do piloto da McLaren, na opinião do brasileiro: 'Tenho a maior consideração pelo Lewis como piloto e nunca tive problemas com ele como pessoa. Mas ele passou por uma fase complicada em que se envolvia em incidentes quase todas as corridas, comigo e com outros pilotos. Teve mais acidentes comigo porque lutavamos pelas mesmas posições e não parecia capaz de perceber que tinha de mudar a sua forma de pilotar, mesmo sendo repetidamente penalizado.

Eu só fui penalizado, e na minha opinião de forma completamente injusta, na India, quando ele tentou meia ultrapassagem num ponto em que não havia aderência fora da trajetória e me furou um pneu. Penso que a minha posição no Mundial não se teria alterado se não perdesse tantos pontos nos incidentes com o Lewis, mas os meus resultados teriam sido melhores e acredito que teria conseguido ir ao pódio em algumas ocasiões'

MISSÃO CLARA PARA 2012

Face à falta de resultados neste ano, Felipe Massa sabe bem que terá de melhorar bastante o seu desempenho se quiser manter-se na Ferrari para além do final da próxima temporada: 'Estou habituado às noticias que me dão fora da Ferrari, porque já em 2006, 2007 e 2010 as tinha lido e ouvido. Mas só dou atenção ao que a equipa me diz e sei que nunca foi equacionada a minha saída no final deste ano.

Mas também sei que a Ferrari quer ter dos pilotos em posição de lutar pela vitória em todas as corridas e vou ter de ser mais rápido e mais constante em 2012. Como a Ferrari vai ter um carro mais competitivo e a Pirelli vai abandonar as misturas mais duras, as coisas vão mudar no sentido que eu necessitava e, por isso, estou convencido que poderei voltar a ter os mesmos resultados que no passado. Quero voltar a ganhar Grandes Prémios e quero ser campeão do Mundo, porque sei que tenho talento e capacidade para isso e estou na melhor equipa do mundo'

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MASSA CONTA COM O APOIO DA EQUIPA

A chegada de Fernando Alonso a Maranello mudou a vida de Felipe Massa no seio da Ferrari. Se todos respeitavam Kimi Raikkonen pela sua enorme rapidez, ninguém era próximo do finlandês porque este não tinha relacionamento pessoal com nenhum dos engenheiros da Scuderia. Alonso, como a maior parte dos engenheiros e dos mecânicos, integrou-se mais profundamente na equipa, roubando espaço a Felipe Massa, há muito considerado como um piloto da 'casa'.

Mas o brasileiro garante que nunca se sentiu menos apoioado na Ferrari, apesar de admitir que 'é natural que as pessoas dediquem mais atenção a quem está na luta pelo título, como aconteceu com o Alonso no ano passado. Tinha sido assim em 2006 como Michael e em 2007 com o Kimi, mas tinha sido eu a beneficiar dessa atenção extra em 2008, quando lutei pelo título até à ultima corrida.

Este ano, nenum de nós lutava pelo título, mas era o Fernando que estava a conseguir melhores resultados, sendo natural que tenha ganho alguma prioridade. Mas senti sempre o apoio de toda a equipa, pois toda a gente queria ter dois carros em posição de lutar pelas vitórias e desde o Stefano Domenicalli até aos mecânicos, todos fizeram o que estava no seu alcance para me ajudar.'

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"ACIDENTE NÃO ME MUDOU"

Não falta quem pense que Felipe Massa mudou com o acidente que sofreu durante a qualificação para o GP da Hungria de 2009. Apesar de nunca mais ter conseguido os mesmos resultados que quase lhe deram o título em 2008, o paulista refuta essa possibilidade e garante ser o mesmo, como pessoa e como piloto, que era antes do acidente. 'Penso que as pessoas ligaram duas coisas que tinham pouco a ver uma com a outra e chegaram à conclusão errada. Em 2008 e 2009 tinha um carro que se adaptava lindamente ao meu estilo de pilotagem, o que não aconteceu em 2010 e ainda mais em 2011. A diferença nos resultados tem uma razão técnica e não humana. Sei que sou exatamente o mesmo Felipe que as pessoas conheciam e nem a minha mulher, nem os meus pais e irmãos notam qualquer diferença.

Nas pistas não existe uma razão para eu ser mais cauteloso, porque o meu acidente não teve origem nem num erro meu, nem numa falha do meu carro. Tenho passado muitas voltas atrás doutros carros sem pensar que vão perder uma peça, mas não é por isso que os tento ultrapassar: é porque lhes quero ganhar uma posição.' E o brasileiro ri-se com gosto depois dessa sua análise."

Rumor do dia: Bruno Senna na Williams

A noticia foi anunciada no inicio da tarde no Brasil, via Rádio Bandeirantes: Bruno Senna tinha assinado pela Williams, substituindo o seu compatriota Rubens Barrichello. O anuncio ainda nao é oficial, mas caso seja verdade, isto significa que o piloto de 27 anos, sobrinho de Ayrton Senna, conseguira bater na corrida outros pilotos como Adrian Sutil e Rubens Barrichello.

Isto também significa que Bruno Senna conseguiu fazer valer os milhões trazidos pela Gillette e pela OGX, a organização de Elke Batista, o homem mais rico do Brasil e um dos mais ricos do mundo, numa equipa que bem precisa deles, depois de ter acolhido os cerca de 28 milhões de dólares por ano que a PDVSA, a companhia petrolífera da Venezuela, para para manter o seu compatriota Pastor Maldonado.

E isto também sucede numa altura em que a Williams vai voltar a ter motores Renault, quinze anos após o final de uma parceria com enorme sucesso. E claro, para Frank Williams, é um momento emocional para ele, dezoito anos depois de ter acolhido no seu seio o seu tio Ayrton, e de ter acontecido aquele que, para muitos foi o seu momento mais traumático da sua longa história como construtor, que foi o GP de San Marino de 1994. E quem for mais atento a estes pormenores da história, sabe que desde então, todos os Williams tem no seu bico o logotipo da Fundação Senna.

Aguardemos, portanto, pela confirmação oficial. Ou não.

Youtube Motorsport Yearbook: Os acidentes de 2011


 Natal, final de ano, começa-se a fazer um balanço. E o pessoal da Motors TV decidiu fazer um videoclip das centenas de acidentes que aconteceram ao longo deste ano. Todas espectaculares, em carros e motos, alguns até tiveram o seu quê de arrepiante. Por exemplo, há um em que a moto cai em cima da coluna do motociclista, mas para que eles a mostrem, é porque ele se safou de boa. 

Enfim, são quase dois minutos e meio de acidentes. Apreciem.

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

As últimas do WRC

A poucos dias do Natal - e a um mês do Rali de Monte Carlo, prova inaugural do Mundial - começa-se a definir os cenários do WRC para a próxima temporada. Nos últimos dias, confirmou-se a permanência da Ford, com a M-Sport, e com um novo companheiro de equipa para Jari-Matti Latvala: o norueguês Petter Solberg, campeão do mundo de 2003 e que desde 2009 que andava com a sua própria equipa.

No lado da Citroen, as novidades para 2012 são apenas meras confirmações de coisas que se vinham anunciando desde há algumas semanas. Já tinha falado na chegada do patrocinio do governo do Qatar à Citroen, e a chegada de Nasser Al-Attiyah como terceiro piloto da marca em 2012. Apesar de já ter 41 anos, o palmarés deste piloto é impressionante, e até sabe andar bem, pois ele venceu o último Dakar. Aliás, o qatari vai falhar a sua estreia em Monte Carlo porque estará... no Dakar, a defender o título conquistado com o monstruoso Hummer preparado por Robby Gordon.

E com a chegada dos "petrodólares" qataris, a Citroen irá reativar a sua Junior Team, contratando um bom piloto, a esperança belga Thierry Neuville, de 23 anos, e que correu no IRC em 2011, ao serviço da Peugeot Belgique, onde venceu dois ralis, na Córsega e em Sanremo. Eventualmente, com dois veteranos no plantel, Sebastien Löeb (37 anos) e Mikko Hirvonen, agora com 31, provavelmente estará a preparar a sucessão. Desde que não ganhe demasiadas asas como aconteceu a Sebastien Ogier...

Na Ford, para além das confirmações de Latvala e Solberg, tem também a noticia de que disponibilizará um terceiro carro para um bom piloto, ou para um "endinheirado". Em Monte Carlo, esse carro estará nas mãos de uma lenda dos ralis: Francois Delecour, 49 anos e um eterno apaixonado do "Monte" e que no ano passado, pegou num Peugeot 207 S2000 e mostrou que não tinha perdido o jeito, quando acabou no quinto lugar da edição centenária. Na maior parte das provas de 2012, esse carro estará nas mãos da esperança estónia Ott Tanak, que aos 24 anos, e ajudado por Markko Martin, já revelou ter estofo de campeão.

Se no caso da Volkswagen, as coisas estão mais ou menos definidas, com Sebastien Ogier como piloto principal e a promessa de que o Polo R WRC poder ser estreado lá mais para o final da temporada, caso os testes corram bem, nos lados da Mini, as coisas andam nebulosas. A Prodrive vê-se com dificuldades em duas frentes: primeiro, a BMW não lhe dá o Apoio que merecia ter pelo fato da marca estar totalmente virada para a sua estreia no DTM, marcada também para 2012. E segundo, não consegue arranjar um patrocinador de relevo para aliviar o seu orçamento, já de si esticado. Nos últimos dias falou-se da Red Bull, que poderia estar de saída da Citroen, mas até agora são especulações. E a sua inscrição oficial pode estar em perigo, pois o prazo para aparecer como M1, ou seja, pontuar em todo o campeonato, terminou ontem à noite e a marca de David Richards não confirmou a sua presença.

Neste momento, e pelo se que fala hoje em orgãos como o Autosport português, a Prodrive e a FIA estão a negociar uma espécie de excepção à Mini para que possa participar sem problemas e a tempo inteiro na temporada de 2012. E o próprio Richards, que depende na venda e preparação de Minis para privados um pouco por toda a Europa para fazer entrar dinheiro nos cofres da equipa, já disse que uma das hipóteses em cima da mesa é a contratação de um piloto pagante que alterne com Chris Meeke e Dani Sordo, os pilotos oficiais da marca.

E no lado de Armindo Araujo, as coisas não andam muito longe. Ele e a sua equipa, a Motorsport Itália, querem correr toda a temporada de 2012, e apesar de estar incluida na M2, que tem um prazo mais tardio, está à espera da luz verde de alguns patrocinadores para poder dizer que participará em todas as provas do Mundial. Pelo que se falae lê nos jornais especializados, todos os patrocinadores portugueses já confirmaram a sua presença em 2012, estando dependente da luz verde de um patrocinador estrangeiro para que possa começar a trabalhar afincadamente para o Monte Carlo 2012 com o seu Mini JCW WRC.

Portanto, eis como andam as coisas a poucos dias do Natal. O pelotão do WRC anda animado, e os próximos dias serão recheados de novidades, espera-se.